Competição - Bruna Marquezine

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Bruna Marquezine
15 de janeiro de 2023
Los Angeles

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- Ponto fraco? - Disse sem entender e Maya novamente não me responde. Acho que não vai ser agora que vou entender. A garota continuava olhando fixamente pro colchão. Ela já tinha seu rosto seco, mas era nítida sua cara fechada com um tempero de tristeza.

- Maya. - Um grito foi dado do lado de fora do quarto e algumas batidas na porta. A garota respirou fundo, abriu um sorriso e caminhou até a entrada. - E aí? Achou? Preciso pegar uma coisa aqui. - Javi disse entrando que nem um furacão.

- É, achei, a gente tá pondo um papo sério em dia, tranquilo a gente ficar aqui? - Ela disse e ele concordou.

- Só não vai me talaricar. - Javier disse e saiu do quarto, Maya trancou a porta e voltou a sua posição.

- Ele quer ficar comigo? - Disse confusa e Maya confirmou.

- Eu disse que você não teria interesse, mas eu falar e nada são coisas iguais. - Ela disse enquanto mexia os pés, ela parecia uma criança. - Você prefere alguém tipo eu, né? - Ela disse com aquele sorriso implicante no rosto.

- Sim, Maya, eu sou apaixonada em você. - Disse irônica e seu olhar subiu de encontro ao meu.

- Sempre soube, Marquezine. - Ela disse ainda com o sorriso de canto aberto, seus olhinhos estavam pequenos e um pouco inchados. - Você realmente me odeia?

- Nunca disse que te odiava. - Disse e ela riu. - O que foi?

- Você já disse em um evento, eu tinha uns oito anos, eu lembro de você falando que eu era uma chata e que me odiava. - Eu não podia acreditar, ela guarda isso na memória até hoje?

- Você tá brincando com a minha cara, né? - Disse irritada. - Maya, eu tinha onze anos. - Ela continuou séria. - Meu deus, você guarda isso no coração.

- Sim? Você disse que me odiava. - Ela disse como se fosse óbvio e eu revirei os olhos. - Para de diminuir minhas dores, ok? - Ela disse fazendo biquinho.

- Parece um bebê mexendo esses pés e com esse bico.

- Não sou bebê, mas amo mamar. - Ela disse e deu uma risada enquanto tampava o rosto. - Desculpa, no meu grupo de amigos seria bem mais engraçado. - Ela disse entre os risos e eu deixei escapar uma pequena risada.

- Você não presta, puta que pariu. - Disse séria e ela negou.

- Eu presto, mas as mulheres que me envolvi me fizeram ter medo do amor, tendeu? - Maya disse e respirou fundo. - Nos duas temos isso em comum.

- O que?

- Ué, pelo o que a mídia diz você não tem muita sorte com parceiro, pelo menos com o jogador não parece ter sido legal. - Maya disse e se levantou da cama. - Mas não sei, você sabe que se a mídia diz eu duvido.

- Não tenho muita sorte mesmo. - Disse dando um sorriso sem graça. - Nunca vi coisa sobre você namorar.

- Aí que tá, namorei uma vez, mulher não precisa ser namorada pra te colocar trauma. - Ela disse e pegou sua bolsa que havia deixado na poltrona. - Vou lá fora fumar. - Ela disse apontando para a varanda. Eu concordei e ela caminhou três passos antes de olhar para trás, ela viu que eu a observava. - Se quiser vir junto, era um convite.- Ela disse e voltou pro seu caminho. Maya continuava sendo simpática e boazinha comigo. Estranho.

Eu me levantei e caminhei até a porta da varanda, me apoiando no batente da mesma e olhando Maya. A garota observava as pessoas lá embaixo enquanto fumava.

- Você não acha que fuma demais? - Disse e ela negou. - Sério?

- Fumo quando quero. - Ela disse simples. - É vício, a gente não controla. - Ela diz se virando pra mim. A garota colocou os cotovelos na grade que havia em suas costas e me encarou. - Entrei nisso, achei que eu era a fodona e que parava quando queria, mas na real é que o problema é que você nunca quer parar. - Ela diz e vira o rosto para soltar mais fumaça. Ela tinha um ponto, Maya é mais inteligente do que eu pensava.

- Mas você não acha que seria bom pra sua saúde? - Disse a encarando. - Ou pra pararem de falar sobre?

- Marquezine, quero que as pessoas que falam sobre mim explodam. - Ela disse e olhou pra sua mão. - Quanto a saúde, eu não sei, não quero pensar sobre, prefiro me manter na ignorância e depois sofrer.

- Acho que não é a melhor escolha. - Disse sincera e ela deu ombros.

- Infelizmente é a que me cabe agora, se eu parasse com esse diabo aqui eu enlouqueceria. - Ela disse abrindo um sorriso. - Mesmo que ele não seja bom pra mim, mas ele faz com que as coisas melhorem por agora, acredite em mim, eu preciso que as coisas melhorem por agora. - Ela disse e se virou novamente. Eu caminhei até ela e mantive uma distância entre nós, mas observando onde os olhos da garota estavam.

- O que tá olhando?

- Você é sempre curiosa assim? - Maya disse me olhando seria. - Me fez um questionário em tipo menos de uma hora. - Eu ri do seu comentário.

- É que é estranho. - Disse e olhei pra nós duas. - Sabe, nós, assim conversando, eu não faço ideia de nada de você. - Disse e ela deu ombros.

- Tá, faz sentido, mas eu não tenho muito o que saber. - Ela diz e solta mais um pouco de fumaça, o vento não ajuda e traz em minha direção. - Foi mal, vem pra cá. - Ela disse e apontou para o outro lado, eu fui.

- Obrigada pela preocupação. - Disse e ela concordou sorrindo. - Você ainda não me respondeu.

- Não devo nada pra você não, tenho que falar tudo não. - Ela disse de maneira séria. Eu estava gostando de Fiore abrindo seus pensamentos pra mim. Eu realmente estava gostando de ouvir a garota sobre todos os assuntos. - E você, tá olhando o que? - Ela disse com um sorriso de canto e eu balancei a cabeça.

- Nada. - Disse ao perceber que eu a encarava.

- Pode dizer, eu sou bonita, fala aí. - Maya disse e revirei os olhos.

- Você é sempre convencida assim? - Disse e ela riu.

- Admitir isso não arranca pedaço não. - Ela diz e olhou para o próprio corpo. - Eu sou um pedaço de mal caminho, fiz até algumas héteros se interessarem. - Ela disse enquanto me encarava. - Você conhece algumas, né?

- Não, Maya. - Disse um pouco irritada.

- Fica bravinha não, só tô comentando, se quiser que eu fale nome pra te lembrar. - Ela disse e virou o rosto sorrindo. - Você deve conhecer a mais bonita que eu converti. - Maya disse olhando pro céu. - Ela já fez algumas novelas na globo, tem o cabelo castanho, os olhos escuros. - Maya dizia devagar todas as palavras, da tinha um sorriso sapeca no rosto e no fim me encarou. Ela falava de mim?

- Eu?

- Então eu te converti? - Maya disse brincando e eu revirei os olhos.

- Não, você não fez nada. - Disse e ela riu.

- Uhum, tá bom, vou fingir que acredito. - Ela diz e colocou o cigarro na boca. - E para de ser convencida, Marquezine, tava falando da Isabelle Drummond. - Maya diz rindo fraco e me olhando de canto de olho.

- Idiota. - Disse entrando no quarto e saindo do mesmo, eu estava morrendo vergonha de Maya.

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