🍁CAPÍTULO 39🍁

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🍁Louis

Depois de namorar a manhã toda eu e Magnus caímos na fraqueza, dormi como nunca antes, sentia segurança e conforto no peito dele, por ser tão grande eu conseguia fazer dele a minha caminha. Delicadamente eu retiro os seus braços de mim e saio de fininho para tomar um banho e assim o faço, volto para o quarto já todo limpinho.

Estava cansado de estar dentro dessas quatro paredes, então eu pego olhando uma caixa que estava em cima da mesa e a abro bem baixinho para que a fera que dorme profundamente não acorde. Quando removo a tampa da caixa vejo se tratar de uma muda de roupas, mas não era quaisquer roupas...

Uau... ele arrasou na escolha. Eu disse erguendo a roupa, era uma roupa muito cara, a julgar pelo tecido de couro da calça e dos sapatos bem polidos, a parte de cima da vestimenta era uma camisa de linho branquinha e por cima dela uma camisa bem grossa da cor preta e nela havia um bordado delicado de um lobo em pedras vermelhas.

Visto a calça, camisa de linho e por último as botas. Olho para trás e o alfa ainda dorme profundamente, ele deveria estar bem cansado, ser uma pessoa importante custava muito dele. Sento na cama e dou um leve beijo em seu braço, mas ele nem dá sinal de que cai acordar e então eu escrevo uma pequena mensagem dizendo que sai para dar uma volta.

Feito isso eu saio da tenta e encaro o sol radiante da tarde de um dia tão bom quanto foi esse, vejo dois guardas que estão na entrada da porta e me olham com atenção. Eu saio por entre ele e vou andando pelo acampamento que é enorme, as tendas tinham um padrão, todas eram vermelhas com grandes desenhos da casa Wolf. Era tudo muito lindo, mas uma coisa me chama atenção.

Essa bandeira, eu tenho a leve impressão de tela visto antes... Eu disse olhando para o estandarte da casa do Império. Era um lobo negro em um campo vermelho escarlate, era lindo e aquilo me trazia uma nostalgia enorme.

Vou seguindo caminho pelo acampamento e ouço barulhos de água, eram impetuosos e violentos, batiam em algo, começo a andar mais rápido seguindo o som das águas e subo um conjunto de pedras e o vento quase me leva, tamanha era a sua força. Quando terminei de subir tudo eu contemplo a imensidão de águas, nunca haviam visto isso antes, era muita água.

Que rio grande... Eu disse embasbacado, olho para abaixo do penhasco e noto o quão alto eu estou, aquilo era gigantesco e trazia um sentimento de liberdade imenso, sentir aquilo pela primeira vez era mágico. Tirei o meu broche dos cabelos e deixo que eles tomem vida própria, eu amava alturas e o vento gélido bater na minha pele, aquilo contratando com o sol que estava quase se pondo me dava um retrato do quão belo poderia ser este mundo.

Tive essa mesma reação quando eu vi pela primeira vez, Louis. Ouço a voz de Oscar e me viro derrepente encarando ele que sorria e veio me abraçar.

Senti saudade, meu amigo. Ele disse e aquilo foi tão bom, aquele abraço apertado cheio de amor fraterno.

Ele cumpriu com a promessa dele, o troglodita tem palavra. Ele disse desfazendo o abraço caloroso.

Ele nem é tão ruim assim... Eu disse e Oscar sorriu me cutucado com seus dedos.

Está apaixonado! Eu sabia! Ele disse colocando o braço em cima do meu pescoço.

Não, eu não sei ainda... Eu disse alegre, Magnus despertava em mim um sentimento que nunca tive antes, era uma mistura de desejo por proteção, mas uma coisa me deixava mais alerta, era o constante crescimento de minha submissão a ele, me lembro do que aconteceu na banheira. Ele me deu uma ordem e meu corpo obedeceu sem nem se quer eu ter a oportunidade de rejeitar.

Seus olhos não mentem, estão mais brilhantes. Parece que o destino lhe reservou grandes emoções, Louis. Oscar me disse e nos sentamos nas grandes pedras e com os pés virados para o penhasco.

Onde estamos? Eu perguntei ao mesmo que agora olhava para o horizonte.

Bem longe de casa, bem longe. Ele disse com um ar triste, Oscar amava a vida que levava, os conhecidos que tinha e tudo mais, seria um recomeço duro para ele e a família, apesar da intervenção de Magnus.

Nosso lar é junto de quem amamos meu amigo, não se esqueça disso. Eu falei tentando animar ele, o rapaz olha para mim e me encara com tristeza, não o entendia mais, estava tudo sob controle, havíamos escapado da morte, teríamos casa e comida, o que poderíamos querer além disso.

Você é uma parte do meu lar Louis, quando chegarmos nas terras dos Lamark e nos fixarmos na fortaleza de Neve não vai custar tempo para que o inverno chegue lá também. Com isso, Magnus vai querer ir para a Capital o mais rápido possível e então nos veremos de novo só quando estivermos usando bengalas e dentaduras horríveis. Oscar argumenta com um ar de melancólico.

Para com isso, quando tudo estiver acertado vocês vem para a Capital também, somente se quiserem. Eu digo pensando na possibilidade de pedir de novo a ajuda do alfa, sei que ele jamais daria um não como resposta a mim.

Eu não tenho dúvidas disso, meu amigo... mas, meu coração teme outra coisa mais terrível. Oscar parecia processar uma informação ruim de mais para proferir em palavras.

Do que se trata, seus pais estão doentes, é isso? Pergunto inocente.

Não, se trata de você! Ele falou me deixando confuso.

De mim? O que tem eu? Disse sentindo uma forte ansiedade.

Eu sei quem é Louis, sempre soube desde que nos conhecemos eu soube que era especial. Ele disse derrepente me pegando de surpresa.

Como? Eu perguntei.

Eu sabia que era diferente, mas no primeiro mês que nos conhecemos, quando fui lhe visitar te vi moldando seus vasos de barro com detalhes de magia, eram lindos, tão lindos e perfeitos quanto o ar que nos toca neste exato momento. Ele disse fechando os olhos e sorrindo.

Então sabe que não estou indefeso. Falei segurando a sua mão e ele abriu os olhos e me olhou profundamente.

É justamente por isso que eu sei que não está, a Capital não é o interior do Norte, Louis. É um lugar de gente ruim, que só liga para dinheiro e poder, não pode ir para lá pensando diferente disso, seja prudente como as aves e astuto quanto uma serpente... e se precisar seja uma fera em defesa de quem ama e... Ele ia terminar, uma pessoa lhe interrompe.

Ele estará seguro, garanto isso! Escuto alguém dizer atrás de mim e quando olho vejo se tratar de Barristan Selmy, o homem a quem Magnus designou para ser meu guarda real.

E quem é você? Oscar pergunta meio ramzinza.

Por enquanto um soldado que vai proteger seu amigo, mas quem sabe um dia possamos nos tornar amigos! Não é? Enfim... Magnus está lhe procurando, Louis, sabe que ele tem mau humor quando acorda, acho melhor você vir comigo. Disse o senhor e eu me levanto para seguir rumo ao alfa birrento que adora dar chiliques quando não estou por perto.

Gostei dele... Oscar disse batendo o braço no meu e eu sorri, Selmy e eu ainda seríamos grandes amigos. Por que? Por que eu sentia isso, tanto quanto sinto que tempos ruins estão para chegar e preciso estar forte e maduro para suportar os ventos do inverno.

Continua...

MEU ALFA É UM VIKING (ROMANCE GAY)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora