Capítulo 32 - "Stella desapareceu"

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Capítulo 32 - "Stella desapareceu"

13 de Março.

Os fragmentos da barreira quebrada caía sob nossas cabeças como se fossem pequenos flocos de neve brilhantes. O brilho da magia se perdendo alimentou o desespero de Noah, que olhava para cima enquanto lutava para reunir o que restou de suas forças para reconstruí-la.

Enquanto isso, Kazami e Arisu se agruparam ao redor do bruxo uma vez que ajudaram Hazel a guiar os cidadãos até o prédio principal. Neste tempo, as criaturas destruídas se reergueram mais uma vez, dividindo-se em dois. Se isso continuasse, logo estaríamos lutando contra um exército.

Aki permanecia ao meu lado, lutando ferozmente, destruindo cada criatura uma atrás da outra, movendo-se de forma automática mesmo que o corpo gritasse por descanso.

Olhei através do campo de batalha. Ao longe, caminhando pela pequena estrada de tijolos penetrando ainda mais a cidadela, fez-se visível uma figura. Um jovem rapaz de longos cabelos ondulados e arroxeados que voavam ao vento. Em seu rosto, um óculos de lentes redondas e rachadas. Seus olhos encaravam o chão enquanto andava trazendo consigo um rastro de sangue dos ferimentos que não pareciam ter sido causados por uma luta. Parecia autodestruição.

- Julian Wild. - Eu disse, reconhecendo meu inimigo.

Ele moveu ambas as mãos e eu pude ver, refletido pela luz do Sol, fios presos em seus dedos. As demais criaturas de pedra se moveram com mais velocidade e assertividade. Vi Arisu ser golpeado no estômago e ser arremessado para longe, destruindo uma das casas próximas. Antes de Kazami fazer algo em defesa de seu amado, outra criatura o atacou, segurando os cabelos negros e batendo com a sua cabeça contra o chão.

Naquele segundo eu pude entender: Julian controlava as criaturas como marionetes. Os fios estavam presos em seus dedos.

Avancei, ultrapassando Aki.

- Lúcifer! - Ele gritou, irritado com a quebra de nossa formação.

Continuei avançando, deslizando pelo vento enquanto evitava qualquer golpe desferido pelas marionetes de Julian. Sendo o único ciente do possível objetivo daquele Wild, eu era o único que poderia impedi-lo naquele momento.

Já há poucos passos do jovem de óculos, afundei as unhas na extensão do meu braço esquerdo e deslizei-as sem qualquer hesitação, mesmo que soubesse a dor excruciante que aquilo causaria. O sangue ainda quente escorreu o suficiente para que eu criasse uma espada. Junto com a dor do ferimento auto-infligido, veio o primeiro golpe que desferi na direção de Julian, sem esperar explicações, sem esperar qualquer tipo de conversa. Eu apenas o ataquei.

Julian arregalou os olhos, recuando um passo e desviando a tempo da lâmina cortar apenas alguns fios de seu cabelo. Ele rolou pela grama e se levantou novamente, alerta.

- Lúcifer Larck. - Ele disse. Sua mão direita ergueu-se fazendo um livro surgir flutuante à sua frente. Franzi meus olhos quando o vi abrir-se sozinho enquanto suas páginas voavam, passando uma por uma.

O ataquei novamente, sentindo algo surgir do chão e enrolar-se na minha perna, prendendo-me. Quando olhei, vi uma raiz.

- Não se preocupe, eu vim matar apenas você - Julian disse. Sangue começou a escorrer de seu nariz. - É tudo o que falta.

Desferi um golpe com a lâmina de sangue e cortei a raiz que me prendia. Voltei a atacá-lo. Seus movimentos passaram a ficar mais lentos. Estava desviando dos meus ataques com certa dificuldade até, enfim, surgir uma abertura. A espada iria atravessá-lo quando senti um golpe acertando minhas costas, me lançando para longe.

Lu de LúciferOnde histórias criam vida. Descubra agora