Capítulo 33 - "De qualquer forma, ele não me amaria"

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Capítulo 33 - "De qualquer forma, ele não me amaria"

O ataque de Julian a cidadela resultou em uma grande confusão onde os cidadãos tiveram que ser realocados para passarem os próximos dias nos quartos do prédio principal uma vez que a maioria das casas sofreu algum tipo de dano.

Com o caos controlado, Noah usou o último resquício de suas forças para curar minhas costelas quebradas. Neste tempo, Aki permaneceu ao meu lado sem se importar com os próprios ferimentos. Talvez a atitude de Jeffrey tenha tido algo a ver com essa atitude. Contudo, seus curativos foram refeitos e tudo estava, lentamente, voltando à ordem de antes.

Enquanto o bruxo, finalmente, se pôs a descansar, Hazel se dispôs a cuidar de Ashley, a entidade que agora estava sozinha no corpo da jovem hospedeira. Ele foi levado para um quarto também, aparentemente confuso e sem ideia do que fazer para resolver seus problemas. Contudo, vamos ajudá-lo quando resolvermos a maior de nossas questões: Julian.

Estava em uma das salas que usamos para treinamento no prédio principal. O andar era longe o suficiente dos quartos que abrigavam os cidadãos e tínhamos um bom controle da situação por ali.

No meio da sala havia uma redoma de vidro coberta de pergaminhos juntamente de um ciclo mágico desenhado cuidadosamente no chão. Uma verdadeira prisão criada pela junção dos poderes de Noah e Hazel para manter prisioneiros, quando necessário.

O hospedeiro ainda estava desacordado, sentado sobre uma cadeira de madeira dentro da redoma. Suas mãos estavam amarradas para trás e havia um pergaminho colado em seu peito, na direção do coração. Sua cabeça pendia para frente, caída enquanto seus olhos permaneciam fechados. O sangue ainda pingava timidamente pelos seus lábios mas não parecia mais aquela cachoeira de autodestruição vista antes.

A tarde já estava caindo.

- Então,... - Robbie quebrou o silêncio timidamente, virando-se na minha direção. - ...Jeffrey lhe disse que este garoto que nos atacou se chama Julian Wild?

- Sim. O único filho restante de Georgie Wild que deseja a aprovação do pai. - Eu disse, cruzando os braços, encarando o hospedeiro desacordado e aprisionado à frente.

Aki bufou, fazendo uma careta de desgosto.

- Isso significa que aquele lixo estava certo? - Ele perguntou. Sua voz ríspida estava carregada de raiva.

- Acredito que sim... - Eu concordei, suspirando em seguida. - É uma droga admitir, mas Jeffrey nunca mentiu em suas informações.

Aki estalou a língua, revirando os olhos. Robbie se pronunciou mais uma vez após isso.

- Então, esperaremos Julian Wild acordar para interrogar ele? - Ele perguntou, vendo-me assentir com a cabeça e voltando a encarar a redoma de vidro. - Certo! Mas ainda tem algo estranho...

Eu e Aki encaramos Robbie ao mesmo tempo, curiosos com a expressão pensativa que o jovem carregava enquanto colocava uma das mãos no queixo.

- Foi uma coincidência muito grande Jeffrey ter falado com o chefe sobre Julian Wild poucos minutos antes do ataque acontecer. - Robbie fez uma pausa, tomando coragem para prosseguir. - Se ele não mente sobre as informações dele, quais são as chances dele ter feito algo para tornar uma informação real?

- Acha que ele inventou essa história sobre Julian e, em seguida, manipulou a família Wild para tornar essa informação válida? - Eu perguntei, franzindo minhas sobrancelhas. - Mas, por que ele faria isso? O que ele ganha com isso?

- Proximidade. - Aki falou, seco, encarando o chão em seguida. Seu olhar tornou-se sombrio com a fúria crescente. - Ele aparece de repente, sendo o único com a informação sobre John Larck. Depois ele descobre sobre um ataque vindo da família que mais te odeia. - Ele fez uma pausa, segurando um rosnado preso no fundo de sua garganta. Então, prosseguiu em um tom ainda mais colérico. - Ele só queria abrir caminho para se aproximar de você, Lúcifer.

Lu de LúciferWhere stories live. Discover now