62 - Felipe Gotham

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Sempre nos falam que a morte é nunca mais voltar a vida, ou algo que seja tão sufocante que seu corpo não aguenta e você desliga, mas eu discordo. A morte é ficar longe de alguém cujo o destino traçou os laços e todas as vidas vocês se encontraram de alguma forma, pelo bem da pessoa. Ou pior no meu caso as pessoas. Então sim eu morri

Calma vou começar pelo começo.
Olá minha nova identidade é Carlos, Carlos Reis. Sou lutador de muay thai e vivo em las Vegas.

E sinceramente, las Vegas sem as pessoas que você ama é um saco.

- Senhor, a razel sua aluna disse que irá faltar o treino hoje.- Suzane diz e dou um último soco.

Passo a minha mão com as luvas na testa tirando o suor e respiro fundo. Saio do tatame tirando as luvas e as jogo no chão andando em direção a minha garrafa de água que está em cima de uma mesa.

Pego a garrafa e dou um gole na minha água, olho para a porta e vejo Suzane parada me olhando.

— Quer uma foto?— Pergunto e ela arregala os olhos saindo dali batendo a porta.

Escuto meu celular vibrar e olho em cima da mesa, meu celular acende com a mensagem de Rika. Lembram da minha queria ex esposa, Miranda? Rika está sendo quase isso. A diferença é que ela não sabe que sou um demônio e morre de medo de mim.

Ela está pedindo para eu a deixá-la em paz, mas foda-se ela só é uma menina de 18 anos sedenta por algo que não pode ter. Eu.

Ando em direção ao banheiro e tiro minha regata e roupa virando de costas para o espelho vendo minhas cicatrizes. E não, não são das minhas asas são marcas de facões que foram esquentados na lava e colocados em minhas costas da forma mais cruel que vc imaginar.

Entro no chuveiro e a água gelada cai sobre meus cabelos deslizando sobre minhas costas amenizando a dor. Respiro fundo jogando meus cabelos molhados para trás com os olhos abertos. Não posso fecha-los pois sempre lembro de Rebeca.

Minha mulher, minha escolhida, minha tudo... Sei que ela esta me culpando por tudo e achando que eu a abandonei, e entendo ela mais não foi isso que aconteceu.

Saio de baixo do chuveiro e pego a toalha que está pendurada enrolando na minha cintura e vou até o espelho sacudindo o cabelo para tirar a água. Pego minha roupa e a coloco, um conjunto de moletom.

— Carlos Reis!— Escuto alguém entrar batendo a porta gritando meu nome fictício.

Rika, porra porque toda mulherzinha que eu arrumo é tão insuportável? Que merda.

Espio pela fresta da porta e ela entra dentro da sala de café me procurando, abro a porta saindo de fininho de costas para a sala do café. Corro até a porta e abro ela.

— Seu filho da puta você acha que é quem!— Ela grita e olho para trás vendo ela correndo em minha direção.

Saio da sala e a fecho correndo até a recepção passando pela catraca e saindo dali, corro até o beco do lado da academia e avisto meu carro parado no beco. Ando até ele e abro meu carro entrando nele e o ligando dando partida no mesmo saindo dali. Respiro fundo e entro na esquina do bar que tenho passado minhas noites.

Sim eu virei um viciado em bebidas, e foda-se vocês não sabem a dor que eu estou sentindo.

Entro no bar e vejo William, dono do bar.

— Chegou meu cliente favorito.— Ele diz e revirou os olhos me encostando no balcão jogando uma nota de 100 dólares.

— Quero uma margarita.— Digo me sentando olhando o palco uma mulher moreno dos cabelos ondulados com os olhos claros e um corpo violão está em cima dele com uma mini saia aparecendo a poupa da sua bunda.— Quem é?

— Rachel, uma gostosa né? Ela chegou hoje de manhã e des de então já bati duas para ela. — William diz colocando minha margarita na minha frente dou um gole a tomando sentindo o álcool descendo queimando em minha garganta.

— Ela não é daqui, certo?— Pergunto reparando seu corpo, sinceramente é lindo de se ver.

— Não, Não tem mulheres com esse corpo aqui em las Vegas, ela é Brasileira, uma puta Latina gostosa!— Ele diz e vejo ela se abaixando pegando o cabo que caiu.

— Por que não faz um striptize aqui ao invés de músicas ao vivo?  — Pergunto olhando para ele que não tira os olhos da moça.

— Por que eu iria falir.— Ele diz e gargalho.

— Sabe o que você precisa?

— Daquela vadia na minha cama?

— Não, de vergonha na cara.

Ele me olha e rola os olhos.

— Minha mulher não me aguenta mais, e convenhamos nem minha filha.

— Que?— Franzo o cenho e ele olha para mim.

— Minha filha é uma vagabunda, ela implorou para me dar, um dia me pegou irritado com sua mãe e sentou no meu colo se esfregando em mim, me beijando e falando que mamária minha rola a noite toda.— Olho para ele chocado e lembro de Sophia, minha princesinha.

— Minha princesa não é assim.— Murmuro é ele me olha franzindo o cenho.

— As vezes acho que você é uma farsa.— Ele diz desconfiado

É, eu sou mesmo.

TE TREINANDO PARA SER MINHA ESPOSA - +18Where stories live. Discover now