65 - Rebeca Evans

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Chego perto do saco e coloco o pé nele tentando sentir algo. Um corpo? Em um breve momento eu jurei que era o corpo do meu marido, o corpo do Felipe. Abro o saco e vejo pés cheios de sangue meus olhos enchem de lágrimas e continuo a abrir o saco.

Quando vi quem era dentro do saco comecei a chorar e a entrar em prantos, e todas as nossas memórias de todas as minhas vidas começam a vir a tona e meu corpo fraqueja e eu abraço o corpo a minha frente.

O Rafael, o meu melhor amigo por décadas... morreu. E eu fui a primeira a saber dessa notícia, da forma mais cruel possível! Encosto nossas testas e continuo a chorar muito! Uma dor se instalou no meu coração, a sensação de nunca mais ve-lo e nunca mais escutar suas risadas ou conversas paralelas me machucou, muito. Como irei contar a sua mãe que te achei, morto? Isso não é justo com ela, ela não merece isso...

— Rafa não, por favor diz que é brincadeira...— Murmuro sabendo que se isso aconteceu com ele pode ter acontecido com Felipe, e em pensar que nunca mais vou ve-lo me machuca de uma forma incondicional.

Junto forças e me levanto, ainda chorando corro até minha casa a procura do meu celular e o acho, ligo para a mãe de Rafa e a falo o que achei o Rafa e peço para ela vir até minha casa. Volto para seu copo e sento do lado do mesmo vendo o quão pálido ele está e cheio de sangue em suas vestes e corpo, Ele está irreconhecível, e seus olhos estão pretos e mortos.

Em 10 minutos a mãe dele chega e quando vê seu filho dentro do saco preto cai de joelhos e grita o mais alto que ela pode seu grito doeu em minha alma. Ela tampou o rosto com as mãos e se pos a chorar.

— Não... o meu filho não por favor!— Ela grita e eu coloco a mão em minha boca e volto a chorar olhando para ela que quando tira a mão do rosto e faz não com a cabeça.— não é ele, por favor Beca diz que não.— Ela implora me olhando com dor.

— Desculpa...— Sussuro apenas eu escutando.

Ela engatinha até ele abraça o mesmo e chora mais ainda sentindo seu filho aquela cena cortou meu coração, não imagino sua dor.

No funeral

Hoje é o funeral de Rafael os mais próximos da família estão aqui, Sophia quando descobriu que seu tio havia morrido chorou a madrugada toda em meus braços até cair no sono. Eu a coloquei para dormir e me fechei no quarto e chorei escondida dela pois precisava ao menos fingir que era forta do seu lado, mesmo não sendo.

— Mamãe, o papai foi junto, ne? Pode falar nao tem problema— Ela me pergunta é olho para ela é franzo o cenho.

— Como assim filha?

— Com o titio, ele foi junto com ele não? O papai morreu né mamãe?— Meus olhos encheram de lágrimas e a abracei fortemente.

— Seja mais forte que eu Soph...— Ela começa a chorar também e beijo o topo da sua cabeça.

Olho para Rafa e sinto um arrepio passar por nós e sei que é ele nos abraçando. Dou um sorriso e fecho os olhos que caem lágrimas constantemente. Respiro fundo e vejo meu sogro se aproximar de nós e ele cutucar Soph que olha para ele e pula em seus braços.

Ele tem sido um bom avô, ele é cuidadoso, amoroso e mima muito ela assim como sua avó, ele tira ela dali e coloco a mão no caixão de Rafa e dou um beijo em sua bochecha gelada.

— Obrigada por muito!— Digo e dou as costas para seu caixão, ando em direção a porta de saída e desço as escadas limpando as lágrimas.

Preciso ir até Gosth para pelo menos achar o corpo do meu marido. Abro a porta do carro e dou partida no mesmo e acelero saindo dali, chego até o beco de gosth e entro na porta de sua "loja"

— Preciso de você.— Falo entrando e tirando meu casaco ficando apenas de blusa e calça de alfaiataria preta.

— Não podemos.— Ela diz já sabendo.

— Como? Claro que podemos, ele está morto.— Digo e ela me olha com cara de quem está escondendo algo.

— Ele... Ele não está morto.— Ela diz olhando no fundo os meus olhos e meu coração por um minuto se alivia.

Dou um suspiro e dou um sorriso.

— Por que não me falou isso antes?

— Por que não posso, ou melhor não podia era regras de cima.

— Como?

— O Felipe é híbrido, Rebeca.— Ela diz e franzo o chenho.

— Como...?— Ela me corta.

— Felipe é de sangue branco e preto, ele é dos dois reinos, do bem e do mal.

— Como isso é possível?

— Não me falaram direito mais é isso e ele esta longe para te proteger, e precisamos que continue assim, Rebeca, o reino espiritual precisa da calmaria desses 2 anos, se vocês se encontrarem irá conturbar tudo, por favor....

— Não gosth, eu preciso do meu marido, temos uma filha, temos um futuro e um passado. Não podemos acabar assim.— Digo prendendo meu cabelo em um coque, começo a mexer em seus livros tentando achar algo sobre.

— Rebeca...

— Não gosth eu não posso ficar mais sem ele, você sabe o quão difícil tem sido sem ele, eu... eu não posso ficar mais sem o Felipe. — Digo certa em achar uma segunda opção.

— Rebeca, se vocês se encontrarem você morre.— Ela diz e nego com a cabeça.

—Não! Precisa ter uma segunda opção, uma segunda chance!

— Chega. Acabou.

Ela diz e paro e lágrimas começam a rolar no meu rosto freneticamente.

— Filha...— Escuto a voz da minha mãe e olha na direção da mesma e vejo ela, Sarah good.

Corro até ela como uma criança e caio em seus braços e no choro.

— Não pode ser possível... tem que haver outra opção, eu preciso dele mãe...— Digo em um sussuro fechando os olhos e a única coisa que escuto é um estalar de dedos, sinto vento bater em minhas costas e abro os olhos vendo que não estamos mais no beco de gosth.

Estamos em uma montanha, com uma das vistas mais lindas que eu já vi na minha vida, me fazendo lembrar da trilha que eu e Felipe fizemos a um tempo atrás... Eu sinto tanto sua falta.

TE TREINANDO PARA SER MINHA ESPOSA - +18Where stories live. Discover now