Cena Extra - Reencontro

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- Aqui é a casa da Danila? - Ele pergunta olhando para a casa com cores vibrantes, vermelho, verde, amarelo - É essa casa mesmo pai - ele desliga a moto, eu quase nunca venho aqui, pra falar a verdade a ultima vez foi no aniversário de 15 anos da Danila, que foi a 3 anos, nossa como o tempo voa.

- Danila já disse que ela não está aqui, Suely - ele diz com aquela expressão que só ele consegue fazer.

- E o senhor acredita, pai a Danila fingi tão bem que ganharia o Óscar mas rápido que o Leonardo Dicaprio - toco a campainha.

Eu não acho legal bater na porta de alguem 7 da manhã, mas esse é o horário que eu tenho disponível, daqui a 2 horas vou para a faculdade.

A porta se abre e o pai da amiga da minha irmã está de pé usando terno e gravata, acho que ele dorme assim, não é possível, haja estilo.

- Suely?

- Oi Marcus!

Digo passando por ele e entrando na casa, sei que é falta de educação mas eu não to ligando pra isso agora.

- Onde ela está?

- Ela quem? A Danila? - Meu pai entra e Marcus fecha a porta.

- Não, a princesa Elsa! Minha irmã, eu sei que ela está aqui.

- Marcus - meu pai diz segurando o ombro dele - estamos a um mês sem ver a Gabriela, você é pai, sabe como são as filhas, não é? - eu não entendo meu pai ele se mantém tão calmo diante de situações caóticas. Ele é tão convicente. Eu queria ter esse dom. Eu sou tão pavil curto. Karina me passou essa personalidade. Marcus fica calado por um instante e pensativo.

- Ela está...

- Não precisa incomodá-lo - Marcus é interrompido - eu to aqui.

Ela desce pela escada com seus cabelos loiros caindo sobre os ombros e um vestido rosa batendo em sua coxa. Seus lábios rosados cor chiclete e sua pele branca e macia.

- Ótimo, espero que sua estadia aqui tenha sido boa, agora vamos pra casa - seguro sua mão e a puxo mas então eu sou forçada a parar. Gabriela não caminha, como se estivesse colada no chão.

- Eu não voltar pra casa Suely.

- Eu vou fazer você voltar nem que pra isso eu e o papai tenhamos que te carregar nos braços. E dessa vez não vou me importar se você cair.

De repente, meu pai segura meu ombro. E diz: - Gabe, não precisa ser assim.

- E tem outra maneira de lutar contra isso? De esquecer, PAPAI?

Os dois ficam em silêncio olhando um para o outro.

- O que está rolando aqui? O que deu em vocês dois? Vocês eram tão unidos.

Papai respira e diz: - Suely, vamos conversar!

- Não! Suely diz que sou como a mãe dela então eu falo. Vem Suely - ela diz estendo a mão, eu seguro e andamos até a frente de casa, está ventilando forte aqui fora.

Ficamos uma do lado da outra vendo a paisagem da natureza.

- Então, eu gostaria que você não continuasse fugindo - digo.

- Não é tão simples.

- ENTÃO O QUE É? - digo sentindo meus olhos lacrimejar.

- Eu não queria te contar, queria ninguém soubesse, mas acho que você merece saber. Eu e seu pai... Nosso pai... Bom... Não sei como dizer, mas... Eu sinto algo estranho por ele, sentimentos estranhos.

- Fala minha língua Gabriela, do que está falando? - digo impaciente.

- Eu estou apaixonada pelo papai.

( Silêncio )

( Silêncio )

( Silêncio )

( Silêncio )

( Silêncio )

( Silêncio )

- E daí? Você só descobriu agora?

Tal Pai, Tal Filha [ Reescrevendo ]Where stories live. Discover now