D e c i o t t

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Capítulo 18 -  O início do caos


Desespero: - Estado de angústia e impaciência na qual se encontra uma pessoa.

     Se tivessem me falado que seria tão difícil esquecer alguém que gostamos, eu não teria me apaixonado. 

    Ah, como eu sou boba, como se eu conseguisse mandar no meu coração.   Como   se   eu   podesse   controlar   por   quem   me   apaixono.   Como deixei   chegar   nesse   ponto,   me   explica?

     Eu fazia o café da manhã dele, cuidava da casa e da Suely e as vezes eu sentava em seu colo em busca de carinho, ele costuma me fazer cócegas, brincávamos de lutinha desde criança, eu falava tudo que acontecia no meu dia pra ele.

     Esquece, eu já sei o porque deixei chegar nesse ponto. Era porque eu gostava disso... gostava de deixar a casa em ordem, não porque minha mãe me obrigava, mas porque no final do dia ele me agradecia.

     Então você me diz que isso é normal, é o que toda filha faz. Okay, seria normal, se eu não tivesse me apaixonado pelo meu próprio pai.

     Danila   interrompe   meus pensamentos   para   me   avisar   que alguém   quer   me   ver.   Deve ser o Rafael, ele vem aqui todo dia falar comigo. Bom, não seria exatamente falar, nós tipo estamos em um namoro ou algo parecido.

     Eu sei, eu sei, usar alguem pra esquecer outra é bobagem. Descobri que você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela.

     Rafael entra no quarto sorridente, com seu cabelo ruivo caindo sobre a testa e seus olhos brilhando ao me ver, eu estou tentando dar certo, estou mesmo.

- Amor eu trouxe um presente pra você?

Ele diz se aproximando da cama onde estou sentada com meu galaxy S6.

- Foi? Ah me diz o que você comprou.

     Ele me entrega a caixa rosada. E abro que nem uma criança no Natal, rasgando o embrulho. Ao abrir vejo um par de sapatos do tipo salto alto.

- Eu sei que as mulheres adoram salto alto.

- Ah, eu adorei.

     É mentira, eu não gostei, as mulheres gostam de salto alto, só que eu sou diferente, eu nunca uso salto alto, prefiro tênis que são confortáveis e não machucam seu pé no final do dia. Além disso eu faço educação física, será que ele não percebeu isso?

- Não vai experimentar?

- Ah, eu vou, depois, quando eu for sair. Como sabe o número que calço?

- Bom, eu medi seu pé enquanto dormia uma vez - ele sorri - eu sei que é um presente extravagante.

Ele mediu meu pé enquanto eu dormia? Isso foi estranho.

- Ah tudo bem, uma vez meu pai comprou um par de meias longas coloridas.

De repente o ambiente fica silêncioso.

- Desculpa.

Eu tenho falado muito no meu pai e o Rafael já reclamou algumas vezes comigo. Não sei se ele desconfia.

- Tudo bem amor, você ainda está sofrendo a distância da sua família.

Ele desliza os dedos subindo pela minha perna.

Tal Pai, Tal Filha [ Reescrevendo ]Where stories live. Discover now