Capítulo Oito

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Como Gustavo fizera questão de lhe avisar, Caleb já se encontrava no restaurante quando chegaram, mas não estava só, Luana sentiu uma pontada no coração ao reparar na mulher que o acompanhava: alta, bronzeada, cabelos platinados.

Só podia ser Ashley, claro, debruçada sobre o braço dele como se o possuísse. Luana se esforçou para sorrir ao perceber que Wilmer se levantava para recebê-la, os olhos escuros, cheios de admiração, percorrendo-a de alto a baixo.

- Mademoiselle me faz sentir tentado a cometer indiscrições. - ele falou beijando-a de leve na mão. - Talvez seja melhor eu morder a ponta da minha língua para evitar as palavras que me vêm à mente. -

- Se está planejando me convidar para fazer parte do seu harém, terá que esperar alguns anos até que eu fique velha demais para dançar. -

- Estou desolado Mademoiselle, não sei se conseguirei esperar. -

- Que escolha interessante de roupa, Luana. - Caleb murmurou, os olhos azuis brilhando perigosamente.

- Gosto dela, você não acha que me cai bem? -

- Não, não acho. vamos Gustavo, sente-se. -

- Como foi que você conseguiu se safar depois de ter atirado um cinzeiro no chefe? -

- Ele gosta que lhe atirem coisas.- Ashley riu, segura da situação. - Como recompensa, recebi aumento salarial. Você deveria experimentar essa tática. -

- Não, obrigado. Se eu tentasse algo parecido, seria posto para fora da empresa a pontapés. - Disparou Gustavo.

- Não creio que sua irmã seja o tipo de atirar objetos nos outros, não é? -

- Quer apostar? - Luana ergueu um copo de água, os olhos fixos na rival.

Num instante, Gustavo segurou o pulso da irmã, chocado com a reação dela.

- Desculpe se a ofendi. - Ashley se apressou a dizer. - Meu Deus, basta eu abrir a boca para todo o mundo vir abaixo. -

- Não precisa se desculpar. Raramente me ofendo, mesmo quando as pessoas me insultam de propósito. - Apesar de encarar Ashley, as palavras eram dirigidas a Caleb.

A atmosfera da mesa se tornou tão pesada, que podia ser cortada com uma faca. Wilmer levantou-se e estendeu a mão para Luana

- Seria uma honra se aceitasse dançar comigo, mademoiselle. -

- Sinto-me honrada em aceitar. - Ela ignorou o olhar furioso de Caleb e caminhou para pista, parecendo mais sedutora que nunca.

Wilmer se portou com absoluta elegância e discrição. No entanto, apesar de se tratar de um belo homem, não lhe despertava a mínima atração.

- Obrigada. - Luana falou muito séria. - Acho que a sua intervenção salvou a noite de um completo desastre. -

- Embora você possa pensar o contrário, Ashley não é maliciosa. É óbvio o que Caleb sente por você. -

- Você acha? - Ele assentiu.

- Dançar comigo está sendo muito doloroso? - Ele indagou de repente, percebendo a expressão tensa no rosto feminino.

- Meu tornozelo continua dolorido. E não está sarando tão depressa quanto eu esperava. Foi uma torção violenta. -

- E dançar é sua vida. -

- Sim, é a única coisa que me resta. -

- Se me dão licença? - A voz profunda e baixa soava cortante como o aço.

A BailarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora