Capítulo Dezessete

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Gustavo empalideceu violentamente ao ficar a par de toda a historia.

- Como é que eles sabiam o que se passava? - ele perguntou, a voz tensa e preocupada.

- Nossa casa está toda "grampeada". - Luana se jogou sobre o sofá exausta. - Chace usou um aparelhinho que interferia no sinal dos agentes inimigos. -

- Ah, já sei, Ian me explicou como funciona essa engenhoca. Quando cheguei aqui, descobri um aparelho de escuta largado num canto da sala e percebi que você havia sumido. No mesmo instante tive certeza de que a coisa era séria. Só não conseguia descobrir o quê. -

- Me Desculpe. - Caleb segurou o braço do amigo, num gesto de simpatia. - Assim que Ian me contou o que estava acontecendo eu não consegui pensar em mais nada a não ser encontrar Luana, não quis preocupá-lo. - Ele sorriu aliviado. - Acho melhor ligar para Ashley agora e lhe contar onde estamos. - Luana não teve coragem de encará-lo ao vê-lo pegar no telefone e discar o número da casa da rival.

- Vou subir e me trocar. - ela disse a Gustavo, tirando pedacinhos de vidro dos cabelos e da saia. - Foi uma noite muito difícil. -

- Posso imaginar, você está mancando. - disse abraçando-a.

- Ultimamente estou sempre mancando, aliás meu tornozelo tem ficado cada vez pior, não creio que algum dia eu vá melhorar mano. Acho que nunca mais serei a mesma. - Luana sorriu com amargura e subiu a escada.

Preocupado, ele observou a irmã, certo de que os problemas dela não se restringiam ao lado físico. O barulho do fone sendo colocado no gancho, o trouxe de volta aos problemas mais imediatos.

- Essa história está escapando do nosso controle. - Caleb estava bastante ansioso, a voz baixa e controlada revelando todo o tumulto interior. - Não posso mais levar essa farsa adiante, Luana parece um fantasma e aquele agente idiota podia tê-la matado, dirigindo como um louco, fugindo dos tiros inimigos.

- E se Chace não a tivesse tirado de casa, amigo? O que poderia ter acontecido à minha irmã? -

- Não gosto nem de pensar. -

- Que tal uma xícara de café? É bom para aliviar a tensão e pelo visto você está mais precisado do que eu. -

- Acho que eu precisaria tomar uma garrafa térmica inteira pra me sentir melhor. Imagino que agora Wilmer será cercado por um aparato de segurança tão grande quanto aquele ao redor do Fort Knox. Ok, vou subir e dar uma olhada em Luana. Ela estava muito indisposta. -

- O que não me surpreende nem um pouco, o tornozelo dela a incomoda. Minha irmã jamais voltará a dançar, você sabe disso, não é? -

- Sim, eu sei. E por qual outro motivo ela estaria querendo se casar comigo? Nós dois sabemos que se Luana realmente tivesse outra escolha, nunca abandonaria a carreira. -

- Tente se lembrar que nem seu pai nem minha mãe queriam o casamento de vocês e fizeram o possível para atrapalhar. -

- Eu sei. -

- Além de tudo, minha irmã era muito jovem, e cheia de medos também, ela não lhe explicou os motivos? -

- Sim, me falou qualquer coisa a respeito dos riscos da gravidez. -

- Luana não tinha apenas medo de engravidar, Caleb, era um pavor absoluto, total. Era ainda uma menina e estava visitando a irmã mais velha quando tudo aconteceu, infelizmente presenciou a tragédia e nada pôde fazer para ajudar. -

- Então Luana estava lá? Eu não sabia desse detalhe. -

- Ela se recusa a falar sobre o assunto com quem quer que seja, acho que ainda não foi capaz de superar o trauma, na ocasião você estava fora de Wichita e Luana tinha somente doze anos, é claro que trata-se de um assunto doloroso e não chegou a ser discutido abertamente. -

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