Capítulo Vinte

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Luana tomou um bom gole de licor e, desacostumada com bebidas fortes, tossiu um pouco.

- Isso explica muita coisa. Wilmer tem uma presença realmente de soberano, uma altivez natural. Algo que os políticos de carreira não possuem. Ele está fora de perigo agora, não é? -

- Sim, a tentativa de golpe militar fracassou e a agência achou que seria mais seguro mantê-lo aqui até a situação se acalmar. O governo de Wilmer mantém relações de amizade com o nosso e temos sorte de poder estabelecer posições estratégicas nas terras dele, caso ocorram problemas no Oriente Médio que solicitem a intervenção dos Estados Unidos. Por isso nosso governo estava ansioso para contornar qualquer contratempo e não hesitou em apoiar a Torres & Lopez Air na venda do modelo mais recente de avião de combate. Por isso também Wilmer recebeu proteção especial da CIA quando passou a correr perigo de vida. -

- Ainda não consigo acreditar no que estou ouvindo. -

- De qualquer maneira, você terá que manter a identidade dele em segredo porque Wilmer voltará ao nosso país em breve, logo antes do avião ficar pronto e os últimos detalhes no negócio serem fechados. Muitas vezes a vida de alguém tão importante depende da habilidade de passar desapercebido. Mesmo aqui, nos Estados Unidos, Wilmer não está livre dos ataques de grupos extremistas de seu reino. -

- Coitado, deve ser terrível ser vigiado o tempo inteiro. - Luana ficou em silêncio alguns minutos, os pensamentos vagando sobre os assuntos do coração. - Ele é rei, será que a lei do seu país o obriga a casar com uma princesa? Será que jamais poderá se casar por amor? -

- Não sei. - Caleb fitou-a intensamente, os olhos azuis ardendo de paixão. - Mas fico feliz por poder escolher minha própria esposa, como fui obrigado a esperar por ela durante dois longos anos, não tenho a mínima intenção de esperar mais um dia sequer. -

- Hum... você está me parecendo muito impulsivo. -

- Vou lhe mostrar o que é ser impulsivo de verdade. - Ele a pegou pela mão e praticamente a arrastou porta a fora. Várias horas depois, os resultados dos exames de sangue estavam prontos, os papéis para o casamento em andamento e a cerimônia marcada para o fim daquela mesma semana.

- Desta vez não vou deixá-la escapar de mim. - Felizes, os dois entraram na casa de Caleb abraçados, como um casal apaixonado - Minha mãe vai vibrar quando souber, vamos lhe telefonar ainda hoje para dar a notícia. A propósito, descobri três boas possibilidades onde seu estúdio poderá ser instalado. Talvez você gostaria de dar uma olhada nos imóveis amanhã. -

- Eu adoraria! - Luana o beijou com carinho sentindo-se como alguém que retorna ao lar depois de uma longa ausência, era bom estar de volta. A empregada de Caleb já havia ido embora horas antes e deixara um prato especial na geladeira. - Vou ficar para jantar? -

- Você vai ficar para sempre, hoje e todas as outras noites durante o resto das nossas vidas.

- Mas, gusta9 estará esperando por mim. -

Caleb beijou-a delicadamente a principio e então com uma sofreguidão crescente até deixá-la lânguida, entregue, incapaz de raciocinar. Porém as carícias não foram além de beijos e abraços. Quando dormiram naquela noite, nos braços um do outro, haviam decidido não fazer amor até o casamento. Afinal tinham o resto de suas vidas para saborear a intimidade.

Bem cedo, na manhã seguinte, Caleb levou a noiva para visitar os imóveis com maiores possibilidades de serem transformados numa bela academia de dança. Luana decidiu-se pelo que ficava a poucos quarteirões de distância da Torres & Lopez Air. A localização era ótima e o estacionamento enorme.

A BailarinaWhere stories live. Discover now