Capítulo Nove

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Wilmer se ofereceu para levar Gustavo e a irmã para casa, pois tinha a disposição uma limusine com chofer. Caleb, Luana reparou, não se dera ao trabalho de lhes oferecer carona. Provavelmente já havia traçado outros planos para o resto da noite. Planos que incluíam Ashley.

- Foi uma noite ótima. - Gustavo comentou. - Quanto tempo mais você está pensando ficar em Wichita, Wil? -

- Até que os últimos papéis de autorização de venda sejam assinados. - Ele olhou para Luana fixamente, os olhos escuros brilhando de admiração. - É uma pena, mas o dever me chama de volta ao meu país. Tem certeza que não consideraria a ideia de vir comigo? Você me encantar enquanto dança. -

Luana forçou um sorriso, ansiosa em relação ao próprio futuro. Seu tornozelo continuava tão frágil quanto no dia da queda e as preocupações só faziam aumentar, dia após dia.

- Fico lisonjeada com o convite. -

- Temos feito progresso em relação à liberdade feminina. Pelo menos nossas mulheres já não precisam se cobrir da cabeça aos pés e nem usar véu em público. -

- Você é casado? - ela indagou sem conter a curiosidade. - Não é verdade que os muçulmanos podem manter quatro esposas? -

- Não, não sou casado. Sim, é verdade que podem manter quatro esposas. Embora eu aceite muito dos ensinamentos dos profetas, não sou muçulmano, mademoiselle. Fui criado como cristão o que me proíbe de praticar a poligamia. -

_Estamos quase chegando, é só seguir em frente e dobrar à direita - Gustavo falou apontando na direção a ser seguida. - Você ainda não conhece nossa casa, não é Wilmer? -

- Não. -

- Então vamos entrar. - Luana convidou com prazer. - Posso lhe oferecer um cafezinho e ao seu motorista também. -

- Um outro dia talvez. - Wilmer sorriu e mostrou um carro escuro que os seguia a pequena distância. - Tenho um encontro marcado no hotel ainda hoje. -

- Imagino que sim. -

- Obrigado pela carona. - Gustavo desceu e segurou a porta para a irmã enquanto se despedia do árabe. - Vejo você amanhã no escritório da empresa. -

- Nesta sexta-feira concluiremos o negócio. Me daria muito prazer levar vocês dois, e nosso amigo Caleb, ao teatro. Até já comprei os ingressos, na certeza de que aceitariam o convite. -

- Eu adoraria! - Luana exclamou entusiasmada.

- Será um prazer. - Gustavo concordou. - Obrigado. -

- Vou mandar o carro vir buscá-los às dezoito horas. Teremos tempo para um jantar tranquilo antes da peça. - Wilmer sorriu e fez sinal para o chofer seguir em frente. O carro escuro continuou logo atrás.

- Ele está sendo seguido? -

- Sim. - Gustavo evitava encarar a irmã. - Wil, possui sua própria segurança pessoal. -

- Gosto dele. - Ela falou devagar, abrindo a porta da frente e acendendo a luz.

- Você tem estado muito quieta desde que dançou com Caleb. O que aconteceu? Mais problemas?

- Na verdade não, Caleb está apenas me forçando a engolir a existência da Ashley. Por que isso deveria me incomodar? -

- Talvez ele esteja tentando despertar seu ciúme. -

- Ainda não chegou o dia em que o orgulhoso Lopez lançará mão desse tipo de tática. - Gustavo ia dizer alguma coisa, mas pareceu mudar de ideia.

- Wilmer é mesmo muito misterioso. - Luana comentou pensativa. - Dá a impressão de não ser exatamente o que aparenta. De qualquer maneira, é um homem educado, não é? -

A BailarinaWhere stories live. Discover now