Capítulo Treze

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Caleb mal podia acreditar no que havia feito. Seu prazer fora absoluto e o fizera perder por completo a cabeça. Ele estivera tão desesperado para possuí-la que nem mesmo tirara toda a roupa. Chegara até o desatino de amá-la sobre o tapete, quando a primeira vez deveria ter sido na cama, depois de estarem legalmente casados. E o pior de tudo era que, atordoado pelos sentimentos, fora incapaz de se lembrar da necessidade de usar preservativo ou qualquer outro tipo de proteção contra uma gravidez indesejada.

- Oh, Droga! - Caleb murmurou alto. Agitado, ficou de pé e subiu o zíper da calça. Depois de acender um cigarro, colocou a camisa e a abotoou sem ter coragem de encarar Luana.

Com as mãos trêmulas e o rosto em fogo, ela vestiu a camisola. A calcinha foi deixada de lado, estava toda rasgada e não havia como consertar. Caleb fumou metade do cigarro antes de apagá-lo no cinzeiro. Somente depois de apertar o nó da gravata e colocar o paletó é que voltou a fitá-la.

Sentada na ponta do sofá, Luana parecia bastante desconfortável e envergonhada. Ele permaneceu de pé, procurando desesperadamente as palavras certas para dizer. Mas depois do que acontecera, não havia muito a ser dito ou explicado.

- Você vai ficar um pouco dolorida. - falou sem jeito. - Sinto muito não poder ter lhe poupado a dor. - Ela cruzou os braços sobre os seios e estremeceu.

Ansioso, Caleb se ajoelhou junto dela, o olhar penetrante buscando compreender o que se passava no intimo da mulher que acabara de lhe pertencer.

- Luanaestá tudo bem. Você não tem motivos para sentir vergonha. -

- Não tenho mesmo? - Lágrimas quentes escorriam pelo rosto belo e triste.

- Baby - Num gesto impulsivo, tomou-a nos braços e a aninhou de encontro ao peito forte, beijando-a delicadamente no pescoço. - Baby, não chore. -

- Sou um tipo fácil, vulgar.-

- Não, você não é nada disso, apenas nos amamos, é tão terrível assim? Se eu não tivesse agido como um louco e a afastado de mim, tudo isso teria acontecido dois anos atrás. E você sabe que digo a verdade. - Não havia argumentos para contradizê-lo. Não se pode querer tampar o sol com a peneira.

- Você vai contar a Ashley? -

- Não, não vou. O que aconteceu entre nós não diz respeito a ninguém. - Embora continuasse se sentindo arrasada, o sofrimento foi suavizado quando Caleb a abraçou. Oh, Deus, quisera não ter que se afastar jamais. Ele era forte, protetor. O que acontecera entre os dois fora natural. Não havia motivos para embaraço.

- Você não usou nada. - Larissa murmurou, sabendo que ambos sequer tinham pensado em se proteger para evitar uma possível gravidez.

- Eu sei, agi como um tolo, mas estava excitado demais para me importar com qualquer outra coisa a ser amá-la. Me desculpe, fui irresponsável, é imperdoável da minha parte. - Luana permaneceu em silencio, pensativa.

- No que você está pensado agora? - ele perguntou curioso.

- Você era filho único, por acaso seu pai teve irmãs? -

- Não, meninos costumam predominar na minha família. Era isso o que queria saber? -

- Sim. - Gentilmente, numa carícia terna e suave, Caleb a tocou de leve no ventre.

- Um filho seria o fim da sua carreira profissional. -

- E por acaso meu tornozelo já não se encarregou disso? - Ele ficou sério, uma expressão estranha no olhar.

- O que você está querendo dizer? - Decidida a enfrentar a situação, Luana atirou a cautela pela janela. Era hora de ser sincera. Inteiramente sincera e honesta não importando o que lhe custasse. Afinal, já não tinha mais nada a perder.

A BailarinaDove le storie prendono vita. Scoprilo ora