Birthdayte - Final

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Continuei comendo meu muffin de chocolate com gotas de chocolate em silêncio, enquanto Nel me observava intensamente, avaliando as microexpressões de prazer de meu rosto.

- Mas está bom mesmo? - ele perguntou, mais uma vez.

Assenti enquanto tentava limpar meus lábios que com certeza estavam sujíssimos com a massa marrom.

- Hm, mesmo assim, não sei se acho que esse muffin é um substituto a altura de um bolo de aniversároi de verdade.

Ri revirando os olhos.

- É muito mais do que eu poderia esperar, Nel, sério - insisti - Ainda mais de um completo estranho que conheci em um elevador há... cinquenta minutos.

Ele gargalhou.

- Nos conhecemos há mais tempo do que isso, né? - corrigiu - Afinal, você olhou minha mochila e coisou as mangas da camisa.

Pendi minha cabeça para o lado direito, pensativa, antes de responder:

- Ah, claro, então eu te conheço há uma hora e meia! Quase a vida inteira, não é mesmo?

Foi a vez de Leonel revirar os olhos, divertindo-se com a situação toda.

- Não venha reclamar de mim. Você que me mandou tirar as roupas no instante em que fiquei sozinho com você no elevador.

Arregalei os olhos, antes de dar um tapa em seu ombro.

De leve, espero.

- Meu Deus! Como você distorce tudo! - protestei, com minha barriga doendo de tanto rir, e meu rosto queimando de vergonha. - Eu não te pedi pra tirar a roupa, eu disse...

- ...que agora eu já poderia tirar a roupa. - completou - Eu entrei no elevador, você esperou que ficássemos sozinhos, arremessou seu corpo em minha direção e disse "Pronto, gostoso, agora você pode tirar a roupa".

Engasguei com a mordida mais recente.

- Óbvio que não! - exclamei, no minuto em que consegui me recompor - Você entrou no elevador, eu te reconheci como pessoa com maior má vontade do universo e arredores e avisei, gentilmente, que você já podia se livrar do terno - reformulei.

- Sei lá, eu lembro de outro jeito.

- Podemos voltar no prédio e pedir acesso às câmeras de segurança - propus, com um sorriso desafiador brotando em meus lábios.

- O quê? E ficar revendo gravações em pleno aniversário? Jamais!

Então, tirou o celular do bolso para olhar alguma coisa - meu deus, como suas mãos eram brozeadas, as unhas limpas e aparadas, seus dedos longos e fortes e... e...

- E aí, quais são seus planos para hoje? - perguntou, arrancando-me para fora de meus devaneios.

- Nada, fugi da aula, lembro? Minha mãe só me espera em casa no final da tarde. - fitei minhas mãos repousando em cima do colo, antes de completar - E os seus?

- E não está óbvio? Salvar seu dia.

Ri, jogando a cabeça para trás.

- Jura que você quer passar o dia comemorando o aniversário de uma desconhecida?

- Você não é uma desconhecida. É a Monalisa, que tem problemas de confiança porque faz aniversário dia primeiro de abril, gosta de pink lemonade, adora seduzir desconhecidos dentro de elevadores e odeia Leonardos em geral.

Meus lábios abriram um sorriso que seria capaz de iluminar a cidade inteira.

Ele tinha ouvido tudo que eu disse.

Nossos 12 mesesWhere stories live. Discover now