30.11.2012
No ano em que Guilherme se mudou, nos vimos apenas no meu aniversário. Fiz uma festa, chamei amigos em comum e o chamei sem compromisso. Ele veio.
- Feliz aniversááário! – ele me abraçou rápido, mas apertado. – Não trouxe presente.
Ri, me afastanto.
- Eu já esperava por isso, seu idiota.
- Que menina meiga. Quanto mais velha, mais meiga. Sagitariana chata. – ele bagunçou meus cabelos.
- Sou mesmo. Sai daqui!
Nós não tínhamos nos falado muito desde alguns dias antes da mudança dele. Havia quase dois meses que Guilherme havia se mudado.
- Como está sua nova casa? – perguntei indo até a mesa pegar uma bebida não alcóolica que minha mãe preparou para a festa. Guilherme me seguia.
- Está legal. Bem legal, na real. Muitas meninas, como você disse – ele disse a ultima frase com malicia.
O observei com o canto dos olhos e balancei a cabeça, com preguiça de ter ouvido aquilo.
- Imagino. Bem sua cara mesmo...
Então desviei minha atenção para a festa e olhei ao redor, satisfeita.
A festa estava sendo no jardim da minha casa. Minha mãe, empenhada em me ajudar a fazer algo simples e bacana, intimou meu pai a pendurar luzes por toda a extensão do jardim, e essa, fora algumas bandeirinhas coloridas presas nas 3 arvores que tínhamos, era a única decoração que havia.
Na grama, criamos alguns nichos com tapetes, almofadas, pufs e bancos para que todos pudessem se sentar e ficar a vontade, já que não havia muitas atrações e todos se conheciam. Respirei fundo e sorri.
Como era fim de tarde, o sol já se punha e as luzes estavam acesas, emprestando um ar lúdico, confortável e charmoso ao lugar. Estava quente. Não um calor de verão, mas um calor agradável, que prometia um verão muito quente em janeiro. Eu estava bastante feliz e tranquila. Meus amigos e primos, espalhados, conversavam e riam entre si. Naquele momento, nada podia ser melhor.
Me voltei para Guilherme, que me observava, e levei um gole da bebida a boca. Ele também segurava um copo.
- Você parece feliz – Guilherme constatou com um meio sorriso. Ele tomou um gole da bebida e fez uma careta instantânea – O que é isso?
Eu ri alto.
- Eu estou feliz, sim... E isso, é um ponche não alcóolico.
- Tá ruim!
- Não beba - dei de ombros, divertida.
- "Não beba" – ele me imitou, afetado, revirando os olhos - Chata pra caramba.
- Vou convidar você a se retirar da minha festa, moço. – brinquei e comecei a me afastar – Está reclamando demais.
Ele deixou a bebida na mesa e começou a me seguir pela grama.
- Fiquei sabendo que você passou em Arquitetura – ele mudou de assunto.
- Siiiiim! – exclamei animada – na Federal.
- Que pretensão – esnobou levemente, brincando.
- Que inteligência – corrigi, rindo – Quem te contou?
- O Anderson – ele fez uma cara de "Eu sei o que rolou entre você e o Anderson" – Aquele que você dispensou, depois que ele te pediu em namoro.
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Nossos 12 meses
Short StoryTodo mundo adora aqueles feriados que aparecem para te dar uma folga (merecida) da rotina. No entanto, não há nada pior do que vê-los chegar e não ter absolutamente nada para fazer-ou ler. Passe o ano conosco, acompanhando momentos de romance, coméd...