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Já era noite. Eu estava me arrumando com as meninas enquanto dançávamos ao som da nossa banda favorita, 5 Seconds Of Summer. Foi quando meu celular tocou chamando minha atenção para o número que aparecia na tela, Hospital. De imediato desligo a música e atendo.

- Senhorita Peterson?

- Sim

- Aqui é do Hospital Renascer, precisamos da senhora aqui pois descobrimos algo sobre a doença da paciente Emily, sua irmã.

- Estou a caminho - então a ligação é encerrada, olho para as meninas que me encaram preocupadas.

- Tenho que ir para o hospital - digo apressada enquanto tiro o vestido festivo para trocar por uma calça justa e um moletom folgado.

- Vamos com você, te daremos uma carona. - anuncia Atena sem querer explicações.

- A carona aceito, mas a companhia não. Isso é um problema meu, quero que vocês vão até aquela festa e arrasem. - digo enquanto entramos no carro, as meninas não contestam já que sabem que mantenho tal assunto como pessoal e as mesmas respeitam a minha privacidade.

Já no hospital corro até a sala de visitas, onde encontro os meus pais sentados. A recepcionista entra na sala do doutor para informar que já estou presente.

- O que aconteceu? Ela está bem? - meu tom exala preocupação.

- Não sabemos, o doutor disse que apenas falaria quando você estivesse aqui - explica minha mãe, logo o doutor entra na sala com seu traje impecável e com uma expressão desagradável.

- Então...- apressa meu pai para dar inicio a conversa.

- Bom, recebi um e-mail dos médicos responsáveis pela pesquisa da doença da Emily. Aqueles, cujo o senhor contratou, me informaram que descobriram a doença de sua filha. - informa em um tom formal.

- Isso é maravilhoso - diz minha mãe contente

- Que notícia boa, isso me deixa aliviado. - diz meu pai pondo a mão no peito enquanto suspira. Percebi que o doutor, cujo o nome é Fernando, não parecia tão alegre com tal notícia.

- Mas? - pergunto receosa

- A Emily tem uma doença raríssima, onde foi por esta razão que os outros hospitais não puderam dar um diagnóstico concreto. Essa doença, infelizmente, não tem cura e mata aos poucos - conta evitando contato visual comigo. Por um instante, sinto meu mundo desabar. Qual era o motivo para isso estar acontecendo com a minha pequena?

- Quanto tempo ela tem de vida? - minha mãe segura o choro.

- Um mês no máximo, porém podemos retardar a doença com alguns tratamentos alternativos que temos. Contudo, são tratamentos pesados que exigiriam muito da Emily. - informa. Minha mãe esquece sua raiva por meu pai e o abraça, despejando suas lágrimas no ombro dele. Recebo um olhar de pena pelo doutor Fernando que se retira. Corro para o único local que tenho como meu, a cobertura do hospital. Abro as portas de vidro que ali tinha e sinto o vento frio me receber, bagunçando os fios rosados de meu cabelo. Ando com pressa até o pequeno muro de concreto, que contém uma maravilhosa vista da cidade. Libero as lágrimas que guardei desde o primeiro momento, desde o primeiro pedido de socorro que ouvi da Emily, deixo que as lágrimas desçam silenciosamente. Abaixo a minha cabeça dando uma fungada e fecho os meus olhos para tentar processar tudo que escutei. Ouço a porta se bater com força e com tal barulho me assusto, assim me virando. Percebo uma outra pessoa presente naquele ambiente, tento focalizar minha visão e me deparo com um rosto de um garoto.

- Desculpe eu não sabia que você estava aqui - pede baixo e o vejo abrir a porta para se retirar.

- Tudo bem, pode ficar. Eu já estava de saída. - seco os meus olhos com as costas de minha mão.

Minha Querida JúpiterOnde as histórias ganham vida. Descobre agora