Página 29

5.8K 849 144
                                    

Respiro fundo para atender a chamada.

- Querida, venha para o hospital! - meu pai grita do outro lado e desliga antes que eu possa pronunciar qualquer coisa. Recolho minhas coisas e aviso a minhas amigas que pegarei um táxi, mas as mesmas rebatem e dizem que vão me levar.

Chegamos em alguns minutos e eu já havia saltado do carro. Corro pelos corredores e pressiono o botão do elevador. O mesmo demora muito, então opto por subir os doze lances de escadas. Tomo fôlego ao chegar no andar em que minha irmã está, encontro meus pais sentados na sala de espera. As meninas entram na sala e me olham assustadas, talvez por eu estar suada após ter subido tudo aquilo.

- O que aconteceu? Ela está bem? - pergunto para o meu pai que se levanta e vem em minha direção.

- A Emily parou de respirar e os batimentos cardíacos dela entrou em decadência. Os médicos estão la, fazendo o possível para deixa-la viva - sua explicação me deixou tonta e em fração de segundos senti meu corpo pesar. Eu iria parar no chão, se alguém não tivesse me segurado por trás.

- Ei! Você está bem? - a pessoa pergunta e eu a reconheço. Alec. Me viro para encara-lo e ele passa seus braços por minha cintura e me puxa para si, em um abraço. Eu estava em choque e não conseguia reagir. Eu não conseguia falar ou chorar. O pânico tampou minha garganta.

Eu apenas rezava para que tudo desse certo e que minha irmã ficasse bem, ao menos, uma última vez. O alec me dirige até uma das cadeiras que a sala possui e me senta em uma, se agachando em minha frente.

- Vai ficar tudo bem, okay? Confie em mim, isso vai passar - me conforta, passando uma mecha do meu cabelo para trás do meu ouvido. Assinto, sentindo meu corpo tremer.

Todos nós esperamos por notícias durante algumas horas. Até que, finalmente, o doutor Fernando apareceu na sala de espera e nos fez levantar.

- Fizemos tudo que podíamos - ele faz uma pausa - Infelizmente, a Emily não consegue respirar por conta própria e precisa dos aparelhos. Todo seu corpo está se desligando do cérebro, ele não reage mais aos medicamentos e supomos que ela não aguentará por tanto tempo.

- Quanto tempo? - meu pai pergunta.

- Algumas horas - joga a bomba - eu sinto muito - dito isso, ele se retira. Minha mãe chora no canto da sala e meu pai se senta, abaixando a cabeça. Minhas amigas se abraçam e eu corro para longe dali. Vou direto para a varanda, eu me sentia sufocada e precisava de ar.

Abro a porta de vidro e me suspendo no pequeno muro de tijolos. O vento bagunça meus cabelos e me permito chorar. Grito e xingo para liberar a raiva que estava acumulada dentro de mim, caindo de joelhos.

- Eu sinto muito - Alec me abraça.

- Ela vai morrer, Alec. Ela só é uma criança. Ela não vai para faculdade, nem vai ter um marido ou filhos. Ela não vai poder realizar seus sonhos. - choramingo e ele me aperta contra si.

- Escuta, eu sei o quanto isso pode estar doendo, mas você precisa se reerguer. Você precisa se despedir, e não pode ir nesse estado. Você tem que passar segurança a ela, imagina o medo que ela está sentindo no momento. - ele enxuga minhas lágrimas que escorrem por minhas bochechas. Assinto e agarro sua mão que foi estendida para mim. Ele entrelaça nossos dedos e me leva de volta para o corredor do quarto dela. Foi me informado de que cada pessoa teria uma hora com ela. As meninas e o Alec foram primeiro e se revezaram, vinte minutos para cada. Depois os meus pais que demoraram mais do que o programado, mas eu permiti. Se está sendo difícil para mim, para eles deve está sendo o extremo.

***
É importante que vocês favoritem e comentem 💛

Minha Querida JúpiterOnde as histórias ganham vida. Descobre agora