❝Júpiter Peterson é uma adolescente prestes a fazer dezessete anos com a vida bastante conturbada.
Tendo que dividir sua atenção e sua rotina para os estudos, os cuidados com o seu cabelo tingido de rosa, os casos românticos das suas melhores amigas...
Acordo sentindo minha cabeça pesar e doer com qualquer mínimo barulho. Me levanto de onde estou deitada e varro o local com meus olhos, concluindo que estou em meu próprio quarto. Porém, como?
Vasculho minha mente atrás de alguma lembrança que respondesse minha dúvida, mas a noite anterior está fragmentada em minha mente. Tudo está um grande borrão.
Saio do meu quarto e caminho lentamente até o banheiro, onde lavo o meu rosto para retirar a maquiagem borrada e escovo meus dentes. Prendo meu cabelo descolorido em um coque mal feito. Vou para sala, onde encontro a televisão ligada, o que me ajuda a supor que minha mãe está acordada e na cozinha.
- Então a bela adormecida acordou? A festa foi boa, hein - brinca, mexendo em uma panela.
- Para de gritar - massageio minha têmpora.
- Eu não estou gritando - ela sussurra - ah, querida, você está de ressaca - ela gargalha, alto demais. A repreendo com o olhar e ela tampa a própria boca. Busca um remédio no armário e me entrega o mesmo junto à um copo de água. - Posso te parabenizar, agora? - diz mais baixo. Assinto e ela me puxa de lado em um abraço. - Feliz aniversário, minha flor, que todos os seus sonhos se realizem - deseja e dá um beijo em minha bochecha.
- Obrigada - bocejo - É normal não me lembrar de nada da noite anterior? - pergunto preocupada.
- Sim, quando você bebe além do seu limite - ela ri - Parece que o Alec mentiu sobre a quantidade de álcool que você ingeriu.
- Alec? Foi ele quem me trouxe? De que horas? - questiono.
- Sim, acho que eram seis horas da manhã quando ele botou você na cama. Querida, deveria falar com ele e com suas amigas, isso te fará lembrar de algo - ela bate levemente nas minhas costas, se voltando para o fogão novamente. Então, decido voltar para o meu quarto.
Bato meu pé em uma caixa amarela quando vou sentar em minha cama. Me agacho e a puxo para cima, a abrindo e encontrando os presentes do Alec do dia anterior. Sorrio, pegando meu celular em cima do criado-mudo.
Mensagem Júpiter [Enviada às 14:40]
Preciso falar com você
Mensagem Alec [Enviada às 14:43]
Bom dia, aniversariante, estou ocupado agora. Porém, mais tarde eu prometo que dou uma passada em sua humilde residência.
Mensagem Júpiter [Enviada às 14:45]
Tudo bem :)
Mando uma mensagem no grupo das meninas, explicando minha situação pós-bêbada. Elas riem do meu desespero e avisam que chegaram em alguns minutos.
(...)
- Eu não acredito! - cubro meu rosto, vermelho de vergonha, com as mãos. As meninas estavam me contando sobre meu show em cima da mesa da boate, completamente bêbada.
- Você dançou bem. Tinha um monte de garotos te desejando. Você dançou até o Alec te tirar lá de cima. - Louisa conta rindo.
- Como ele conseguiu me controlar? Eu não fiz mais nenhuma loucura, né? - indago com receio da resposta delas.
- Nós perdemos vocês dois de vista logo depois. Acho que terá que perguntar a ele. - Atena dá de ombros.
- Procuramos vocês dois no final da festa, mas como não achamos, fomos embora - Louisa diz.
- Quer dizer que vocês me deixaram completamente bêbada e largada na festa? - pergunto horrorizada.
- O Alec deve ter te trazido para casa antes mesmo da gente ter ido te procurar - Atena me tranquiliza.
Algo no meu subconsciente me diz o contrário, mas prefiro ignorá-lo.
(...)
Ficamos conversando sobre coisas aleatórias até a Louisa achar a caixa debaixo de minha cama.
- O que é isso? - pergunta curiosa e abre - wow - ela diz admirada com os presentes.
- Você comprou? - Atena se aproxima da caixa para ver também.
- O Alec me deu - sorrio de lado.
- Hmmm - as meninas dizem em uníssono.
- Parem com isso! - mando, envergonhada.
- Se algum garoto fizesse isso por mim, eu casava - Louisa brinca.
- Ele é o meu melhor amigo - rebato.
- Por que você não consegue enxergar o homem em sua frente? - Atena pergunta e revira os olhos.
Então, tenho um flashback da noite anterior.
"Eu estava deitada em um quarto que não reconheço enquanto o Alec estava em minha frente.
- As minhas amigas sempre me alertaram sobre seus sentimentos, mas eu nunca acreditei - eu sorri - você deveria me contar isso quando eu não estiver sob efeito de algo alcoólico - eu disse antes fechar os olhos."
- Alô? Terra chamando Júpiter - Louisa estala os dedos na frente do meu rosto e depois gargalha do próprio trocadilho.
Contudo, não consigo pensar outra coisa além de: Por que eu disse aquilo? E quais são seus sentimentos?
**** É normal sentir raiva da lerdeza da própria personagem?
THANKS POR 11K e não se esqueçam de antes de sair do livro, deixar sua estrelinha e comentar sobre o que achou.
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