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Depois de alguns minutos, eu resolvi o ajudar. Peguei em meu guarda-roupa um creme removedor de maquiagem e o entreguei no banheiro. Ao ler o rótulo, ele me encara.

- Você tinha planejado isso desde o começo, não foi? - pergunta enquanto passa o creme em um algodão e, finalmente, retira a maquiagem por completo. Concordo com um sorriso e ele lança-me o seu dedo do meio. O acompanho até minha cama, onde decidimos nos deitar e assistir um filme.

(...)

Estávamos na metade do filme quando o toque de seu celular interrompeu nossa concentração.

- Alô - diz ao atender. Ele conversa com a outra pessoa e o vejo dar um sermão nela antes de desligar - Eu vou ter que ir, o Nicolas se meteu em uma briga e está bastante machucado. - assinto e o acompanho até a porta.

- Obrigada por me fazer esquecer daquela merda toda por algumas horas - agradeço com um sorriso e ele se aproxima.

- Você sabe que pode contar comigo sempre que precisar, não é? - assinto e ele segura meu queixo para eu encarar seus olhos - Júpiter, você é importante para mim. E vê-la naquele estado me destrói por dentro. - ele sussurra pondo uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha. Ele tem essa mania.

- Eu sei disso, me perdoe - devolvo no mesmo tom. Nos encaramos por segundos que parecem horas. Ele aproxima o seu rosto do meu, fechando os seus olhos. Nossos lábios se encostam e antes que um beijo pudesse acontecer, alguém grita o meu nome do andar de baixo. Saímos de nosso transe, ele se afasta com um sorriso de lado.

- Até amanhã - deposita um beijo em minha testa e sai.

A pessoa que havia interrompido nosso momento era o Felipe. Ele chegou eufórico e não havia parado de falar desde o momento que cruzou a porta. Contudo, eu não conseguia me concentrar em suas palavras. Aquele quase beijo havia feito eu me questionar sobre tudo relacionado a nós dois, o que ocasionou aquilo? Um sentimento enterrado por nossa amizade? Eu prefiro pensar que não.

- Você poderia, por favor, prestar atenção e não fingir que está entendendo o que estou falando? - estrala os dedos enfrente aos meus olhos enquanto reclama.

- Estou meio aérea estes dias, desculpe.

- E, por acaso, o garoto que saiu daqui há 30 minutos teria alguma coisa haver com isso?

- Não - minto de imediato.

- Sim, tem. - ele me contradiz - mas o que seria?

- Nada - minto de novo.

- Uma discussão? - tenta adivinhar através das minhas expressões, ele era bom nisso - não. Talvez uma garota? - ele espera - não. Um beijo? - ele arregala os olhos - isso foi um beijo! - ele conclui.

- Não foi um beijo - reviro os olhos, em parte era verdade.

- Foi algo parecido. Não tente mentir, Júpiter. Te conheço muito bem para isso.

- O que você veio falar mesmo? - mudo de assunto e é sua vez de revirar os olhos.

- Bom, você acreditaria se eu dissesse que um amigo distante meu está gostando de uma menina e eu quero ajuda-lo? - sorrio.

- De quem você está gostando? - ele bufa frustado.

- Ótimo, eu também não consigo mentir para você. - ele pensa - eu não vou te dar nomes, mas eu realmente acho que estou gostando dessa pessoa e preciso de ajuda.

Passei o resto da tarde em uma conversa com o Felipe sobre sentimentos e conselhos amorosos, e em nenhum momento ele deixou escapar o nome da garota ou algo que me desse uma pista sobre quem ela seria.

***
Poxa, Felipe!

Minha Querida JúpiterOnde as histórias ganham vida. Descobre agora