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Ficamos nos encarando por alguns longos segundos, ambos não sabiam o que dizer.

- Desculpa por ter tirado conclusões precipitadas - sussurro desviando meu olhar para as minhas mãos brancas e trêmulas. O escuto murmurar algo e logo sou puxada para um abraço. Fico um pouco surpresa com sua ação, mas retribuo o gesto. Nos separamos segundos após, ele possui um pequeno sorriso desenhado em seus lábios.

- Beleza? - pergunta esticando sua mão que está fechada.

- Beleza - afirmo socando sua mão levemente.

- Talvez beleza seja o nosso sempre - recita um livro famoso, me arrancando uma risada.

- Por que não se importou consigo mesmo e sim, comigo? - deixo a curiosidade falar mais alto que meu orgulho.

- Porque, querendo ou não, eu sempre serei assunto na boca do povo e você não precisa passar por isso - dá de ombros.

- Pensei que gostasse de sua popularidade - encaro a paisagem diante dos meus olhos, a cidade iluminada pelas luzes dos comércios e dos veículos que andam de um lado para o outro.

- Para algumas coisas eu até gosto. Como ser convidado para várias festas e entrar de graça em alguns lugares. Entretanto, sou cercado de pessoas falsas e interesseiras, que só falam ou andam comigo por causa da estúpida popularidade. Ganho diversos elogios por minha beleza, mas raros sobre meu carácter. Eu posso ser um cretino, mas ainda sim haverá pessoas me achando o melhor ser humano do mundo. Tenho curtidas e seguidores, mas pessoas para estarem comigo quando preciso, não.

- E eu pensando que ser popular era legal - rio.

- Longe disso. Pessoas como minha irmã dizem que é maravilhoso, mas é só porque são idolatradas.

- Porém, no fundo sabem que são vazias - completo seu pensamento e ele sorri.

- Exatamente - faz uma pausa - mas e você? como é ser normal?

- Odiada e ignorada por todos - corrijo - Bom, não é maravilhoso, mas também não é péssimo. Com um tempo você acaba se acostumando. No começo, eu pensei que o erro estivesse em mim, mas percebi que na verdade era eles. Foi quando pensei; foda-se se eles não gostam de mim, eu gosto e é tudo que importa. Eu não preciso deles, eu tenho minhas amigas e minha família, que apesar de seus defeitos, sempre estão comigo. - desabafo e ele me olha compreensivo.

- e agora tem a mim - diz me fazendo sorrir.

- e você a mim, não está mais sozinho - ele dá um sorriso fraco e desvia o olhar - ta tudo bem?

- , é só que...- ele faz uma pausa e respira fundo, ele tem um pequeno conflito interno e decide mudar de assunto - temos aula amanhã e já são...- ele pega seu celular para ver a hora e se assusta - wow, onze horas da noite.

- Meu Deus, minha mãe já deve ter ligado para o FBI - digo apavorada e ele solta uma gargalhada - Eu não estou brincando, Alec. Ela vai me comer viva e estou sem celular - ponho a mão na testa.

- Toma, usa o meu. - me entrega seu celular já desbloqueado. Disco o número da minha mãe que atende no segundo toque.

- Mãe? - digo assim que ela atende.

- JÚPITER, AONDE VOCÊ ESTÁ? SABE QUE HORAS SÃO? EU ESTAVA QUASE TENDO UM PIRIPAQUE - grita do outro lado da linha.

- Calma, eu estou no hospital e não vi a hora passar - explico.

- Por que não atendeu a bosta do telefone? Não sei pra quê tem, se não usa.

- O papai pegou o meu celular e já estou indo para casa.

- Tudo bem, de quem é esse celular? Porque eu quero ter pra quem ligar, caso ocorra uma segunda vez, o que espero que não aconteça.

- Sabe o que é, mãe? é que esse telefone é de uma enfermeira. Ela está de plantão apenas pela manhã, então acho melhor a senhora não salvar o número - minto encarando o Alec que prende o riso.

-Okay, esteja aqui em trinta minutos ou se considere uma pessoa morta! - dito isso, ela desliga.

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Hey pessoas, estão gostando da história? Infelizmente, só estou podendo postar um por semana.

Obrigada pelo 1k em visualizações. 💛

Eu leio cada comentário de vocês e agradeço de verdade, por vocês disponibilizarem um pouco do tempo de vocês pra lerem a história da Júpiter.

Minha Querida JúpiterWhere stories live. Discover now