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CAPÍTULO ESCRITO NA SEGUNDA EDIÇÃO DE REM!

Confirme se leu os outros capítulos derivados do capítulo 11.

Destranco a porta de casa e já escuto o som da música irritante e coreana da Alisson. A outra filha de Roward também está aqui e está vendo Dance Moms na televisão. Ela olha para o lado para ver quem chegou e, desinteressada, não diz nada quando volta seu olhar para o programa. Essa garota fala tampouco quanto Roward, e isso me incomoda demais. Quando abrem a boca, só sabem diminuir alguém ou falar sobre dinheiro ou os dois, então é melhor que fique calada. "Minha mãe está aqui?"

Torço para que Lauren fale que não. Harry não parece se importar em estar aqui sem sua família, mas isso com certeza vai ser notícia pelo próximo mês. "Sim, ela tá na cozinha."

Eu tento chegar às escadas que levam ao meu quarto sem que minha mãe reparasse quando passássemos na frente da cozinha, sem sucesso. "Harry?"

"Oi, Karen!" Ele abre um sorriso e ela o abraça, balançando o garoto.

"O que está fazendo aqui? Louis não me contou que traria um amigo."

"Na verdade, eu vim com a Mila." Harry explica e minha mãe me olha como se eu tivesse sido abduzida e trocada.

"Ah, então vocês...?" Ela franze o cenho, apontando para nós dois com uma expressão curiosa. "Estou amando isso. Amando mesmo. Só usem camisinha, tudo bem? Eu sei que pode parecer besteira, mas não precisamos de um bebê tão cedo, não é?"

Sinto meu rosto queimar. "Não é nada disso, mãe. Vamos estudar."

"Estudar? As aulas mal começaram." Me olha como se eu estivesse mentindo. "É um código ou algo do tipo? O termo 'beijar na boca' virou coisa do passado, agora o legal é dizer que vão estudar no quarto?"

"Não, mãe." Seguro o pulso de Harry e começo a puxa-lo para fora da cozinha. "Vamos só estudar."

O Harry solta uma risada que estava segurando até o momento que deixamos completamente a cozinha. A voz da minha mãe é escutada mais uma vez. "Já almoçaram? Tenho certeza de que a empregada pode preparar alguma coisa."

"Já, mãe. Pode deixar a Ruth em paz agora." Respondo, continuando a subir as escadas, minha mão ainda puxando Harry. A música coreana está ainda mais alta quando estamos no andar de cima. "Vai indo até meu quarto, por favor?"

"Claro, pode ser." Ele diz, confuso, e espero Harry entrar no meu quarto para andar até o de Alisson e abrir a porta, com raiva.

"Pode diminuir o volume dessa merda?" Ela para de dançar, me olhando, irritada. A garota pequena cruza os braços.

"Nunca reclamei quando você colocou a música alta daquele merdinha do Shawn Mendes."

"Não reclamou comigo mesmo, por que foi a sua irmã que fez isso! Eu preciso estudar, vamos, diminui o volume." Suspiro. "Por favor."

"Aquele menino bonito tá aqui com você?" Ela pergunta. Como ela sabe disso? Olho para sua janela, que está aberta. A janela dela tem a vista para a rua, então deve ter me visto chegando.

"Sim, por quê?"

"Quero que ele tire uma foto comigo. Você sabe, ele é popular no colégio. O menino novo e gato do terceiro colegial. Minhas amigas vão pirar se eu tirar uma foto com ele."

"Absolutamente não." Eu digo e ela aumenta o volume da música. "Você é uma filha da puta, menina."

"Não estou te ouvindo!" Ela começa a fazer uma coreografia estranha para a canção e eu só deixo o quarto de Alisson, com mais raiva que antes. Chego no meu quarto e Harry está sentado na minha cama, mexendo em seu celular. Sorrio e fecho a porta, para de alguma forma diminuir o volume do kpop de Alisson.

"Parece que a música ficou mais alta." Harry fala e eu penso em explicar o que aconteceu, mas apenas dou de ombros e me sento ao seu lado na cama.

"Acho que sua mãe gosta de mim." Ele desbloqueia o aparelho, olhando para mim com um sorriso simpático.

"É claro que sim, é o filho da melhor amiga dela." Se bem que não acho que Anne goste tanto assim de mim. Provavelmente Harry é realmente alguém mais gostável e por isso todos gostam dele.

"Seu quarto é bonito." Diz e começa a tirar seus sapatos assim que eu me deito na cama, a cabeça no travesseiro. Ele toma a liberdade de ir ao meu lado com um sorriso malandro.

"Está uma bagunça. Estava melhor no outro dia que veio aqui." Comento e ele não responde, segurando minha cintura e me virando delicadamente para si, o que me faz olhar diretamente para ele. "Eu vou só colocar algumas roupas no cesto e depois começamos a estudar..."

O Harry me interrompe quando cola sua boca na minha e inicia um beijo calmo, diferente dos que demos até agora. Sempre que me beija, Harry segura meu rosto com uma das mãos e eu gosto muito disso. Então ele para. "O que vai fazer à noite?"

"Nada."

"Quer ir à uma festa dos calouros da psicologia da UCLA?" Me pergunta e eu fico extremamente confusa. "Conheci um cara que estuda lá e ele me mandou uma mensagem padrão e eu só ignorei, mas sei que você também quer estudar lá, então talvez tenha alguém que saiba sobre marketing por lá."

"Eu não acho que alguém vai querer dar dicas sobre a faculdade no meio da festa..." Falo e percebo que seu olhar caiu um pouco. Surpreendo a mim mesma quando dou um beijo em seu queixo. "Mas eu vou sim."

Um sorriso cresce no rosto de Harry, que parece ainda mais bonito nesta luz do meu quarto, e com seu cabelo caído na testa. Ele deixa um rastro de beijos pelo meu rosto até meu pescoço, mas ele mesmo se interrompe, provavelmente sabendo que vai passar dos limites se continuar. Eu não vou dizer, mas estava gostando. "Emily postou fotos de hoje e você não está em nenhuma."

"Vocês começaram a sessão de fotos quando eu estava esperando minha comida." Me defendo, e ele abre um sorriso. "Acha que ela e Niall vão ter alguma coisa um dia?"

"Não. Você acha?" Ele pergunta e eu nego, mexendo em seu cabelo. "Gosto da sua companhia, Mila. Sei que fingimos que nós nos odiamos, mas acho que também gosta da minha."

Eu penso em dez maneiras de contradizer o que ele acabou de falar, em formas de zoa-lo como estou acostumada a fazer, mas até eu mesma me surpreendo quando dou um suspiro sincero. "Eu também acho."

Ele me olha nos olhos por alguns instantes, nos quais eu poderia facilmente abandonar a promessa e simplesmente aceitar que vou me apaixonar por ele em algum momento. Mas ele me ajuda a mantê-la viva quando diz, de repente. "História. Segunda Guerra. Vamos estudar."

R.E.M - HSWhere stories live. Discover now