Narrado por Helena

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Eu já estava pronta. Usava um vestido ombro a ombro vermelho colado em meu corpo na altura do joelho e uma sandália preta de salto. Olhava pro relógio como se estivesse com pressa. E estava. Esperava sentada na sala enquanto Laura estava no quarto, mas veio até a sala.
L: Ih! Que riqueza é essa em pleno domingo à noite? Posso saber, dona Helena?
H: Não, não pode.
Meu celular tocou, era Ricardo. Apenas recusei a chamada e desci.
H: Vou indo, filha! Tem janta no fogão.
L: Não vai mesmo me dar explicações?
H: Foi você quem me disse que eu não te devia explicações, e sim, você a mim. – gargalhei e soltei um beijo pra Laura, que ficou desapontada por eu não contar. Fechei a porta e esperei o elevador, desci e Ricardo me esperava na porta do carro, já no estacionamento do prédio, caminhei até lá.
H: Como você entrou?
R: Acha que o porteiro não sabe mesmo quem sou eu? Aliás, acho que nunca te vi tão linda. Falei que não dava pra tentar ficar mais bonita, mas olha, deu demais, viu? – Ricardo me pegou pela cintura e me deu um beijo no pescoço.
H: Vamos logo, Ricardo! Se a Laura nos ver aqui...
R: Você não falou pra ela?
H: O que? Que eu ia sair com você? Claro que não!
R: Porque, Helena? Laura sempre quis nos ver juntos, sabemos disso.
H: Mas não desse jeito. Vamos dar tempo ao tempo. Você ainda tem a Susana. – entrei no carro
R: Aposto que ela ia ficar contente. – Ricardo entrou e ligou o carro, saímos do estacionamento do prédio e seguimos caminho ao restaurante que eu ainda não sabia qual era.
H: E ficou.
R: Ué, você disse ou não?
H: Tentei falar do que aconteceu ontem, mas ela não quis ouvir, pediu pra eu não desabafar com ela, aí tive que marcar com Marília.
R: VOCÊ CONTOU PRA MARÍLIA, HELENA?!?!
H: Claro, Ricardo. Marília é minha melhor amiga, não vejo porque não contar.
R: Ótimo. Agora Olívio já deve estar sabendo e vai ficar soltando mil piadinhas.
H: E você vai mesmo ligar pras piadinhas? Ou vai querer que eu fique mesmo com as piadinhas? Você quem sabe, de verdade. – virei o rosto pra janela e fiquei mexendo em meu anel, como se quisesse o ignorar.
R: Claro que eu não estou dizendo isso, meu amor. – Ricardo colocou a mão em cima da minha, entrelaçou seus dedos nos meus e levou minha mão até sua boca, beijando-a. – Tudo bem, tudo bem. Não há problemas, ok? – voltei meu rosto pra ele
H: Que bom. Melhor assim mesmo.
R: Eu já tava até com saudade disso. Até isso dá saudade.
H: Ricardo, pra onde a gente vai mesmo?!
R: Surpresa! Quando chegar lá você vai saber. Você vai gostar, tenho certeza.
Chegando ao destino, era um bistrô no Leblon, eu e Ricardo costumávamos ir ali quando ainda não tínhamos a Laura, ficávamos horas tomando vinho, conversando... Me impressionei pois eu realmente nunca mais havia estado ali e muito menos sabia que ainda estava ali.
R: Gostou? – eu estava boquiaberta
H: Meu Deus, Ricardo. Tô impressionada! Depois de tanto tempo, esse bistrô continua aqui mesmo?
R: É o que me parece, né, Helena. Você lembra, não é?
H: Claro que lembro! Nem lembrava mais, mas quando cheguei aqui, a memória saltou. Mas era só um jantar pra discutirmos sobre a viagem, e não um encontro.
R: E um jantar não pode ser especial como um encontro?
Saímos do carro que estava estacionado bem em frente àquele pequeno estabelecimento, Ricardo tentou pegar na minha mão, eu tirei minha mão da sua, ele olhou pra mim e riu colocando a mão na testa.
R: É sério isso, Helena? – sorri de volta e peguei na sua mão. – Agora sim, né.
H: Estamos parecendo dois adolescentes aqui, Ricardo.
R: Eu adoro essa ideia, você não?
H: Um pouco.
Entramos no local e tivemos de ficar na fila de espera, estava lotado. Sentamos num sofá e aguardamos. Em 10 minutos, a recepcionista chamou nosso nome. Nos levantamos e fomos junto a ela até a mesa. Quando íamos passando, ouvi alguém me chamar num tom não tão alto.
xxx: Helena! Helena!
Procurei com a cabeça e Ricardo também. Avistamos a pessoa numa mesa no canto do bistrô, que me acenava.

Paralelas [CONCLUÍDA]Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang