Narrado por Helena

272 11 2
                                    

Depois daquelas palavras, sentei na cama e olhei pra Ricardo. Só sabíamos chorar. Passamos uns 2 minutos nos olhando e chorando, nada mais. Me levantei da cama, fui até o banheiro, lavei o rosto e vesti uma roupa. Quando sai dali, Ricardo estava esparramado na cama, ainda chorava. Peguei minha bolsa que estava em cima da mesa e saí, ainda escutei ele chamando por mim, mas segui caminho. Entrei no elevador e me apoiei com uma das mãos na parede, abaixei a cabeça e comecei a chorar novamente, apoiei as costas na parede e a porta logo se abriu, enxuguei as lágrimas, me olhei no espelho do elevador e saí. Até pensei em ir a casa de minha mãe, mas não queria ter que me explicar e ouvir muito das duas. Então, fui até a piscina do hotel e me deitei numa das espreguiçadeiras. Chorava inconsolavelmente. Decidi ligar para Marília.

M: Alô? Helena?
H: Marília!
M: O que houve, amiga? Você está chorando???
H: Ai, Marília... Dói tanto... - dali, expliquei-a tudo que havia acontecido
M: Não acredito, Helena. Ô, minha amiga, queria eu estar aí pra lhe ajudar, lhe dar um abraço de consolo... Mas faça assim, se não quer ir pra casa de sua mãe, peça outro quarto no hotel, não faça nada de cabeça quente, evite ao máximo. Tudo bem? E outra, ninguém sabe até onde essa história é verdade. Você sabe a cobra que Susana é!
H: Sim, eu sei. Mas é que é como eu te disse, Marília, veio um turbilhão de lembranças em minha cabeça e até um pouco de inveja... - sorri de lado - Vai ser difícil me controlar, você sabe. Mas eu vou tentar... Também não quero ir antes do combinado, se não mamãe e Virgínia irão ficar perguntando o porque. - avistei Ricardo chegando perto de mim - Vou desligar, Ricardo está vindo aqui.
M: Tudo bem. Nada de cabeça quente, por favor!

Ricardo deitou-se na espreguiçadeira ao meu lado e ficou em silêncio por alguns momentos, alternando o olhar entre o céu estrelado e em mim, algumas vezes os nossos olhares se cruzavam.

R: Só queria entender porque as coisas tem que ser assim. - eu permaneci em silêncio - Tava pensando se eu sou mesmo o pai dessa criança, Helena.
H: Quem deve saber é você... - enxuguei meus olhos e meu nariz - Ligue pra ela e pergunte, façam um teste DNA...

Paralelas [CONCLUÍDA]Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu