Paralelas [CONCLUÍDA]

Narrado por Helena

H: Ah, Walter... Você está aí? – fiquei desconsertada e passei a mão sobre o pescoço
W: Estou. E vi seu ataque de raiva... Ele só serve pra isso? Pra te deixar com raiva às – olhou no relógio – 7 da manhã? – ele disse, cruzando os braços
H: Não quero discutir com você. Aliás, eu tenho que ir pra casa, falei que iria almoçar com a Laura hoje e tenho que ir pra empresa depois do almoço. Aliás, você tem que estar lá às 9, não é?
W: Sim... Minha chefe que manda. – ele falou meio cabisbaixo
H: Então vamos.
Segurei o lençol com uma mão e com a outra, apoiei no seu ombro o guiando até o quarto. Ele foi ao banheiro, fez sua higiene e eu fui logo em seguida. Tive que vestir a mesma roupa da noite passada. Saí do banheiro e ele já não estava mais no quarto, peguei minha bolsa e caminhei até à sala. Me deparei com uma mesa de café da manhã, com frutas, biscoitos, leite, e etc.
W: Agora sim: bom dia! – ele abriu o sorriso encantador largo e farto
H: Nossa! Mas você aprontou tudo isso em poucos minutos mesmo?
W: Claro! Você merece, Helena. Tenho que agradar a chefe, esqueceu? – ele disse, puxando a cadeira da mesa pra que eu me sentasse.
H: Ah, Walter... Gosto muito dessa sua capacidade, sabe? De insistir e de, às vezes, até passar por cima de algumas coisas pra conseguir o que quer...
W: E eu quero você, Helena. – se aproximou e me deu um selinho
Tomamos café da manhã e seguimos caminho para minha casa, ele iria me deixar e depois iria pro trabalho. Eu só precisava estar na empresa depois do almoço. E meu almoço seria com Ricardo... Provavelmente, esse é o tempo que eu tenho pra decidir se entro naquele avião ou não amanhã, pra arrumar as malas ou não. Decisão difícil, ainda mais depois de tudo o que aconteceu. Entrei em casa e Jô estava limpando a sala.
J: Dona Helena do céu!!! Eu tava preocupada com a senhora, viu? Aonde a senhora tava?
H: Calma, Jô. Não precisa se preocupar!
J: Não, eu até que tava menos preocupada, mas seu Ricardo... Aquele ali, viu? Saiu daqui hoje de manhã parecendo um touro: com o nariz do tamanho do mundo e todo vermelho! Só de raiva!
H: Ele vem almoçar aqui. Queria saber quem o Ricardo pensa que é...
J: É o homem que você ama e que ama você, dona Helena. – ela disse, me interrompendo
H: Não teria feito o que fez se me amasse mesmo, Jô. Ele pensa que é quem pra querer saber aonde eu vou, aonde eu durmo, com quem estou? Eu não tenho nada com ele, Jô! Entendeu? Nada!
J: E a viagem que a senhora havia comentado comigo? Ainda irá?
H: Não sei, Jô. Não sei... Tá tudo complicado, viu? Tem o Ricardo e tem o Walter...
J: Ihhh, eu sabia que tinha enrolo com esse Walter... Mas o que que tem a viagem e eles dois?
H: Jô, a viagem era pra visitar mamãe, mas quem me convidou foi Ricardo. Ele tem umas reuniões por lá e acabou comprando minhas passagens também.
J: Não acredito! Tá vendo, dona Helena? Vocês dão certinho juntos! Vai pra viagem sim! Vou até fazer suas malas... – gargalhamos juntas
H: Você não existe, Jô! – falei, rindo – Agora vá preparar esse almoço! Ele tem que estar muito bom, hein! É nele que vou decidir se vou ou não à essa viagem...
J: Ah, pois pode deixar! Agora eu vou caprichar, dona Helena!
Jô foi até à cozinha e eu subi para meu quarto. Tomei um banho e descansei um pouco até às 11:30 quando recebi uma notificação no meu celular.
"Chego em meia hora. Ok?"
Era Ricardo. Respondi apenas com um "ok" e fui vestir outra roupa. Um short acima do joelho e uma blusa caída nos ombros. Desci as escadas guiada pelo cheiro da comida de Jô.
H: Hummmmm!!! Que cheiro é esse, meu Deus?
J: Eu falei pra senhora que eu ia caprichar, não falei?
H: Você sempre capricha, Jô. Ai, meu Deus! Não devia nem ter dito se não você já vai ficar toda pomposa! – gargalhei
Ajudei Jô a pôr a mesa e em alguns minutos a campainha tocou.