4º capítulo

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Estava indo embora e esperava Tobias vir me buscar, assim que parei na porta do colégio ouvi um grito ridículo:            -Anda Ana Júlia! Vem logo! Preciso ir pra casa.                                                            Era a Maria Cecília; minha adorável irmã mais nova. Olhei para os cantos e vi Renata entrando em um carro, ela me deu um tchau e se direcionou para dentro.                                                             Parei em frente ao carro esperando Tobias destrancar a porta para que eu entrasse. Assim que o mesmo fez, entrei no automóvel jogando minha mochila um pouco rigorosamente no banco.                                                            -Que mal humor!-Maria reclamou. Virou os olhos e prosseguiu:-E como foi seu primeiro dia de aula?                            -A mesma idiotice de sempre.-bufei.-Pelo menos fiz uma amiga...-eu sorri sem mostrar os dentes, olhando para a janela do carro enquanto ele dava partida.-Espero que dure.-sussurrei.       -Tenho novidades ótimas.-Tobias disse contente sem tirar os olhos do volante. Adorava quando meu motorista tentava nos animar.                                                -Qual?-gritamos em um coro nada combinado...                                                  -O Senhor Scott voltará pra casa mais cedo hoje. Nesse momento, sendo mais exato...                                                                -O papai irá almoçar com a gente?           -Pelo o que o Tobias disse: sim né Maria Cecília!-bufei e ela se animou.                     Desde que eu nasci o papai foi um pai presente. Nos dava presentes, cuidava de nós quando era preciso e nos dava o maior amor do mundo! Quando eu tinha doze anos e a minha irmã oito, nossa mãe sofreu um acidente de carro enquanto viajava á trabalho; já que era modelo!                                                            Meu pai era/é um empresário bem sucedido e que antigamente tinha tempo para cuidar de suas filhas e dar amor a sua mulher. Quando a terrível tragédia aconteceu, o Senhor Scott-meu pai, sendo mais exata-só tinha tempo para trabalho e mais trabalho; compensava a falta que nos fazia nos dando presentes e tudo que pudesse nos proporcionar. E é bem difícil um momento de família entre nós três e quando acontece meu pai consegue não dar nenhum sequer sorriso.                         -Qual foi a última vez que almoçamos com o nosso pai mesmo?-Maria Cecília perguntou roendo as unhas.                          -Só sei te dizer que foi há tempos atrás...-olhei para a janela e vi milhares de pessoas apressadas para buscarem seus filhos no colégio, ou para almoçar com a família e voltar rapidamente para o trabalho. Coisas que papai não fazia há muito tempo...                               Assim que chegamos na nossa casa que admito que era enorme. Havia quatro quartos de hospedes no térreo,os três dos nossos secretários espalhados pela casa,um do meu pai que ficava no primeiro andar e o meu e o da minha irmã que se encontrava no mesmo andar. No segundo já se encontrava a área da piscina, de churrasco e coisas mais puxadas para o tipo clube. Sem contar a sala de estar, a sala que se encontrava a sinuca e totó, a cozinha, banheiro em cada quarto. Resumindo: minha casa era enorme! Podem até dizer que é a melhor coisa do mundo ter uma casa dessas; mas as vezes nos sentimos solitárias até pelo fato de o nosso pai não ser nada presente!                  -Chegamos.-antes de Tobias falar abrimos a porta do carro e saímos correndo.                                                        Papai estava na cozinha encostado no balcão bebendo uma cerveja. Assim que nos viu deu um sorriso que não conseguiu disfarçar e nos abraçou.          Na mente do Senhor Scott poderia estar sendo "Minhas filhinhas nem sentem minha falta. Tem dinheiro.". Mas na minha mente só se pensava "que saudades pai!".                                        -Vocês esqueceram a mochila dentro do carro.-Tobias apareceu na cozinha nos entregando e sorrindo pela nossa mais bela felicidade; que duraria    pouco.                                                               -Que tal almoçarmos fora hoje?                   Não fazíamos isso há... séculos.                      -Sim, sim. Nós adoráriamos!         

A menina que ele zuavaWhere stories live. Discover now