-Então quer dizer que você está com o Albert?-Renata riu. Ela sabia que poderíamos sair de lá acabados e nem termos feito nada do trabalho.-Isso vai dar confusão! -Eu sei. Mas se ele não ajudar eu não vou colocar o nome dele no trabalho! -A maior vingança que pode fazer?-riu. -Óbvio que sim. O trabalho vale quanto? Cinco pontos? -Pior que é.-suspirou.-Vou ter que ficar com o Marcos...-mordeu os lábios. -Por um lado sei que você gostou...-fiz cócegas nela. O Marcos era bem bonito. Continuamos caminhando no nosso curto intervalo de troca de professor. As salas estavam todas misturadas no pátio, uma bagunça que só. Umas meninas do primeiro ano estavam se maquiando, uns meninos estavam jogando futebol ou qualquer coisa que tenha haver com bola; admito que não sei que esporte louco era aquele. As meninas da minha sala estavam dançando algo que não sei o que é, e estava uma mistura de adolescentes por toda a escola... Nos sentamos na mesa da lanchonete; mesmo só comprando uma água com gás. -A escola mal começou e já tem trabalho, trabalho e trabalho.-revirou os olhos. -Acostume-se! A nossa high school é bem puxada...-franzi a testa com um sorriso amarelo nos lábios. Eu sempre estudei nessa escola. Tenho problema de visão, não sou boa em nenhum esporte e minhas notas são incrivelmente altas e nunca tirei menos do que 9,9 em nada! Só tive um amigo na minha vida toda, que simplesmente me abandonou no momento que mais precisei e desde então só me faz passar vergonha na escola inteira zoando com a minha cara e com o meu nome. Meu pai quase nunca para em casa! Lá dentro só tenho minha irmã, minha governanta, minha secretária e meu motorista! Eu estou feliz por ter descoberto uma nova amiga em tão pouco tempo. Renata está sendo compreensiva e parece que me conhece desde muito tempo atrás. Eu tenho medo de ela não ser uma amiga verdadeia, todos os amigos que conquistei me abandonaram e simplesmente quiseram usar as minhas notas para se dar bem na escola e o currículo melhorar. Eu estou feliz pela Rê ter entrado na minha vida em tão pouco tempo e já me ter feito arrancar uns sorrisos no rosto, mesmo que fosse em segundos. -O que foi?-ela disse sem entender o motivo de eu olhar pra ela. -Obrigada por ser uma amiga verdadeira.-mordi os lábios e a abracei. -Eu sei o quanto sofre nas mãos de muitas pessoas. E mesmo te conhecendo há pouco tempo eu estarei aqui sempre que precisar...-ela me deu outro abraço. Me segurei pra não chorar. -Que bonito hein?! Inacreditável mesmo.-ele deu uma risada abafada.-agora serão duas nerds?-Albert disse se aproximando. -Olha Albert, na boa. Se vamos fazer um trabalho juntos precisamos nos entender. Então... Dá pra parar? -Com certeza.-eu sorri.-Mas não quero! O trabalho é coisa de escola, não vai mudar nada entre a gente. -Tudo bem. Quis ser legal com você.-me levantei depressa.-Mas se você não ajudar em nada eu não vou colocar seu nome no trabalho!-eu gritei jogando minha água com gás nele todo, o molhando completamente. Por que eu fiz isso? Eu tenho algum problema mental por acaso? Gritos se espalharam pelo pátio inteiro, umas pessoas rindo da cara do garoto de olhos verdes, outras apontando os dedos para mim e me vaiando; além de me xingarem completamente... -Isso foi bem feito pra ele!-Renata riu me dando tapinhas nas costas. -Me senti mal...-me sentei na minha carteira mordendo os lábios. -Não. Você não se sentiu! Para de se preocupar com pessoas que nem ligam pra você, Ana Júlia.-minha mais nova amiga me reclamou. -Tudo bem. Certo! Vou fingir que achei a maravilha do mundo eu ter feito algo com ele depois de quase quatro anos preocupada com o que ele e seus amigos poderiam fazer comigo...-fui completamente irônica. O que era comum. [...] A segunda aula se passou e tivemos novamente aula de matemática com o professor que será papai... Assim que o sinal tocou foi como sempre foi: alunos correndo em direção a lanchonete. Fui junto com a ruiva que ultimamente andara comigo, comprei apenas uma água com gás para mim. Eu estava completamente sem fome. Nos sentamos na mesa; enquanto Renata comia uma coxinha completamente gordurosa. Eca... Argh! -Toma.-Albert jogou dois chicletes em cima da mesa.-Um para a Ana Nerdzona e o outro para a Ruivinha ceguinha... -Você sabe que a Ana Júlia também usa óculos né?-João Pedro sussurrou para o amigo, meio que curioso. -Eu sei, seu filho da mãe!-o garoto de cabelos lisos castanho escuro e olhos extremamente claros gritou com um de seus melhores amigos.-Trouxe esses chicletes em forma de paz.-ele mascou um: Pensei e pensei por um longo tempo, puxei minha amiga para conversarmos sem os garotos metidos e idiotas nos ouvirem: -Eu acho que isso tem veneno...-sussurrei.-Vai que me causa uma doença grave! -Isso é apenas um chiclete!-Renata sussurrou.-E está fechado como vem. -Está bem, só porque é um chiclete! Nos viramos novamente para os garotos que nos esperavam de braços cruzados, como se quisessem que mascamos mesmo esses chicletes. Pegamos ao mesmo tempo abrindo a embalagem e mascando, como qualquer pessoa normal fazia com um chiclete normal. -Um chiclete normal, viu-Renata deu de ombros fazendo uma bolinha. Assenti. Albert riu e tirou seu chiclete da boca, pensei que fosse jogar fora. Até ver que o mesmo havia colado no meu cabelo. -Isso é pra você aprender, Ana Nerdzona!-ele gritou chamando a atenção de todos que estavam por lá. -Ana Nerdzona! Ana Nerdzona! Ana Nerdzona!-começou um coral batendo palmas e gritando esse meu apelido ridículo. Corri para o banheiro. Eu precisava tirar esse doce do meu cabelo; antes que a situação piorasse... Olhei para trás chorando, minha amiga corria atrás de mim irritada; xingando o Albert até não ter mais nenhum argumento. O sinal tocou. Estávamos ferradas. -Anda, vai logo pra classe. Eu dou um jeito aqui! -Não! Eu vou te ajudar, depois nos explicamos para a professora juntas! Tentamos passar água e nada! Nada ajudava. Eu precisava assistir a aula, e depois que fosse pra casa eu tentaria dar um jeito nesse meus cabelos cor de ouro. Prendi meus cabelos em um coque completamente ridículo e torto. Logo em seguida corremos desesperadas para a sala de aula. -Atrasadas mocinhas... Ótimo. Minha carta de recomendação para a faculdade já era! -Tivemos um imprevisto professora...-Rê tentou se explicar. -O chiclete no cabelo?! Ele deu uma boa hidratada, né Anaju?-Margaret ousou dizer isso, fazendo a classe inteira rir da minha cara. -Silêncio!-ouvimos uma mais bela bronca de todas. -Ótimo.-pensei alto me sentando. [...] -Conseguiu tirar esse maldito chicleta?-Maria Cecília perguntou segurando o riso. -Consegui!-dei graças. -Precisa de ajuda para pentear? -Eu me viro.-sequei meu cabelo com a toalha e fui o pentear. Assim que me aprontei, Tobias me levou a casa do garoto que estragou meus cabelos... Cheguei lá eram três e meia. Toquei a Campainha e o mesmo abriu: com os cabelos todos bagunçados e sem camisa. -Está atrasada!-ele reclamou me deixando entrar. -Tive que lavar cabelo porque você jogou chiclete nele.-eu me irritei.
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A menina que ele zuava
RomanceToda escola tem aquela pessoa que se dedica mais ao estudo do que a ter amigos, têm a pessoa que não quer nada com a vida, têm o que finge que não quer mas sabemos que quer... A escola é o lugar onde se encontra as pessoas mais "diferentes" já vista...
