17º capítulo (quatro anos antes)

1.8K 139 3
                                    

-Acorda mocinha!-Josete me fez cócegas, o que me fez levantar da cama.-Se arruma e depois desce pra tomarmos o café. -Minha irmã que se deu bem de estar estudando a tarde.-revirei os olhos. -Ela está começando o segundo ano e você está no sétimo!-bufei.-Anda...-ela bateu palmas pra me despertar e logo depois bateu a porta do quarto. Coloquei meu unifome, meu tênis e fui de cabelo preso em uma mutuca completamente desengonçada. Assim que desci a escadas com um peso nas minhas costas; minha magnífica mochila, papai estava saindo e simplesmente nem me deu tchau. Maria Cecília estava sentada em cima do balcão tomando uma vitamina de um sabor que eu não conhecia. -Bom dia, bom dia.-ela sorriu. -Seu pai deixou um pacote pra você em cima da mesa Ana.-Tobias disse comendo uma bolacha. -O que é?-ela deu de ombros. Eu abri a caixa e havia um bilhete, preferir abrir o "presente" primeiro. Era um óculos preto meio cor de vinho e um modelo meio quadrado; o que eu havia escolhido quando fomos até a loja. Filha, espero que goste do seu presente. Sei que é péssimo usar óculos, mas você têm problema de visão e precisa mesmo se cuidar. Eles estão devidamente feito pra você, como vimos ontem. Espero que goste! E você precisa mesmo usar, só pra te lembrar. -Eu não vou usar óculos!-eu reclamei. -Eu quero usar óculos!-Maria Cecília comemorou e bateu palmas; sorrindo. -Olha, seu pai mandou o aviso que você deveria usar querendo ou não... -E cadê a Josete, Diana?-eu bati os pés reclamando. -Foi comprar alguma coisa naquele mercado da esquina...-ela disse mascando algo.-Acho melhor você usar! Eu bufei, reclamei, bati os pés; mas nada fez mudar a cabeça deles! Eu teria que usar óculos querendo ou não. Assim que terminamos de nos ajeitar a Josete entrou em casa com uma sacola cheia de coisas e arregalou os olhos: -Por que não foram ainda para a escola?-ela olhou mais para mim do que para todos.-Tobias... -Culpa da Ana Júlia! Ela se sentou do meu lado e enrolou meu rabo de cavalo em seus dedos ásperos. E com uma voz calma se pronunciou: -Qual o motivo, Aninha? -Albert prometeu que passaria aqui, e eu prometi que o esperaria. Mas ele nem me deu notícias... -Talvez ele não vai a escola ou se atrasou e não pode te avisar. Anda, vai.-eu a olhei com uns olhos de cão pidão e ela sorriu:-Eu prometo que se ele passar aqui eu explico tudinho! [...] Desci do carro com todos me olhando. Eu necessitava do Albert comigo nesse momento, o que é mais constrangedor do que tudo isso? Logo que fui até o pátio avistei um menino de cabelos castanhos com eles todo bagunçado, a gravata do uniforme toda desajeitada e uma calça jeans mais folgada que o normal. Aquele não era o Albert! Assim que o garoto virou eu pude ver os seus olhos verdes e penetrantes, era nada mais e nada menos do que o Albert; o próprio. Me aproximei dele e uma garota loira estava abraçada com ele e fazendo cafuné no mesmo. -Albert...-ele se levantou e a garota do seu lado se afastou, ele ficou imóvel. Enquanto os três garotos que estavam com ele mordiam os lábios e suas caras era malíciosas.- Você me deixou te esperando por quase meia hora.-eu reclamei bufando. -Anda, Albert!-Marcos o empurrou. Vi meu amigo respirar fundo e aumentar seu tom de voz por nenhum único motivo: -Sai Ana Júlia, me deixa em paz garota! - O que? Albert, vamos pra sala. Precisamos conversar.-eu tentei o puxar, mas ele se soltou como se eu estivesse o prendendo. -Não, nós não precisamos!-ele gritou e todos da escola formaram um roda e presenciaram aquele inútil espetáculo.-Sua nerd esquisita. Você está ridícula de óculos, coloca isso na sua cabeça...-lágrimas escorriam sobre os meus olhos apressadamente.-Hum... Ana Nerdzona!-ele pensou alto. -Esse não é o Albert que eu conheço! Ou pelo menos eu pensava que te conhecia. -Não sou mesmo! Esse Albert é melhor! Mais bonito, mais popular, e com certeza mais mulherengo que existe.-ele franziu a testa rindo abafado.                                            -Te odeio!-eu sai chorando, precisava pensar no que acontecera.                                  A alguns metros de distância eu pude ouvir sua voz mais alta que o normal e se achando superior:.                 -Digo o mesmo querida! [...]                                                            Ouvi uma batida em minha porta, enxuguei minhas "adoráveis" lágrimas e tentei dar um jeito em meu cabelo que estava péssimo. Eu não queria de modo algum que me vissem triste.            -Pode entrar!-eu gritei suspirando.              Era ele, era o Albert. Ele veio me pedir perdão!                                                               -O que você quer mesmo?                         Ele não respondeu, apenas virou os olhos e bufou, irritado com algo.                    -Sinto muito.-era um começo.-Eu precisava fazer isso para andar com eles e admito que foi uma das melhores coisas que fiz em minha vida.                         -Jura? Tudo bem.-eu me rendi.-Mas saiba que nossa amizade está acabando por conta disso!                                                -Você acha mesmo que eu me importo com isso? Eu sou seu único amigo Ana Júlia, você é estranha para todos!                -Eu nunca me importei de ser estranha! Eu tinha você... Mas parece que até você me deixou.                                    -Minha vida melhorou a partir de hoje, os caras são figuras. E a Giselle, meu Deus. Ela é tão gata.-confessou.                     -Eca Albert, que nojo de você!                   -Então está bom! Acabou...                                 Tirei o colar que ele me dera de melhores amigos e joguei em seus pés. O mesmo pegou e saiu, alegando que daria para a sua nova melhor amiga.        N/A: Epa epa! Sim, eu estou falando demais nos capítulos. Mas prometo que será a última vez (ou não). Eu irei viajar e só volto na segunda. Se eu não conseguir postar não precisam ficar nem um pouco preocupados.

A menina que ele zuavaWhere stories live. Discover now