11º capítulo (maratona)

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-A gente se vê na sua casa?-Albert perguntou puxando meu braço, antes que eu entrasse no carro. Assenti. Tobias destravou as portas me dando passagem para entrar, e lá dentro estara minha irmã escrevendo algo em um caderno com folhas rosas e desenhos coloridos, a cor que mais se destacara era verde água. -O que está escrevendo aí? -Ah, oi!-ela levantou a cabeça me cumpimentando.-Eu estou tentando fazer alguns ângulos que eu estudo na aula de artes, é super complicado!-ela deu espaço me mostrando o tipo de objetivo que precisara usar. -Eu ainda lembro disso! -Jura? Será que você pode me ajudar hoje a tarde? Tenho exercício com nota semana que vem, esses professores adoram complicar as coisas!-bufou chateada. Ela já deveria ter se acostumado. -Juro.-ela sorriu.-Hoje a tarde eu não posso!-ela franziu a testa.-Albert irá lá em casa pra fazermos o trabalho. -Uau... -E não me faça passar vergonha, por favor!-minha irmã mais nova se rendeu, fingindo não saber de nada.-Eu e ele ainda somos bons colegas de classe e nem na fase de amizade eu estou! -Quem disse alguma coisa? -Você. -Eu? Como, se eu estou tentando aprender esses ângulos? Você mesma, se toca!-Ela bateu em sua testa fazendo um sinal de quando a pessoa é lerda para mim. -Epa mocinhas.-Tobias reclamou sem tirar olhos do volante, se virou para trás assim que o sinal vermelho apareceu.-Fiquem em paz! -Tudo bem...-nós gritamos em um coral totalmente combinando, que começou logo depois de contar de um a três.                                                    Vimos Tobias segurar no controle que fizera abrir o portão, ele entrou com o carro e o fechou rapidamente; não dando acesso aos curiosos. -Como foram na escola hoje? -Eu adorei Tó, menos a parte desses ângulos de arte.-minha irmã reclamou. -Eu adoro pintar, talvez se você me dar uma base de como é eu sei e posso te explicar...-ele deu uma brilhante idéia, assim eu não perdia minha concentração e meu foco com minha irmã. Minha irmã rapidamente o puxou para o segundo andar, para simplesmente ele a explicar a matéria tão difícil; que eu particularmente nunca tive nenhum sequer problema. Entrei na cozinha e Josete estava sentada em uma das cadeiras que ficam no balcão, enquanto Diana estara limpando a casa em algum lugar que eu não sei. -Meu amor!-Josete veio correndo me abraçar, não querendo mais me soltar.-Você cresceu tanto. -Para com isso Josete!-reclamei.-Eu e a Maria Cecília sempre seremos suas meninas. -Eu sei, não irei desgrudar de vocês tão fácil assim.-ela sorriu.-Mas vocês cresceram tanto... Até hoje me lembro de quando nasceram, Dona Gisele era apaixonada por você e por sua irmã, quando sua irmã nasceu você ajudava sua mãe a cuidar dela e era louca pra pegá-la no colo o tempo todo. Papai nunca comentava sobre a mamãe, só a Josete, a Diana e o Tobias que de vez em nunca lembravam de sua infinita beleza e bondade e nos contava sobre sua belíssima doçura. [...] -Só eu que escutei alguém tocar a campanhia?- Maria perguntou. -Só você.-eu respondi fria, completamente fria.-Anda, vai lá ver se têm alguém mesmo tocando a campanhia. Minha irmã partiu em uma carreira total, e possivelmente abriu a porta. Ouvi uma voz meia grossa e rouca, a voz mais linda que já ouvira. Parecia ser do menino de cabelos pretos e olhos verdes maravilhosos... -Maria!-cantarolou.-A casa de vocês não mudou nada, que saudades daqui! Corri até a sala tentando ser o mais discreta possível, o mesmo coçou a cabeça sem conseguir pronunciar nenhuma letra do alfabeto. Ao ver o clima que não acontecera, Maria Cecília subiu as escadas mais rápido que o normal. -Maria!-gritei e minha irmã fingiu que eu não falara com ela. Me virei até Albert mordendo os lábios e o mesmo começou a olhar a casa sem sair do próprio lugar, apenas revirando os olhos.-E então... Você acha melhor nós fazermos aonde? -O seu quarto continua o mesmo? -Continua, mas por que? Já aviso que não irei fazer trabalho no meu quarto com você não...-eu reclamei. -Não, não é isso! É que eu lembro das nossas aventuras nele.-ele riu. Queria lhe dizer que o quarto continua do mesmo jeito. Instrumentos espalhados pelo meu quarto, uma escrivaninha, o banheiro do mesmo jeitinho, um urso de pelúcia enorme que ficara em minha cama há muito tempo, livros nas prateleiras... Até pensei em dizer-lhe que eu me lembro das nossas brincadeiras estúpidas por essa casa inteira... Mas eu apenas pessei. -Gostaria de fazer aonde?-perguntei quebrando o clima tenso que ficara entre nós. -Que tal na cozinha?-ele sugeriu e eu assenti.-Se ficarmos na sala eu acho que sou capaz de dormir no sofá. -Olha, te aviso que a Diana e a Josete pararam de gostar de você depois que nós brigamos.-ele soltou um riso extremamente alto e que era a coisa mais fofa do mundo inteiro. -Ah, é?-eu assenti.-Então pode dizer pra elas que sou um menino legal, e não um moleque.-ele se aproximou fazendo as malditas cócegas em mim. -Parou? Já não basta quando tínhamos doze anos de idade.-eu reclamei segurando para não rir. E eu consigo! Ele sorriu malicioso e lhe dei um leve empurrão, enquanto o mesmo fez beicinho e uma cara de choro totalmente esquisita. -Para com essa cara de choro, é podre! -Continue sendo mandona, é sua cara!-ele brincou e eu revirei os olhos. Saímos em direção a cozinha e lá não tinha ninguém, então possivelmente Josete foi fazer alguma coisa que eu não sei e a Diana deve estar limpando a casa e ouvindo alguma música no meu mp3 e dançando; é uma figura, consegue me arrancar uma risada todas as vezes que a vejo assim. -Quer comer ou beber algo?-ele assentiu pedindo uma água ou um suco se fosse possível.-Eu vou ter que bater o suco, me espera! E vai abrindo o livro na página quarenta e cinco, lá fala mais ou menos a base sobre as céculas. -Você aprendeu a bater um suco?-ele riu da minha cara, no mesmo momento abrindo o livro na página que eu pedira. -Óbvio que sim!-dei de ombros.

A menina que ele zuavaWhere stories live. Discover now