11 - Comemorações

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Liberdade é pouco.
O que eu desejo ainda não tem nome.

- Clarice Lispector

Logo após a partida dos dois elementos Hipólita ficara intrigada com o fato do soldado que acompanhara o rapaz saber seu nome. Afinal, nunca o tinha visto antes, já ouvira falar da casa Cawllon por ter grande importância, serem nobres, mas nunca tivera contato com algum deles, tampouco com alguém de sua guarda. Foi interrompida dos seus devaneios por Conan que a convidou para jogar cartas.

- Se prepare para perder! - Ela declarou divertida.

- Lady Hallwick é trapaceira, te lembras daquele dia? Ela conversou, conversou, falou sobre mitologia, sobre as histórias que seus avós contavam e, enquanto nos distraía ela foi armando sua jogada.

- Isso não é trapaça Uriah, isso é uma técnica de jogo. - Ela explicou, o homem fez careta deixando evidente que não concordava com suas técnicas, mas Hipólita sabia que ele não estava realmente zangado - Se prestassem mais atenção no jogo eu não ganharia tão facilmente.

- Não prestarei mais atenção nas suas prosas, Hipólita. - Conan avisou - Não terás como ganhar agora.

- É bom que não preste mesmo, caso contrário Hipólita ficará com tuas moedas. - Soou a voz de Louis.

Hipólita lhe lançou um olhar repreensivo e chutou sua perna por debaixo da mesa, mas ele pareceu não se importar e apenas rira. A mesa em que estava logo ficara cheia, Conan, Uriah, Jamie, Lanceloth, Zarbon e os outros começaram a jogar, Hipólita aproveitou a animação dos homens e os envolveu em uma prosa.

- Sabiam que os centauros eram seres mitológicos que tinham metade do corpo de cavalo e a outra metade de homem? - Ela perguntou tirando a atenção dos homens do jogo. Eles balançaram a cabeça em forma negativa, então ela começou a explicar - Eles eram sim! - Ela afirmou sua voz era sombria ao narrar o conto - Eram filhos de Ixíon o rei dos Lápitas e Néfele a deusa das nuvens...

Enquanto os envolvia com sua história, Hipólita ia os distraindo e armando sua jogada, fora assim que seu pai lhe ensinara a jogar. Não achava que estava sendo trapaceira, afinal, só desviava suas atenções do jogo, nada além disso, qualquer jogada errada era responsabilidade deles e assim ganhara mais uma vez.

Há duas noites atrás todos haviam desmontado os acampamentos e bateram em retirada, o intuito era ir para Chipping Campden. A viagem fora feita na longa noite, Hipólita nunca vira algo tão divertido, o som de trombetas cortava a noite junto aos dos tambores e gaita fole. Os homens entoavam canções em gaélico, era lindo, emocionante diria, nunca presenciara algo tão esplêndido, ele tinham amor ao cantarem em devoção a Escócia, enaltecendo seu povo, as belezas naturais de sua terra. A lua cheia fora testemunha de suas manifestações, iluminando a noite enquanto o clã de Louis cantava com vigor.

Quando todos cansaram-se do jogo acharam uma nova nova diversão, alguns dançavam, outros bebiam, ou paqueravam, percebeu que alguns deles se perderam por dentre os quartos da taberna com meretrizes.

Outros sorriam de Darth e uma das criadas da taberna enquanto dançavam de forma estranha, para Hipólita aquilo parecia mais a dança do acasalamento, mas a mulher que o acompanhava pareceu não se importar, ela o incintava e o beijava.

Louis havia acabo de beija-la, no entanto lhe era estranho, pois ele nunca fazia isso na frente de seus homens.
Ele levara o polegar ao seu queixo e limpara alguma sujeira ali, fazia isso enquanto sorria para Jamie, Hipólita percebeu então que talvez a bebida o estava levando a agir dessa forma e ele nem havia se dado conta disso.

Ela tomou um pouco mais da cerveja e beliscou o bacon assado, suspirou enquanto a comida se desmanchava deliciosamente em sua boca. Aquilo era tão bom!

IRREVOGÁVEL [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now