16 - Desavenças

1.4K 200 64
                                    

Isto é a liberdade: sentir o que o seu coração deseja, independente da opinião dos outros.

- Paulo Coelho

Lord Byron, a imagem perfeita da soberba e prepotência.

Sim, todos murmuravam o quanto ela era sortuda em tê-lo como um noivo, era um homem rico e poderoso, um partido melhor que Byron somente o próprio rei. Sempre odiou essa concepção das pessoas, e quanto ela? Nunca a perguntavam se ela estava feliz ou satisfeita com toda essa situação, apenas afirmavam o quão afortunada ela fora por fisgar a mão do rei.

Todos apreciavam o quanto ele era esplêndido, com seus cabelos dourados como ouro, olhos tão azuis quanto o próprio céu, o príncipe encantado de qualquer donzela ingênua o suficiente para apaixonar-se por um demônio.

As pessoas se apaixonaram pela imagem de Byron, muitas de fatos não o conheciam, não bem o suficiente para saber quem ele realmente era. Um lobo em pele de cordeiro, sabia disso, talvez fora por esse motivo que nunca se sentiu atraída pelo Lord, não conseguira encontrar beleza no homem, pois o que implicara era justamente quem ele era por dentro, a beleza lhe era algo relativo, e pessoas bonitas facilmentes tornam-se horríveis quando se conhece seu interior.

- Hipólita, amor. - Disse Byron, ele estava sozinho, sentado à sua frente na carruagem, ignorou a familiaridade na voz do homem - Durante todo esse tempo que ficara longe, a angústia tomou conta de meu coração e o medo de perdê-la me consumiu.

O lord tomou-lhe a mão e beijou-a. Nem entendia o porque de ele fazer todo esse teatro em sua presença.

- Por qual motivo fui trazida dessa maneira? Não pedi que me procurassem! - Ralhou Hipólita rudemente.

- Deixe lembra-la, meu doce. - Respondeu ele com um tom afável - És minha prometida, em breve nos tornaremos marido e mulher, é de minha obrigação salvar minha afortunada noiva.

- Byron, não precisas fingir ser quem não és para mim, guarde esse teatro para teus seguidores que certamente não o conhece. - Resmungou entediada - Não precisava ser salva, pois nunca estive em perigo.

Puxou sua mão e limpou-a com o tecido do traje que usava. De alguma maneira sua resposta afiada não deixara o lord irritado, pelo contrário, Byron lançou-lhe um sorriso cínico.

- Cuidado, podes não gostar da minha essência, as vezes sou muito... assíduo.

- Não se preocupe, sua essência fora algo que nunca apreciei, milord. - Rebateu ela, o homem arqueou uma de suas sobrancelhas, analisando-a - Tampouco sua total falta de empatia com a população menos favorecida, sobretudo as mulheres.

- Ciúmes, minha bela noiva? - A pergunta viera carregada de zombaria.

Hipólita rira, pelos céus, por que diabos ele achava que ela sentia ciúmes dele? Nunca demonstrou algum sentimento pelo lord.

- Por que, em nome de Deus, teria eu ciúmes de um ser inescrupuloso que violenta mulheres covardemente?

O sorriso que carrega nos lábios cessou abruptamente, ele cerrou os dentes fitando-a furioso. Em questão de segundos ele estava com as duas mãos em seu pescoço e o rosto a centímetros do seu, mas Hipólita não se acovardou e sustentou o olhar.

IRREVOGÁVEL [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now