15 - Sede de vingança

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Na vingança e no amor a mulher é mais bárbara do que o homem.

- Friedrich Nietzsche


Hipólita descera da égua em um salto afoito e aproximou-se do soldado que atingira Uriah, durante toda a viagem ela não o perdera de vista.

Mirou o homem por delongas enquanto era alvo de sorrisos zombeteiros de todos. Sabia que seu sobrenome era o que a mantia protegida, odiava o modo como eles fitavam-na, com depravação, se por ventura pertencesse à uma família qualquer eles não hesitariam em estupra-la e mata-la.

- Lord Byron a espera na carruagem, Milady. - Ignorou o aviso de Sor Kentigern, ela e o soldado se encaravam ferozmente, detestara a forma como ele escancarava os dentes em um riso que lhe causara repulsa, era detestável.

- Que se foda o lord! - Ralhou Hipólita.

Ouvira as exclamações de todos, deviam está surpresos por uma lady ter a boca tão suja, sinceramente não importava com suas opiniões.

- Qual teu nome?

- Patrick. - Respondera o jovem, ele pareceu não se amedrontar com o tom hostil do qual ela o tratara, claro, era apenas uma mulher, porquê a temeria?

- Desça do cavalo, seu merdinha. - Ordenou ela - Lute comigo.

Os homens entraram em um ataque de risos irritante, colocavam as mãos no estômago como se não estivesse mais conseguindo controlar-se, como se ela estivesse contado uma piada, como se ela, fosse a piada.
Mas então Patrick descera de seu garanhão, andou exibidamente até Hipólita. Não sabia o que diabos Byron fazia naquela carruagem, pois a algazarra não lhe chamara atenção, preferira assim.

- Não lutarei com uma donzela, - a olhou de cima a baixo - sou um homem honrado!

Ele abriu os braços em sinal de rendição. Prometeu arrancar aquele riso dos lábios dele.

- Não honras nem o pinto que tem no meio das pernas. - Resmungou ela - Enfiarei esta flecha no seu rabo.

- Uuuuh! - Ressoou a exclamação dos soldados em uníssono, e agora, Patrick quem estava sendo alvo de seus risos, ele entortaram a boca em um claro sinal de superioridade, mas percebera fagulhas de endurecimento em seu olhar.

Ela os fitava com certa repugnância, quanto mais tempo passava envolta daqueles homens, mais desprezíveis ela os achava, e não fora somente pelo fato de eles serem homens de Byron, o que implicava era a certeza de que eles compartilhavam os mesmos penamentos dele, todos aqueles homens eram moldados dos mesmos artifícios escrupulosos. Eram mercenários, sem lealdade alguma que lutavam apenas por ouro, vendiam-se a quem pagara mais.

- Asseguro-lhe, Lady Hallwick, que minha mais pura intenção não fora atingi-lo no estômago, para que tivesse uma morte lenta e dolorosa, minha intenção era acerta-lo em um de seus olhos, para que a flecha perfurasse sua cabeça e morresse tão depressa quanto um piscar de olhos. - Disse o jovem dramaticamente, a mão em cima do peito.

- Tire a armadura. - Mandou Hipólita.

- Faça! - Ordenou Sor Kentigern causando surpresa em todos, Patrick ficara atônito diante da ordem de seu comandante que apenas erguera a sobrancelha esperando que seu subordinado obedecesse.

Assim ele o fez, jogou o arco e flecha que carregara junto as flechas que haviam dentro de um saco feito de couro no chão, com a ajuda de outro soldado Patrick retirou a pesada armadura de aço, ficando apenas com uma lã negra e a cota de malha que usava por debaixo dela.
Uma espada fora cedida por um dos soldados a Hipolita, eles de fato não acreditavam que ela lutaria, a intenção deles era apenas se divertirem enquanto ela armava uma cena, ao menos era isso que esperavam. Mas quando o primeiro golpe fora dado, tanto Patrick como os outros surpreenderam-se, os olhos dele ainda estavam esbugalhados quando se defendeu de seu golpe, as duas espadas chocaram-se no ar em uma bela sintonia, os golpes do homem eram extremamente duros e rápidos, no entanto, ele tinha medo de ser atingido. Hipólita atirava sua espada desferindo ataques rápidos e precisos, a espada que lutava era tão larga e pesada quanto a que Louis lhe dera, mas já estava acostumada e o peso da lâmina não era mais um empecilho, lembrava-se dos ensinamentos de Uriah, como ele sempre dizia, a luta com espada era como uma dança, a dança da morte, e Hipólita estava dançando-a.

Lutava movida por adrenalina, aquele combate a excitara em um nível descomunal, ansiava por vingança, mas Hipólita tinha total equilíbrio sob seus atos, não deixaria que seu estado emocional a interferisse durante a luta. O suor escorria pela testa de Patrick quando ela quase o atingiu no pescoço, ele cambaleou para trás defendendo-se de forma desajeitada, quase tropeçara nos próprios pés, viu em seus olhos que ele tinha medo de perder a luta, ele rosnava quando a atacava, Patrick estava furioso por ela ser tão boa quanto ele nunca pensou que séria. Quando o jovem erguera a espada, Hipólita acompanhou o movimento de canto de olho e passou por debaixo dela em um golpe que fez rasgar a carne da coxa esquerda dele, o jovem soldado soltara um gemido doloroso que causara a Hipólita uma certa satisfação.

Mesmo mancando Patrick continou a lutar, era orgulhoso demais para pedir que tivesse piedade. Ele erguera a espada bem alto, acima da cabeça e tentou atingi-la, mas as duas espadas chocaram-se, a estocada entre as lâminas fora alta e arrepiante, Hipólita agachou-se furando a defesa do jovem em um ataque circular que acabara cortando seu peito, ele resfolegou e deu dois passos para trás recuando, o corte não fora tão fundo, mas deixara seu adversário exaurido. Aproveitou-se disso para afastar a lâmina e atingiu-lhe mais uma vez, afundando a espada em seu ombro.

Patrick gritou de dor, suava frio.

- Se queres que te implore por piedade pode esquecer. - Anunciou ele - Não me arrependo de ter matado seu amigo.

- Não preciso de falsas lamúrias.

Hipólita atingiu seu peito com um chute, sem ter mais forças para se equilibrar o rapaz caira no chão. Ela soltara a espada que lutava e em seguida pisou nas mãos do jovem e puxou-lhe a que estava na mão dele.
Todos a olhavam atentamente, aquele ar de assombro nos rostos de cada homem, Patrick arrastava-se pela estrada, espalhando seu sangue pelo caminho, ela andou lentamente até onde ele jogara as flechas, pegou uma e foi de encontro a ele.

Por mais que quisesse que ele implorasse a ela que o matasse logo, estava adorando ver aquele imundo sofrer.

Abaixou-se e compriu a promessa que lhe fizera, enfiara a flecha no ânus do soldado, e todos foram testemunha. Hipólita saboreou o gostinho da vingança como saboreava um gole de cerveja, todos ouviram seus berros, seus comparsas traiçoeiros sorriam com sua desgraçada. Então ela o matou, com sua própria espada, perfurando-o o estômago, uma morte lenta e dolorosa.

Espero que tenham gostado do capítulo, não esqueçam de deixar a estrelinha. Até a próxima!

IRREVOGÁVEL [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now