12 - Leito de esperança

1.5K 223 64
                                    


Não me diga que não há mais nenhuma esperança. Juntos nós resistimos, separados nós caímos.

- Pink Floyd

- Vejo dois Louis! - Resmungou Hipólita e voltou a fechar os olhos com força, quando os abriu novamente a imagem de Louis á sua frente voltara ao normal, mas a cabeça ainda lhe doía - Ahh, maldição!

Eram os resquícios da noite passada, exagerou na comemoração, Hipólita bebera bem mais do que estava acostumada, agora estava pagando por sua imprecisão.

- Tu estás bem? - Questionou Louis enquanto vestia-se com seus trajes dentro da pequena tenda.

- Não quanto eu gostaria. - Resmungou sentindo uma pontada na cabeça. Parecia que havia uma grande trombeta lá dentro e que um demônio muito maligno estava tocando-a somente para atormenta-la - Tenho a sensação de que minha cabeça explodirá. Que inferno!

- Tudo bem se não quiser treinar. - Ele lhe estendeu sua garrafa, Hipólita desrosqueou e bebeu um gole de água, apesar de aliviar um pouco o enjoo que estava sentindo, o embrulho no estômago ainda estava lá.

- Ah, nossa, estou péssima. - Lamentou dramaticamente cobrindo-se da cabeça aos pés com as cobertas - Só irei descansar mais um pouquinho, prometo. Daqui a uns minutinhos estarei bem melhor e poderei treinar.

Não queria ser tratada de forma diferente dos outros homens, e se quisesse isso, não deveria ter privilégios. Todos iriam treinar, era seu dever juntar-se ao grupo também.

- Minha primeira embriaguez fora aos quinze, bebi até desmaiar, quando acordei meu pai fitava-me furioso, ele bronqueou e depois me fez beber mais. - Louis lhe confessara.

Desembrulhou o rosto e mirou Louis. Nesse momento ele fitava intensamente o teto da tenda, parecia estar com os pensamentos longe.

- Bem precoce! - Exclamou ela - Então quer dizer que tens um pai?

Perguntou prudentemente, queria saber mais dele, sobre sua vida, infância, Louis nunca falava disso com ela, eles conversavam, compartilhavam seus propósitos, mas nunca sobre sua vida na Escócia e o motivo estarem como andarilhos na Inglaterra. Parecia que faltava algo, tinha a sensação de que alguma coisa os distanciava.

- Claro, ou acredita nas historietas das donzelas de que os bebês são trazidos pela cegonha? - Respondeu sorrindo. Não era exatamente isso que Lady Hallwick pretendia ouvir, mas se contentou com a resposta, ele só a deixou mais curiosa - Descanse.
Disse ele antes de beija-la e sair.

O sol brilhava no centro do horizonte quando Hipólita acordou desnorteada, vestiu-se e deixou a tenda a procura dos homens. Encontrou todos reunidos durante a refeição, aproveitou para se alimentar um pouco, por mais que não tivesse fome tinha que se manter forte. Depois de seu desjejum descansou embaixo de uma árvore até quando os homens retornaram o combate.

Pegou a sua lança, sua haste era de madeira poldada, mas suas duas pontas tinham lâminas de aço. Darth quem a ensinou a lutar com lanças, Louis era muito bom com espadas, mas com lanças Darth se sobressaia entre os outros, cada um deles tinha um talento, Louis o mais forte, Uriah era tão rápido quanto um gavião, Zarbon era silencioso, o assemelhavam a uma seperte em plena caçada, Conan tinha a melhor pontaria. Sempre tinha algo a aprender com cada um deles e isso a deixava mais fascinada.

Pensava no treinamento como uma forma de espantar os males. Era a maneira que encontrou para manter a paz e o equilíbrio mental, exercitava o corpo e a mente. Era lá onde ela todos os dias fazia com que todos os fantasmas que a atormentava se esvaissem.
E através da exaustão ela sentia como se tudo ficasse bem. Mandava embora toda insegura e pensamento negativos, ajudava a tirava o foco da sua mente de futuros problemas.

IRREVOGÁVEL [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now