17 - O Baile I

1.3K 186 60
                                    


A luxúria é como a avareza: aumenta a sua própria sede com a aquisição de tesouros.

- Barão de Montesquieu

- Ah, Zarina, precisas conhecer o mundo fora dos muros deste castelo, é tão... diferente, diferente de tudo o que um dia nos contaram.

- Nem acredito que fostes a um bordel! - Ressoou Zarina repreensiva.

- Oh por favor, não se preocupe com a minha moral, todos nobres idiotas dos quais conheço frequentam bordéis, assim como o rei.

Vivera a vida toda aprisionada naquela bolha, sempre tendo que lidar com as expectativas que todos esperavam dela, sempre tendo que se comportar e agir de acordo com que certos costumes exigiam.

Acabou descobrindo que viajar fora uma forma de se reencontrar, se desprender de tudo que não lhe fazia bem.

Zarina que estava sentada em uma poltrona franziu o cenho curiosa, ela estava próxima a tina onde Hipólita tomava seu banho. Os olhos preto, grandes e brilhantes fitavam-na intensamente, as mãos de Zarina estavam cruzadas de forma delicada em cima do colo.

- Decerto que sim, mas tu não és todo mundo Hipólita. Não podes viver como se as coisas que tu faz não possuí consequências, porque tem. - Comentou Zarina, e apesar de estar sorrindo, sabia que a mulher a sua frente estava tristonha, percebera isso ao fitar seus olhos, eles não sorriam.

- Como estás? Meu tio a maltratou?

Ela entortou os lábios antes de lhe responder:

- Nada diferente do que sempre fizestes a mim durante todo esse tempo, mas não são suas ações que me dói, são suas palavras. - Respondera ela melancólica.

Sentiu-se penalizada pela dor da amiga, sabia o quanto seu tio era medíocre, ele sempre usava a cor da pele para menosprezar as pessoas.

- Iremos juntas para Escócia! - Segredou Hipólita, a moçoila não ficara nenhum pouco animada. - Louis me buscará em breve.

- Por que viria? Deixastes que ele a deflorasse, sabes bem como são os homens, mais ainda como são as pessoas, não deveria ter permitido que ele a tocasse Hipólita, se Lord Byron ou qualquer outra pessoa souber, ficará mal vista, ninguém nunca casará com uma mulher desavergonhada. - Bronqueou ela.

Seus pensamentos, quase que involuntariamente voaram a Louis, onde estaria ele agora?

- Ele não é assim! - Afirmou Hipólita, a água quente da tina expelia sensações prazerosas em toda ela, fora a única coisa de sua casa da qual sentira falta, banhos quente.

- Nenhum homem é, até que tu se entregue a ele. - Rebateu Zarina, resolveu que não discutiria com a amiga, não a julgava por ter pensamentos tão néscios, afinal nem era sua culpa. - Não deveria ter cedido tão facilmente Hipólita, ele tomará isso de forma negativa, verá que tu fostes fácil...

Preparava-se para deixar a tina quando a porta do quarto se abrira abruptamente expremindo um estrondo ao chocar-se com a parede. Byron quem adentrou, o intruso vasculhou cada detalhe dentro do cômodo com os olhos, até que seu olhar cruzou-se ao seu.

- Desapareça daqui! - Ele ordenou, Zarina não esperou uma segunda ordem, antes que pudesse repontar Byron ela já havia sumido de sua vista. - Seu tio contou-me que os quadros da sala foram pintados por ti, até que não estam tão ruins assim, mais falta o melhorar o traço.

IRREVOGÁVEL [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora