20 - Prisioneira

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A bravura provém do sangue, a coragem provém do pensamento.

- Napoleão Bonaparte

Hipólita abriu a porta do quarto de Zarina minuciosamente, haviam acabado de colocar o plano em prática, evitou ao máximo chamar atenção dos soldados, por isso resolveram que a fuga seria ao amanhecer.

Vasculhou o corredor com os olhos e ao constatar que não havia ninguém por ali deu passe livre para que Zarina a acompanhasse. Conhecia sua casa, como a palma de sua mão, desceu a longa e entontecedora torre do castelo seguindo em direção a ala que ficava ao lado norte da grande Fortaleza.

Sabia que com a morte de seu tio havia acabado de pisar em um território perigoso, mesmo sendo noiva de Lord Byron, Anthonny ainda poderia querer sua cabeça. Não conseguiria ficar à espera de Louis sabendo que a sua vida e de seu bebê corriam perigo. Talvez Zarina estivesse certa, ele poderia ter desistido dela - pensou Hipólita com pesar.

Aquele silêncio ensurdecedor deixava o ar dentro daquele castelo ainda mais tenebroso, pôde sentir o pânico de Zarina quando a mulher segurou sua mão, as dela tremiam em contato com a sua. Ergueu a pesada tranca da porta e a abriu, ficou estagnada ao deparar-se com uma dezena de soldados com lanças e espadas apontadas em sua direção.

- Ora, ora... - A voz de Lord Byron cortou o ar atrás dela - Quer dizer que minha amada noiva tentou fugir novamente e pensou que eu não descobriria?

Hipólita olhou para a amiga que a fitava com aflição. Soltou a mão de Zarina e virou-se em direção a Byron, Sor Kentigern e mais outra dezena de homens esgueirava-se pelo local.

Byron estava um passo à sua frente.

- Não precisaria fugir se não fosse tratada como uma prisioneira em minha própria casa. - Rebateu de forma hostil.

- Oh, eu sou um homem difícil de se enganar Lady Hallwick. O cadáver de seu tio sob seu leito a denunciou.

Hipólita estudou as feições do homem por um momento, resolveu que não havia mais escapatória. Zarina era tão inocente naquela história e foi a que mais sofreu no meio dela, então percebeu que deveria fazer a coisa certa.

- A mulher a meu lado nada teve a haver com minha imprudência. - Afirmou Hipólita - Peço que a solte, por favor, faço o que desejar.

- Não! - Zarina gritou angústia e a abraçou - Não podes fazer isso, não ceda ao que ele quer, ele irá mata-lá.

Mas Hipólita sorriu em uma última tentativa de acalmá-la, segurou seu rosto entre suas mãos e acariciou as laterais de sua face com o polegar.

- Não deixarei que sofra por minha culpa, não mais! - Disse e a soltou.

Os soldados se aproximaram dela e Zarina fora empurrada por um deles, Hipólita se deixou ser acorrentada pelos homens de Byron sem apresentar resistência e, seguindo as ordens do Lord, ela fora trancada na masmorra do castelo.

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