25 - Pele a pele

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Ao puxar as rédeas de cocuyo fazendo com que o garanhão parasse, Louis descera, andou em direção a Hipólita lhe entregou a tocha que segurava e, segurando-a pelos quadris ele a tirou da cela e a colocou no chão. Ela olhava para a pequena cabana de forma fascinante, a lua majestosa brilhava intensamente no centro do céu na calada da madrugada. O vento ululante adentrou a porta de madeira quando ele a abrira.

A cabana onde teriam sua noite de núpcias ficara aos arredores de Terras Altas, fora construída por ele e seus homens. Com exceção da lareira feita de pedras, a cabana fora construída inteiramente de madeira.

Sua esposa era de uma simplicidade incomum, sabia o quanto iria adorar passar seus dias naquele lugar. A intenção fora presentear Hipólita com um ninho de amor onde pudessem ignorar por completo o mundo lá fora, onde poderiam se exaurir de todas preocupações.

Hipólita se afastou dele para aproximar-se da pequena construção.

- Mesmo com toda escuridão consigo perceber o quão linda és - comentou e o olhou. - Por que nunca me trouxestes a este lugar?

- Embora a ideia de trazer-te aqui seja tentadora, a cabana só ficara pronta há dois dias.

- Iremos morar aqui?

- Sim e não. - Hipólita franziu o cenho, então ele concluiu que ela precisava de uma explicação - Esse será como nosso ninho de amor, podemos vir aqui sempre que estivermos cheios do mundo lá fora, de títulos, guerras, cobranças...

- Tal idéia me agrada imensamente.

Hipólita se apressou em abrir as grandes trancas de ferro, um trabalho complicado já que carregara a tocha, e por pouco não acabou queimando-se com ela. Louis se adiantou e tomou o objeto de suas mãos, acendeu as velas e o candelabro que havia em cima da mesa.

Percebera que Hipólita tremia com frieza, tanto que seus dentes grunhiam. A mulher se encolheu no canto do cômodo abraçando o próprio corpo. Com presteza, Louis apressou-se em acender a lareira, cuja lenha ele já havia deixado cortada.

Ao esquentar o leite ele serviu à Hipólita, aproveitou para encher a tina com água quente.

- Venha, querida. - Ele chamou-a com deleite.

Hipólita sorriu e fora de encontro a Louis, que segurou-a pela mão a virando, deixando-a de costas para ele, a respiração pesada da mulher invadiu seus tímpanos no segundo em que a tocou. Afastou uma mecha de seu cabelo deixando o pescoço livre e depositou um beijo ardente na pele cheirosa.

Queria rasgar seus trajes e sentir o calor de sua pele, mas necessitava usar o lado racional. Era sua noite de núpcias, Hipólita merecia que ele fosse o mais cortês e cuidadoso possível, queria que fosse a melhor noite de suas vida, mas sabia que seria quase impossível de superar a primeira vez deles.

Maldição, seu cheiro deixava-o inebriado!

Hipólita se comprimiu em seus braços, tal ato o agradou, gostava de vê-la em chamas, de ouvir seus suspiros harmoniosos enquanto lhe penetrava lentamente, arrancando-lhe todo e qualquer resquício de juízo.

A pupila dilatava, os gemidos tornavam-se mais roucos, os movimentos mais bruscos e selvagens, o corpo a corpo, o sabor da pele suada. Como dois loucos, entregavam-se ao prazer, com almas apaixonadas, e dentro dela, não havia meio de se controlar.

Existe algo mágico entre eles. Soube disso no momento em que seus olhares cruzaram-se pela primeira vez, Louis soubera que estava tremendamente em maus lençóis. Quando aquela coisinha pequena e delicada se atravessara em sua frente naquela floresta inóspita e tenebrosa, estava ciente de que precisava protegê-la.

IRREVOGÁVEL [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora