Capítulo 10

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Diogo

Quando se está em guerra qualquer situação pode ser revertida em sua arma, e pessoas são armas fantásticas, ainda mais se forem bem manipuladas, as invejosas e ambiciosas tem uma tendência eficaz de se transformar em um fantoche em mãos hábeis, e saberei fazer uso de minhas armas.
No meio de um escritório há duas mulheres, uma branca de cabelos até a altura do ombro e no máximo 1,65 m e uma morena de corpo bem distribuído e uns 1,70 m, mas o que chama a atenção nessas mulheres em particular a morena é a forma em que encarava Leandro, o olhar de desejo e ambição explicita em seus trejeitos, sorri e fui para seu lado e debrucei-me por seus ombros e falei aos seus ouvidos.
-“Monique...Monique...Leandro, conquiste Leandro, vá e o pegue para você. ”
- Raquel, o Leandro costuma vir muito ao escritório?
- Não, quem fica mais aqui é o Sr. Allan, o Sr. Leandro fica mais na fazenda, antes o escritório era lá, e por enquanto é lá que você terá mais trabalho antes de vir para a sede.
Uma informação muito preciosa para mim, eu não precisaria fazer muita coisa para induzir essa garota e seduzir Leandro, agora teria que colocar uma pequena pulga atrás da orelha do coisinho, deixa-lo na dúvida sobre seus verdadeiros sentimentos em relação ao Lilo, e depois...depois consolar, meu querido Murilo.
Encontrar os dois foi fácil, a vantagem em estar morto é que você não paga por transporte e não perde seu tempo no transito caótico da cidade, você mentaliza o que você quer e PAH...você está onde deseja.
Porque será que não me admiro pelo restaurante em que o coisinho almoça, comida de roça, a cara dele, me aproximo da mesa em que estão conversando tranquilamente e me abaixo ao lado de Leandro, eles estão com as mãos juntas sobre a mesa, um fazendo carinho no outro, está na hora de ter uma conversinha com o coisinho.
Eu acumulo toda a raiva e ódio que sinto por ele, sinto em meu interior uma chama me queimando e estou pronto para despejar tudo em quem me causa tamanha dor.
-“ Todos estão vendo que você é gay... Você não tem vergonha, na sua idade passar por um constrangimento desses...”
Percebo o incomodo sendo instaurado no semblante de Leandro, ele tenta retirar sua mão das mãos de Murilo, este percebendo tal movimento o segura fortemente e lhe envia um sorriso, esse maldito sorriso era meu, MEU, Leandro relaxa em seu toque e entrelaça os dedos.
-“Leandro você não gosta de homens, você apenas está com pena de Murilo, ele é seu amigo e você não quer perder seu amigo, mas você não o ama como homem...Leandro você não é gay...”
Eu recitava essas palavras em seu ouvido a todo o instante, o incomodo que ele estava sentindo era visto a olhos nus, Leandro retira abruptamente suas mãos e as deixa ao lado da mesa e tenta sorrir a Murilo.
- Qual o problema Leandro, o que está te incomodando. – Pergunta Murilo após a reação de Leandro.
- As pessoas estão nos olhando, eu...eu não quero que pensem algo que não é verdade. – Responde o coisinho, e eu me divertindo com seu constrangimento.
- E o que supostamente essas pessoas estariam pensando? – Pergunta Murilo.
- Ah! Não sei Murilo, vai que elas imaginam que somos gays, vai saber o que se passa na cabeça desse povo, ainda mais que estávamos de mãos dadas.
- Leandro eu sou gay, e por mim estou pouco me fodendo pelo que possam pensar, afinal, ninguém paga minhas contas no final do mês.
- Eu...eu fico sem jeito Murilo, sinto vergonha. – Diz Leandro finalmente.
Nesse momento vejo a fúria mesclada com mágoa nos olhos dourados de Lilo, em outro momento eu odiaria que o fizesse sofrer, mas eu precisava faze-lo enxergar que o coisinho não era homem para ele, que o único capaz de o fazer feliz era EU.
- Sente vergonha por estar comigo?
- Não...Não foi isso que eu disse, eu me referi a pensarem que sou gay, eu não sou Murilo.
- Porra você comeu o caralho do meu cu depois de dar o teu, e ainda vem me dizer que não é gay Leandro, o que merda você é? – Murilo pergunta soltando fogo pelas ventas.
- Murilo por favor fale baixo, as pessoas estão nos olhando...
- Eu quero que as pessoas vão para o raio que as parta, que vão a puta que pariu, eu quero que me responda, responda a maldita pergunta Leandro.
- Eu...eu estava curioso Murilo, queria saber como era, queria experimentar.
- Ah... que legal, você experimentou muito bem por sinal, gemendo no meu pau enquanto eu te fodia e não satisfeito experimentou a sensação de comer outro homem, matou a tua curiosidade Leandro, ou há algo mais?
Após dizer essas palavras Murilo se levanta e coloca o guardanapo em cima da mesa e volta sua atenção a Leandro.
- Obrigado pelo agradável almoço, porém, perdi meu apetite, espero que você aprecie a refeição.
Quando Murilo estava se retirando Leandro o segura pelo braço e o olha atentamente.
- Por favor. Não...Não vá, me desculpe...
Murilo ia responder-lhe quando foi interrompido.
- Leandro, que coincidência, se soubesse que almoçava nesse restaurante teria vindo com você. – Diz Monique com um grande sorriso em seus lábios. – Se importam se eu me sentar com vocês?
Leandro sem saber o que dizer olha para Murilo como se estivesse implorando para que ele ficasse, e eu estava explodindo em felicidade.
A garota não esperou a resposta e sentou-se no lugar que Murilo estava fazendo que o mesmo pegasse outra cadeira e colocasse do outro lado da mesa, Monique sem vergonha nenhuma segura a mão de Leandro e começa a falar.
- Nossa depois daquela noite no Pub eu não parei de pensar em você e eu nunca iria imaginar que iria trabalhar na sua empresa, isso é o destino, você não acha Leandro?
- É muita coincidência mesmo. – Responde Leandro sucinto.
- Ah, eu vou adorar trabalhar na Olhos D’agua, uma empresa prestigiada e que está em alto crescimento, será ótimo para o conhecimento.
A garota não para de falar, Murilo encarava Leandro e Leandro olhava para Murilo pedindo desculpas por tudo, mas Murilo estava com seu coração ferido.
A comida foi servida, mas para Murilo estava com o gosto horrível, Leandro e Monique estavam em uma conversa sobre venda e compra de alguma coisa, depois foram para técnicas de fertilização de solo, e a conversa entre ele não cessavam, Murilo se sentindo incomodado e sobrando no local pediu licença.
- Vocês me deem licença, mas tenho um compromisso agora.
- Mas você não me disse nada, que compromisso é esse? – Leandro pergunta a Murilo.
- Ah Leandro deixa de ser inconveniente com seu amigo, as vezes ele tem que encontrar alguma garota, bonito do jeito que ele é, deve ter milhares dando em cima dele. – A garota diz não percebendo que Leandro fechou a cara no mesmo instante.
- Eu me lembrei agora desse compromisso, nos vemos mais tarde Leandro. – Murilo disse deixando em cima da mesa sua parte referente a conta do almoço e foi saindo do restaurante apressadamente.
-“ É a tua oportunidade, Leandro pode ser teu Monique...Não desperdice...”
- Leandro, hoje será a estreia de um filme ótimo no cinema, porque não vamos ver, ouvir dizer que é muito bom, se não me engano é ação.
-“Prove a você mesmo que você não é gay, você não gay... Leandro prove que Murilo está errado e você é normal...você não é gay... É sua chance de provar...”
-“Monique é linda Leandro, e você é homem, se você negar ela irá pensar que você tem algum problema, ela irá acreditar que você é gay...Leandro você não é gay...”
  Leandro estava inquieto e visivelmente em conflito, ele olhava para trás com a esperança de ver Murilo, mas Murilo já havia partido.
- Claro, cinema, é uma boa ideia, vamos sim, será divertido. – Disse Leandro a garota.
Monique deu-lhe um largo sorriso e passou seu endereço para Leandro, eles combinaram o horário que ele iria busca-la, após o encontro ser decidido Leandro chama o garçom e pede a conta, minutos passados e a conta paga, Leandro e Monique voltaram para o escritório.
Trancado em sua sala Leandro não para de pensar na forma que Murilo deixou o restaurante, em sua tristeza perceptível, ele estava ciente que suas palavras o machucaram.
-“Murilo irá ficar bem, se ele te ama ele será feliz com o que você escolher, ele não deixará de ser seu amigo só porque você não é gay, ele irá sempre ficar ao teu lado apesar de tudo...”
Agora era esperar as peças rolarem pelo tabuleiro, minha jogada foi dada, agora é apreciar o desenrolar do jogo, a vitória será minha, e meu prémio será meu amor, mesmo sentindo fortes dores em meu corpo, meus pulsos abertos, eu me sentia feliz, faltava pouco, muito pouco para esse tormento se findar, com Murilo ao meu lado eu ficaria bem, ele ficará bem.

Segunda ChanceWhere stories live. Discover now