Assassina de aluguel

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- Acorda bela adormecida. – ouvi a voz dele dizer e logo em seguida o cheiro de papel impresso e café. 

Peguei o café de sua mão e me escorei na janela. Observando apenas o lago lá fora, calmo e claro que refletia as árvores ao seu redor como espelhos. Olhei de esguelha e Enzo tinha uns papeis nas mãos.

- Mais um? – perguntei já tendo noção do que fosse.

Ele fez que sim com a cabeça. – Esse vale bastante, mais do que o outro. – ele continuou encarando a foto do homem.

Olhei para ele com desdém, e continuei tomando o café. – Qual e, ainda tem sangue de baixo das minhas unhas. – mostrei a ele a ponta dos dedos com ironia.

Ele suspirou e revirou os olhos, parecia exausto. Ele sempre fica assim quando saio para trabalhar, parece passar a noite em claro, vendo programas policiais que passam na madrugada.

Ele jogou os papeis em cima da cama e se levantou, se aproximou de mim com uma tranqüilidade aparente.

- Tudo bem, descanse – ele beijou a minha testa e deu de costas e andou ate a porta, olhou de esguelha e segurou a porta com uma das mãos – Agente vai sai hoje a noite, tudo bem?

Fiz que sim. E ele deu uma piscadela sutil.

É e aqui que começa... Depois de tudo que aconteceu, não nos separamos, e viramos um tipo de casal diferente. E como se ele fosse meu empresário e eu faço o trabalho que no caso e um trabalho sujo, mais eu vou contar dês do começo.

Depois de ficarmos em Califórnia que e um lugar perfeito por sinal, recebi uma mensagem dizendo que queria me contratar para fazer um serviço. No envelope disseram que sabiam o que eu fazia e que era perfeita pra isso. No começo eu fiquei um pouco chocada, mais depois de ver o cheque com tantos zeros não tinha como recusa, precisávamos de dinheiro já que não éramos mais sustentados pela família vertelho. E foi em uma noite chuvosa como a minha primeira noite nas ruas que eu comecei com meu trabalho sujo. Eu sabia o suficiente para eliminar meus alvos, eu virei um tipo de matadora de aluguel, sinceramente não me importava, eu fazia tão rápido que nem mesmo sentia. É e aqui que todos se perguntam por que não arrumar um trabalho decente, como garçonete ou qualquer outra coisa. Mais e que e nisso que eu sou boa, não tem como eu fugi do que eu sou.

A noite caiu e eu já estava atrasada para o jantar, quando desci para o salão do hotel, Enzo estava sentado no sofá tão bonito, toda vez que o via era como a primeira vez. Desci de vagar as escadas, e ele se levantou ao meu encontro. Fiquei um degrau a cima dele, ele deu aquele sorriso cafajeste que queria dizer que eu estava aprovada no quesito sensualidade, ele colocou a mão na minha cintura e eu passei um dos braços no seu pescoço. Seu sorriso ficou maior, agora era mais suave mais cheio de maldade.

- Espero que saiba dança. – ele disse.

- Acha mesmo uma boa idéia com esse vestido tão curto? – olhei para as minhas pernas tendo a certeza de que ele iria seguir meu olhar. E ele sorriu.

Éramos felizes ao nosso modo. Ninguém nos conhecia por que sempre estamos nos mudando para não correr risco de sermos pego. Agora estamos em nova orleans, aqui as pessoas são como morcegos, de dia trabalham e a noite estão mais acessos do que nunca, festa em cada bar, e em cada rua tem mais de três bares, e sem contar nas historias desse lugar, e o lugar mais festivo que já fui,  isso sim e curtir a vida.

Entramos em nosso carro, e não e aquele carro roubado que eu tinha, agora esse era mesmo nosso, preto lustrado. Fomos para o bairro Quarter, um dos mais famosos, dava para se ouvir a musica de jess longe, pessoas dançavam e se acariciavam, a paixão exalava, tanto quanto o cheiro de bebida que os jovens derramavam em seus corpos. Enzo e eu adorávamos tudo aquilo, eu principalmente, me trazia a realidade que se acontecia na minha idade, eu nem me lembrava quem realmente era.  Entramos no primeiro Bar e bebemos um pouco, depois ele me puxou na verdade me obrigou a ir para o meio das pessoas dançar. Olhei ao redor, pessoas com pouca roupa enquanto alguns caras tocavam musica agitada que se ouvia por todo bar. Enzo olhou no fundo dos meus olhos e eu pude ver passar por aqueles olhos claros uma vibração boa, ele passou a mão pelo meu corpo, olhei ao redor procurando mais bebida para me soltar e peguei uma com o garçom que vinha passando e driblando os corpos quentes. O resto da noite eu só me lembro de ter dançado muito, bebido muito e depois da água gelada no meu pescoço.

Assassina Where stories live. Discover now