Atração

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Enzo. 

Meus olhos fixaram nos dele, enquanto se levantava, e eu senti um acido corrosivo na minha garganta me incomodar. 

- O que esta fazendo aqui? – ele perguntou mais uma vez, com a voz mais baixa.

Eu não consegui responder. 

Eu sabia que tinha possibilidades dele estar lá. Mais pensar e ver são coisas bem diferentes. Um turbilhão de coisas passou pela minha cabeça.

- Por que... – senti minha voz tremula enquanto lutava para não chorar ou coisa pior – Por que esta aqui?

Ouvi os passos se aproximando.

- E melhor você ir. – ele olhou com urgência.

Eu avancei ate ele com ferocidade. Queria fazer ele sentir a mesma dor que eu estava sentindo. Rosnei. Mais lutei contra mim mesma, tentando não machucar ninguém. Senti o veneno da minha boca, ficar mais acido. Olhei para ele, e ouvi a maçaneta girar. Em poucos segundos eu já havia saltado da janela o deixando sozinho, e voltando para meus lençóis. Que agora eram como refugio, queria pensar neles como uma camisa de força, não queria arrancar a cabeça de ninguém – na verdade eu queria – mais não podia. O ódio ainda corria nas minhas veias, olhei em volta procurando algo para descontar a raiva, mais nada me veio a mente, parecia tudo desfocado, como se a raiva me cegasse – talvez lagrimas – mais eu não me importava se estava chorando. Disse a mim mesma que não era lagrimas de dor e sim de raiva. Passei a unha sobre minha carne, te senti o sangue quente descer. Fiz isso em boa parte do corpo ate ficar mais calma. Olhei de relance para me corpo, mais haviam apenas vergões por onde minha unha correra.  

Depois de algumas horas eu percebi que não conseguia dormir. 

Uma necessidade de ver Liam começou a brotar, era incomodo mais eu sentia que era bom te – ló por perto. Por mais que ele tivesse segredos, era bom, o mistério dele era algo presente, eu podia toca – ló que ele não iria fugir, ele não iria a lugar nenhum. Fechei os olhos com a esperança de sonhar, e que ele de algum modo viesse me ver. 

Sim. Talvez fosse uma válvula de escape, mais eu queria acreditar que simplesmente e inexplicavelmente o queria por perto.

Depois de mais algum tempo tentando dormir, percebi que querer não e poder. Eu estava agitada de mais, pensativa de mais para conseguir dormir. A cama parecia quente, e cheia de agulhas. Fui para a varanda, sem me importa com o frio congelaste que vinha do mar. Meus olhos seguirão a linha das casas a minha esquerda e eu sabia que poucas casas dali Enzo estava dormindo em uma cama que não era mais a mesma que a minha, talvez nem estivesse dormindo. E eu me odiava por meus pensamentos me levarem a isso mais o que não queria calar agora era: por que me trocar por Alice? Eu sentia me estomago latejar só de pensar neles... Juntos...

Vi o dia clarear, aquecendo um pouco mais minha pele. Vesti-me e sai antes que Caio e Lara, acordassem. Eu precisava me mexer, precisava me manter ocupada. Sai oara andar, simplesmente andar por ai. Eu esperava andar o suficiente para suar, sentir dores musculares, e cansaço suficiente para me concentrar na dor e no sono que e não tinha ao em vez de Enzo, ou Liam.

Passei por lojas de grife, supermercados, bares, e todo tipo de comercio, academia, duas escolas, e alguns quilômetros mais distantes uma faculdade. A faculdade era quase num pequeno morro, e no final do morro havia alguns galpões abandonados, talvez os mesmos balcões onde a festa havia acontecido. Olhei a minha frente e a rua continuava. Andei e andei por horas, sentia os calos nos meus pés, o que foi bom, estava conseguindo pensar em outra coisa. Olhei ao redor e vi como era silencioso. Subi e desci algumas ruas, tentando cantarolar uma musica qualquer, usando meus poderes para fazer as folhas dançarem a minha frente. Parei, sentindo meu pé latejar e minhas pernas queimarem, olhei de um lado para o outro numa rua deserta. Eu respirava ofegante, e sentia meu peito queimar a cada respiração forte. Joguei- me na rua, para descansar e percebi que estava cansada o suficiente para parar, e julgar pela luz do sol ofuscado pelas nuvens pesadas já era tarde. Refiz o caminho de onde eu tinha vindo, mais eu parecia perdida, todas as ruas iguais, florestas e mais florestas, sem nenhuma placa ou casa por perto. Revirei os olhos me detestando por um segundo pela idéia ridícula de caminhar. Olhei ao redor procurando uma montanha o morro por perto para me localizar, mais não havia. Quilômetros e mais quilômetros de mato.

Assassina Where stories live. Discover now