Maicon

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Depois de os trazer comigo – escondido das pessoas da Tribo"- na viajem terrivelmente enjoativa, caímos em um gramado , na verdade na grama alta. Olhei ao redor e estávamos ainda em uma floresta, mais densa que a outra mais ainda era uma floresta. Pensei comigo mesmo: devo começar a praticar essas viagens. Maicon já estava de pé ajudando a mãe. Minha cabeça rodou e eu senti a náusea subir a garganta, não tinha mais como segurar o que havia preso. Vomitei quase em ima da minha mão. Meu estomago se contraiu, fazendo a dor percorre para o meu peito. Fiz uma expressão de dor e fechei os olhos o Maximo que pude, para afastar aquela sensação de mim. Senti as mãos grossas dele de novo só que agora com mais cautela, ele segurava meu ante- braço. Abri os lhos e me afastei. Sua expressão dura havia se suavizado, mais não era como ver um anjo sexy. Passei a manga da blusa branca e larga que ainda usava nos lábios e me levantei. Olhei mais algumas vezes, tentando me localizar.

- A onde estamos? – perguntou Malia enquanto olhava para o céu.

- Não vê, ela nos trouxe para a morte. – disse Maicon.

Olhei para o alto da colina e reconheci o lugar, estamos na barragem. – Calem a boca e me sigam.

Ouvi Maicon bufar.

Depois de uma hora caminhando, chegamos a rua vazia e silenciosa como sempre. Eu já conseguia ver a minha casa.  O carro estava estacionado, significava que Caio estava em casa. Caminhei mais rápido e abri a porta. A casa parecia vazia aparentemente nos primeiros passos, virei rosto para a cozinha ouvindo os passos atrás de mim e vi Caio, sem camisa, com uma causa de dormir ainda. Ele se virou e me fitou com os olhos cansados. E logo sorriu, e veio ao meu encontro e me abraçou, me levantando do chão, fazendo meu cabelo grudar em seu peito.

- Como você...? – ele olhou sobre meus ombros.

- O importante e que estou bem, depois conversamos.

Ele me abraçou mais uma vez. – Eu e Conan ficamos tão preocupados.

Sorri. Conan se importava.

- Quem são eles?

Olhei para trás. – A família do Enzo. Longa historia. – voltei a olhar para Caio.

Ele desviou o olhar. Havia algo de errado.

- Aonde ele esta? – perguntei.

Ele deu de ombros e voltou para a cozinha. Ele voltou a picar o tomate. Segurei a faca em sua mão.

- Ele esta no hospital. – sua voz saiu fraca.

- O que? Meu filho esta bem? – Maia se pôs pero de nos.

- Há um mês o encontraram desmaiado, e os médicos disseram que ele esta com câncer – as palavras travavam em sua garganta, talvez para que não doesse em mim – E agora ele esta em coma.

Naquele momento, eu havia perdido chão. Tudo que estava ao meu redor parecia desaparecer. E tudo nos últimos meses votarão a minha memória. Tudo que ele disse sobre poupar sofrimento, ele não queria que eu soubesse para que eu não sofresse, todas as vezes que o odiei, ele estava tentando me proteger. Meus olhos correram para a faca como em câmera lenta, e ela parecia ter cortado meu coração em pedaços. Por que eu sabia aonde o câncer levaria. A morte. 

A água caia sobre mim, quente fazendo todos os meses ruins irem embora pelo ralo, ou pelo menos o peso deles. Toda a confusão de sentimentos eu engoli, chegava a doer, mais eu não podia desmoronar agora, eu tinha que continuar sendo forte. Por que eu daria um jeito. 

Vesti causa Jens escura, uma blusa de lã larga e com vários furinhos onde as costuras não conseguiam fazer seu trabalho, passei um pente no cabelo – que já tinha crescido uns quatro dedos dês da ultima vez que cortara – causei as botas e desci. No pé da escada me deparei com Conan, em pé perto da lareira que agora estava acesa – aposto que graças a ele – Malia sentada no sofá de um jeito largado, e seus olhos vacilavam entre Conan e o filho, Maicon sentado na outra ponta do sofá, com uma expressão impaciente o muito seria, talvez ate sombria, e Caio sentado na única poltrona da sala, ainda sem camisa e com as pernas cruzadas de modo que seu calcanhar direito tocava seu joelho esquerdo. O primeiro a olhar pra mim foi Maicon, seus olhos não saíram de mim mais também não mudou de expressão, depois Conan e ele tinha um sorriso vitorioso. Aproximei-me e sentei no braço da poltrona de Caio.

Assassina Where stories live. Discover now