Casa nova

176 14 0
                                    

O vento frio que vem das montanhas geladas, percorria a minha pele, minha bochecha estava um pouco dolorida e à medida que eu me aproximava do avião particular conseguia ver meu reflexo pálido, pessoas da minha cor sempre parecem mais pálidas e doentes nesse tempo gelado e sem sol. Já Enzo com sua pele bronzeada parece nem se importar.

Um homem com um uniforme preto fosco com uma listra enorme no peito cor laranja floresceste e com um óculos escuros, abriu a porta para nos assim que mostramos as passagens.

- Daqui vocês vão direto para Renville e seu carro estará á esperando por você. - ele disse.

Nunca tínhamos informações completas no meu tipo de trabalho, as informações apareciam pelo caminho.

Olhei para Enzo e ele olhou para a porta, um gesto que dizia para eu prosseguir. Lá dentro era mais quente, senti minha cor natural e saudável voltando. Enzo logo tomou um acento, um dos seis, de onde estávamos não se ouvia nada lá fora. Sentei-me e levei minha mão ate a mesinha a minha frente, entre mim e Enzo, procurando uma bebida para me esquentar. Senti a mão de Enzo tocar a minha, um gesto leve, quase sem propósito.

- O que foi? – quebrei o silencio.

- Só acho que devia tomar algo mais forte do que café. – ele se levantou e me serviu um wiski.

- Obrigada. – Fiz uma pausa observando que havia mais nele do que eu conseguia ver. – Você ta legal? Me parece triste.

Ele bebe um gole, e sem olhar para mim comprimiu os abios.

- Só estava pensando como seria se aquela criança estivesse viva.

No mesmo instante senti ago se embolar na minha garganta. – Seu filho.

E o silêncio mórbido, se formou. E eu deixei a tristesa vir, sem perceber. Era ate pior do que a tristeza de quando vivi meu inferno. Me encolhi e olhei  para a bebida na minha mão. Enzo logo estava perto de mim, ele tinha deixado de lado a pose e bad boy ferido.

- Ei, não quero que fique assim. – ele segurava a ponta meus dedos.

- Eu matei... – olhei para ele com os olhos cheios de lagrima. Eu não conseguia ficar forte o tempo todo perto dele. – Matei o seu filho. – eu dizia em tom claro para que eu soubesse exatamente a culpa que devia sentir.

- Não, ele ia morrer de qualquer jeito, era pequeno e debilitado – ele fez uma pausa – Você salvou o Jace, e provavelmente salvou aquela criança de morrer de forma pior nas mãos de qualquer medico.

Olhei para ele, trancando novamente todo sentimento que tinha escapado de dentro de mim, e logo veio o alivio. Passei a mão por seu rosto, o pelo da sua barba fez cócegas na palma a minha mão. Sorri.

- Obrigado.

- Pelo que? – ele transparecia preocupação.

- Por me achar, cuidar de mim e... – eu sentia felicidade. Eu via ele como o homem da minha vida agora, não como um ótimo amante. 

Ele sorriu, agora sim eu via felicidade em seus olhos azuis.

- Não tem de que. – ele levantou ma das sobrancelhas.

Fez – se silêncio por algum tempo enquanto as bebidas terminavam de ser tomadas. Peguei o envelope no meu bolso pra dar mais uma lida no que viria pela frente.  Mais por mais que eu lesse e relesse mil vezes não tinha informação suficiente. 

"Sua encomenda esta esperando por você no sanatório da cidade".

Encomenda. Encomenda. Geralmente estaria escrito vitima o alvo. Eu sentia minha pulsação ficando mais forte a medida que e ia ficando mais curiosa.

Assassina Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz