Anjo

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Sibilando palavra em seqüência, abri um portal em meio a floresta úmida e fria. Tão fria, quanto à maça do meu roto, tão úmido quanto meu cabelo recém lavado. 

Um vento quente soprou em meu rosto. E tudo ficou tão claro que eu senti minhas pupilas latejarem ate não enxergar mais. 

Agora tudo era quente por igual, abri os olhos, e estava deitada desajeitadamente em uma grama falsa, me levantei com dificuldade por ainda ver tudo embaçado ate que vi uma mão grossa se esticando para mim, seguido por um braço marcado como o meu. Conan. Me afastei e me levantei sem jeito, escorando em algo. Olhei ao redor e vi uma paisagem do sol quente sobre nos, e montanhas verdes que ao longe ficavam azul. Voltei a olhar para Conan, com olhos fundos e uma expressão perigosa, e a sobrancelha tão afiada quanto a minha ficava.

- A que devo a visita? – ele deu de costas e comeu uma azeitona no palito. 

Demorei um pouco para responder, tentando me localizar dentro de mim mesmo. Viajar de um lugar para outro era horrível, não era por menos que eu não fazia com freqüência. Eu sentia meu estomago se revirar enquanto procurava as palavras. Conan se sentou em uma cadeira dobrável de praia que ficava de frente para um piscina azul, e de baixo de um guarda sol.

- Há, como o Caio esta? – ele disse com a voz tão despreocupada quanto o rosto que encarava o copo.

- O filho que você também abandonou e nem se preocupou em saber se estava vivo? Esta, ótimo não graças a você. – encontrei palavras afiadas como lamina dentro de mim.

- Ótimo. – ele ainda continuava encarando o copo. – Então, a que devo sua visita?

- Aos trabalhos... – andei ate ele ignorando as mulheres no andar de cima, quase nuas e os dois guardas nos olhando. Sentei-me ao seu lado, tão confortável quanto ele, por mais que e sentisse mês músculos retraídos. – Por que esta me mandando matar essas pessoas? 

Ele sorriu, um sorriso ossudo e assustador como de uma caveira. – Por que e necessário.

- Então por que você mesmo não faz?

- Digamos que... – ele procurou as palavras – Não daria certo.

E o assunto parecia encerrado, ele não me dirigiu mais nenhuma palavra. Mais eu não deixaria assim.

- Eu não vou sair enquanto me contar tudo.

Ele suspirou. – Tudo bem, agora que você já descobriu não vale mais a pena guarda segredo. – seu sorriso era menor, como de uma criança que apronta.

Ele se levantou e se serviu de picadinho de presunto e mais vinho branco, olhei ao redor, e percebi que aquilo era um condomínio particular. Conan era mais rico do que eu imaginara. Como?

- Deve estar se perguntando sobre tamanha riqueza – ele disse admirando ao redor com os braços estendido, enquanto se sentava – Eu os faço deixar tudo para mim, me nomeando um velho amigo. Genial não e? – ele sorria com orgulho. – Mais vamos ao que interessa. Você filha e uma guardiã, e quando você mata alguém o verdadeiro demônio dessa pessoa sai, não que todos tenham, é e por isso que eu tinha meus pupilos que você os matava para mim, e eu recolhia o demônio deles...

- Guardiã? Recolhia demônios? – tudo parecia confuso.

Ele deu m suspiro parecendo exausto. – Sim, guardiã, você e a única que consegue abrir um portal entre os dois mundos, justamente por ter nascido metade humana metade demonio, por isso que conseguiu mandar John para o submundo – ele se irou para mim me examinando – Você e especial.

Logo as lembranças daquela noite vieram a minha mente.

- E pra que você precisa de mais demônios? 

Assassina Where stories live. Discover now