Eu te amo (final)

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Não e difícil o ver andando de um lado para o outro enquanto faz o café da manha. E difícil acreditar que ele finalmente esta aqui na minha frente, gostoso e perfeito do jeito que sempre foi. E o pior disso e que enquanto ele caminhar relaxadamente eu estou tensa, me amaldiçoando internamente por não sentir o que eu sentia antes por ele, por não sentir nem uma palpitação a mais de amor. Eu sinto apenas atração física, muita.
Ele terminou de fazer o café e eu logo ocupei minha boca com o que ele havia preparado, é e claro foquei minha atenção no que estava fazendo. Senti a presença dele logo aqui do meu lado era inquietante, me causava desconforto e formigamento.
- O que foi? – perguntou ele, sem olhar para mim.
- Nada. – respondi rapidamente.
Ele sorri. – A algo errado, você não e assim.
Engoli os ovos e os senti queimar.
- Você veio ao meu quarto ontem a noite? – quando percebi as palavras já haviam saído.
Senti seus olhos se estreitarem para mim junto com seu sorriso maldoso. – Talvez. Por quê?
Talvez.
- Quando você chegou?
- Tecnicamente esta manha. – ele balançou levemente os braços de baixo da camiseta que deixava todos os seus músculos livres para se exibir e me atiçar.
Seria Maicon então?
Ele mastigava lentamente, como se tivesse todo tempo do mundo. Sinceramente passam varias senas ao contrario na minha cabeça.
Ele poderia estar surtando de felicidade, me agarrando, me questionando coisas que precisei fazer, perguntando como foram os últimos meses, e varias outras coisas aleatórias na minha cabeça. Mais não. Ele esta calmo comendo, sem dizer uma palavra. Mais não sei o que esperar de Enzo, nunca soube. Ele e diferente do irmão, irmão previsível e ele como uma tempestade.
Ele termina de comer antes de mim, e a minha comida já esta fria. Provavelmente perdi mais tempo pensando do que havia imaginado. Ele pega meu prato e o dele e os leva pra pia, e os lava. Vejo seus músculos se movimentarem em baixo da blusa cinza, fina, a tatuagem faz o movimento circular junto com seu braço, e seu silencio esta me corroendo. Quando ele finalmente acaba se aproxima e se debruça na pia se apoiando no ante- braço.
- A propósito, feliz aniversario. – ele da uma piscadela e me da um beijo rápido nos lábios. Trazendo-me rápidas lembranças de como eu era feliz com ele, eu realmente espero que algo aconteça, um frio no estomago ou um sorriso, mais nada, nada aconteceu, e decepcionante.
Meu aniversário. Ele voltou a poucas horas dos mortos e continua o mesmo Enzo. Nem eu mesmo lembrava que era hoje. Mais mesmo com essa surpresa eu não consigo deixar de pensar o quanto me incomodo vê – ló andando por todo canto. Eu me sinto mal ate. Por que ao em vez de estar pulando de alegria e o beijando eu estou aqui, jogada no sofá quieta e bebendo para esquecer o quanto essa situação esta me incomodando, e como se ele fosse um estranho.
As portas se abrem, Caio e Jace chegam rindo como galinhas cacarejam. Enzo parece ouvir suas risadas e logo aparece de algum comodo secreto da casa, eles se encararam e se abraçam, todos eles. Eles começam a conversar mais eu parei de ouvir e subi para o meu quarto, hora e outra os ouvia falar dos últimos acontecimentos. Eu sei que estava sendo hostil, mais eu não conseguia, algo não estava certo. Comigo. Talvez eu tivesse virado uma pessoas pior do que pensei. Talvez me fazer esquecer tivesse sido a pior idéia de todas. Revendo minhas ultimas vinte quatro horas eu havia sido, má, hostil, grossa, ameaçadora, e sem coração. Tudo o que meu pai e, mais eu era pior. Eu não conseguia amar, e meu pai sim, por que no fundo o quanto ele se importava comigo e quanto ele me ama por mais que não admita. Sinto a raiva fluir mais uma vez, a inquietação que ela me causa pego a garrafa de wisk e a taco na parede despedaçando- a e sujando todo o chão. O trinco da maçaneta gira e eu saltou na mesma velocidade pela varanda, caindo direto na água, dando tempo apenas de pegar uma curta respiração antes e sentir o frio me dominando.
Nadei ate a margem me sentei em uma das rochas longe de olhares, escondida pelas arvore que caiam sobre o mar. Peguei fôlego suficiente para continuar minha caminhada.
Por que eu estava fugindo? Não sei. O que eu sei que a angustia e não sentir nada por Enzo talvez seja pior do que sentir que eu havia o perdido Não foi pior do que a noite em que ele me deixo mais estava quase chegando lá.
Levei meia hora a pé pra chegar ate o bar, ajeitei alguns fios de cabelo que voaram para meu rosto assim que abri a porta, e entrei, o cheiro de bebida, cigarro e suor me inundam, passei os olhos correndo pelos homens mal humorados comendo amendoim e bebendo, do outro lado um tumulto de pessoas se aglomerando em volta de uma de mesa sinuca, segui para o meu lugar de costume, ignorando os novos adesivos de cadeira e me sentei, pedi algo bem forte, e deixei que a bebia queimasse toda a minha angustia, a angustia que queria saltar de mim. Algum tempo depois me peguei olhando para o meu próprio reflexo no copo na verdade não sei onde minha cabeça estava, eu simplesmente não estava ali. Terminei de virar a bebia.
- Esta fugindo de mim? – uma voz familiar falou perto do meu ouvido.
Engoli a acidez do álcool. Era Enzo.
- Como sabia que e estava aqui?
- Meu irmão. – ele fez um aceno com a cabeça para Maicon jogando sinuca.
Bufei.
- Caio me disse o que aconteceu. – ele pesou os olhos sobre mim mais eu não me virei.
Senti a ponta dos meus dedos congelaram, pelo nervosismo.
- O que ele te disse?
- Disse o que você fez, na verdade eu não te culpo, era exatamente por isso que eu queria que me odiasse pra você não sofrer.
- Eu não sofri. – respondi secamente. Mais eu me lembrava de todo que passei enquanto ele estava em coma.
- Deu pra perceber – ele sorriu, mais não era um sorriso contente – Pelo jeito como ameaçou minha mãe e a ágata.
Revirei os olhos.
- Não esta com ciúmes? – perguntei ao ver Maicon com olhos estreitados enquanto nos aproximávamos.
- Estou, na verdade acho que se estivesse sóbrio daria um soco na cara dele, mais como não estou vou aproveitar. – seu sorriso era brilhante, afiado, quase pulando para o perigoso. – Afinal eu tenho uma vantagem.
- E qual e?
Ele parou e me puxou para perto dele, levando a mão ate meu quadril, fazendo meus seios encostarem nele, eu sentia sua respiração, ele mordeu os lábios vermelhos o que me deixo excitada.
- Já dormi com você mais vezes do que posso contar...- seu sorriso variava entre o sexy e o divertido. - e você me ama.
Eu gelei ao ouvir as palavras. Acho que ele não estava brincando quando disse em me reconquista. Ele esta mais sexy do que consigo me lembrar.
Alguns homens abriram espaço para nos e Enzo se adiantou pegando o taco pra mim e pra ele, o homem que estava jogando contra Maicon abriu espaço deixando apenas nos três como jogadores e o resto como telespectadores. Olhei para ele depois para Enzo que tinha uma das sobrancelhas tão afiadas como seu sorriso, enquanto Maicon havia adotado sua cara de mau humor de sempre. Segurei o taco na altura do meu queixo esperando que algo acontecesse. Eu sentia a minha respiração mudar a media que encarava os dois. Era como aflição, como estar presa em uma caixa pequena.
- O que vamos apostar? – perguntei por fim.
Enzo soprou a ponta do taco, e se voltou para mim. – Uma dança, quem perde vai ter que subir aqui em cima – ele bateu com a ponta do taco em cima da mesa – E dançar. – seus olhos se desviaram para Maicon e eu vi uma sombra de sorriso brotar em meio sua barba escura e mal feita, diferente da de Enzo que parecia ter saído de um filme.
Eu abri minha boca pra protestar, mais que se dane, se a morte do Enzo me ensinou algo e que eu não posso fugir das coisas ou vou acabar infeliz e arrependida. Um leve sorriso cresceu na curva do meu lábio, algo metálico e provocante. E começamos a jogar.
- Bola oito buraco do canto– disse Maicon, baixo suficiente para ser ocultado pela musica.
Enzo fez o mesmo cantando a jogada. Era como se eles se gabassem enquanto giravam na mesa procurando o ângulo certo para acertar suas tacadas. E eu? Acertei uma ou duas por sorte, álcool não combina com força de mais e falta de orientação. E no final eu acabei tendo que pagar a aposta. Sabia que era isso que eles queriam por que os dois cruzarão os braços sobre o peito igualmente volumoso. Olhar os dois ali me faz lembrar da noite anterior. Faz a minha curiosidade querer saltar fora e mim e me faz contorcer por dentro só de me lembrar. Respirei fundo e subi na mesa de sinuca, podia ver nos olhos de Enzo que ele estava se contendo para não me tirar dali, como fez no acampamento. Na verdade eu gostaria que ele fizesse isso, queria ver como meu coração sentimental reagiria. E comecei a me mexer, os homens começaram a assoviar, e eu vi pela primeira vez um sorriso em Maicon, mais Enzo não sorria tanto quanto ele, era como se ele estivesse atiçando o próprio irmão. Seria esse o jogo dele? Tirei minha jaqueta e a joguei, Maicon foi mais rápido e a pegou, vi os olhos de Enzo ficarem tensos, sua mandíbula rígida, mais não surpreso.
- Gostosa! – alguém gritou. O resto foi como um coral.
Sobe a luz baixa vi que Enzo não estava tão de bom humor assim. Me virei de costas para não ter que ficar me punindo internamente a cada expressão deles. Mais alguns elogios entre a multidão e logo depois braços me puxaram pra baixo, me desequilibrei e cai sobe braços fortes, quentes e confortáveis. As duas palmas das minhas mãos estavam firmes sobre os peitos, olhei para cima e vi que era Maicon, procurei por Enzo e ele se esgueirava entre as pessoas. E eu me perguntei por que? Mais as mãos de Maicon abaixo de mim me desconcentraram.
- Vamos embora. – disse Maicon em tom autoritário.
Eu não tive tempo pra dizer nada, quando finalmente parei estava frente a uma moto cromada. Ele subiu na moto e fez um sinal com a cabeça para que eu sentasse. Eu não recusei, passei meus braços por seu quadril ficando um pouco acima a área perigosa – área que me perguntei o dia todo se esteve dentro de mim – sentia os músculos dele sobre meu braço, sua respiração, a tensão, e ate mesmo as batidas aceleradas do coração.
Quando finalmente chegamos, o carro de Enzo estava na garagem, algumas luzes do andar de baixo estavam acesas, eu queria interroga – ló mais não queria entrar, e conversar, dar explicações de como estava me sentindo sobre a volta de Enzo. Explicar seria mais difícil do que sentir.
Desci da moto e ajeitei o cabelo.
- E melhor entrar. – ele disse um pouco tenso.
- Por que me tirou de lá? – quis saber sentindo algo pesar em se olhar.
Ele percorreu meu rosto com os olhos ate achar meus olhos. – Por que eu não iria deixar aqueles caras ter o que lembrar hoje a noite. – ele desviou o olhar. – pervertidos. – disse em voz baixa, e soou protetor.
- Obrigado, e... – senti minha voz falhar quando ele me puxou com um dos braços para mais perto dele.
- Você não devia ser assim – ele correu os olhos por meu corpo – Uma tentação. – avia desejo latente.
Meu sorriso era duro. – Eu sou a filha do demônio tudo que você vê e convidativo pra que caia em tentação. – sussurrei.
- E eu cai. – eu via a relutância para me deixar ir. E o que significava aquilo? Ele estava atraido por mim? Acho que sim. Mais ele me queria? O cara que me desejo morta me queria?

Assassina Where stories live. Discover now