Capítulo 97 - Charanga

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Cachorro Brabo exigiu que Geraldinho o dissesse onde exatamente ficava aquele mini aeroporto onde o jatinho de Dalton se localizava e Geraldinho o informou o endereço com grande prazer.

Cachorro Brabo negou que o seu motorista particular de costume ou qualquer outro capanga o levasse até lá. Ele mesmo fez questão de dirigir o seu próprio carro sozinho até lá.

- Atende Betinha, atende logo, minha filha! – desesperada, Eldora era amparada pelo detetive Jocler enquanto tentava repetidamente ligar para o celular de Betinha para alertá-la de que o seu marido já havia descoberto tudo, mas a chamada para o celular de sua filha só indicava desligado ou fora da área de cobertura. – Ai, meu Deus, Jerônimo.

- Meu amor, fica calma. Você é tão religiosa. Se apega com Deus, se apega na sua fé. Não vai acontecer nada de mau com a sua filha.

- Eu vi, Jerônimo, eu vi o ódio nos olhos dele só em desconfiar que a Betinha estava o traindo. Agora que ele tem certeza... Aquele homem é capaz de fazer qualquer coisa com a minha filha.

- Ele pode acabar perdoando. Você por acaso não perdoaria? Eldora, se você soubesse que eu menti para você, você seria capaz de...

- Vai acontecer uma tragédia, Jerônimo. Uma tragédia grande. O meu coração está me dizendo. O meu coração de mãe está pesando e sangrando e está me dizendo – Eldora anunciou interrompendo Jocler e impedindo que ele revelasse a sua verdadeira identidade para ela, como estava prestes a fazer.

Naquela manhã Tábata caminhava toda exibicionista pelas ruas do seu bairro pobre, bem vestida, segurando umas sacolas de mercado porque havia acabado de comprar coisas para o bar do bordel. Foi quando o homem que causou toda a confusão entre ela e Binho na noite anterior se aproximou.

- Será que posso conversar com você propriamente agora? – o homem a perguntou.

- Iiiiihhh, cara. Eu acho que o que você pode fazer mesmo é ir pra longe. Já não ficou satisfeito com aquele rolo todo que deu ontem com o meu marido quase enfiando um monte de vidro de garrafa quebrada em você porque estava em cima de mim? Você sabe o que acontece se ele vê você me rondando de novo?

- O meu nome é Vini. Eu sou Vini SinCler. E eu tenho uma proposta pra você.

- Pois eu não estou nada interessada – Tábata disse e já foi andando sacudindo as bolsas plásticas em suas mãos.

- Eu sei que o bordel do Binho está rendendo uma grana preta – Vini disse a seguindo mesmo assim. – Vamos roubá-lo. Você e eu. O que você prefere, hein? Continuar tendo só as migalhas que ele te dá ou se juntar a mim e ter tudo pra você? – ele elaborou a sua proposta e agora ganhou a atenção de Tábata que finalmente parou para escutar.

No mini aeroporto, naquele instante a porta do jatinho vermelho de Dalton se abria e ele subia com Betinha para entrar.

- PLAYBOYZINHO DE MERDA!

Betinha e Dalton se viraram quando ouviram aquele grito de ofensa. Era Cachorro Brabo que chegava parando o seu carro, estacionando tão bruscamente que cantou pneu. Ele já saiu do carro apontando o seu grande revólver de ouro puro para eles.

- ENTREM NA MERDA DESSE JATO! EU ESTOU MANDANDO ENTRAR – foi a ordem que Cachorro Brabo gritou para os dois e os seguiu para dentro do jatinho.

- Meu Deus, Dalton... – Betinha sussurrou para o seu amado.

- Eu estou aqui. Eu vou te proteger. Vou te proteger sempre – Dalton sussurrou para ela em resposta.

- Que coisa mais linda, hein Betinha! Eu esperava mais de você! Nem EU que sou um bandidão, criminoso, agiota... EU NUNCA traí você, mas já você... De origem pobrezinha, vendedora de vassouras, ah, coitadinha dela, tão simples, tão humilde e honesta... Ó LÁ A CARA DELA DE PIRANHA BAGACEIRA que faz o marido de corno! Você sabe o que tu é? Pois tu é pior do que todas aquelas piranhas novinhas que vêm todo dia atrás de mim querendo tirar uma vantagem, tirar algum troco – Cachorro Brabo desabafou, tão ferido por dentro, humilhando Betinha e sem nunca parar de apontar o revólver.

- Eu nunca enganei você, porque desde que nos casamos, desde que você inventou de me pedir em casamento, você sempre, SEMPRE soube que eu NUNCA amei você! – Betinha se defendeu.

- Mas eu já vi que essa festa vai ficar é animada mesmo!

E quem disse aquele comentário irônico não foi Betinha, nem Dalton e nem Cachorro Brabo. Quem falou foi Anja que agora saía de dentro da cabine do piloto (que estava amordaçado) acompanhada de Dom Lazar que também apontava um revólver.

- Anja?! Como é que você... O que você...?! – Dalton gaguejava.

- Dom Lazar?! – Betinha preferiu questionar chocada agora que estava frente a frente com o mágico louco depois de tantos meses.

- Olá, minha deusa. Sentiu saudades de mim? – Dom Lazar a perguntou apontando o revólver.

- Mas que circo é esse aqui?! – Cachorro Brabo não entendia mais nada.

- Toca essa charanga pro alto, piloto! – Anja ordenou.

Assim, os cinco (Betinha, Dalton, Anja, Dom Lazar e Cachorro Brabo) foram obrigados a se sentar, porque o piloto do jatinho deu a partida, decolou.

- Algo me diz que esse será a viagem mais divertida da vida de todo mundo que está aqui dentro – Anja disse sorridente e feliz.

- Eu só sei de uma coisa, piranha – Cachorro Brabo disse diretamente para Anja – Pode até ter sido cinco passageiros que decolaram aqui, mas não serão cinco passageiros vivos quando a gente descer.

- Eu só sei de uma coisa, piranha – Cachorro Brabo disse diretamente para Anja – Pode até ter sido cinco passageiros que decolaram aqui, mas não serão cinco passageiros vivos quando a gente descer

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O jatinho de Dalton alcança as alturas. Lá dentro estão Betinha, Dalton, Anja, Dom Lazar e Cachorro Brabo, mas... Quem será que sairá vivo dele?


> > > Continua . . . 


Os Corações Sobreviventes - Capítulo 001 a 200Onde histórias criam vida. Descubra agora