- Chame os seguranças – uma das enfermeiras ali disse para Dom Lazar. – Ela está alterada.
- Eu lido com isso – foi o que Dom Lazar respondeu e saiu puxando Verônea pelo braço, se trancou com ela dentro de um quartinho do hospital que guardava várias embalagens de remédios.
- Você ficou louca de vez?! Como assim "vou pagar por tudo o que eu te fiz"? Eu não te fiz nada! – Dom Lazar brigou.
- Você tem AIDS.
- O quê?!
- E também sífilis. E você sabe como eu sei? Porque agora... Eu tenho também. Foi você. Você me infectou com essas doenças horríveis, uma delas que nem tem cura.
- Eu não tenho essas doenças. Você pegou foi de outra pessoa. Eu não tenho nada a ver com isso.
- Ai, como eu fui burra. Burra, BURRA! Eu realmente amei você, eu quis você, lutei até encontrar a coragem para me declarar, mas me declarei, eu me arrastei atrás de você feito uma idiota, até encobri crimes teus. E como você sempre me retribui? Com ignorância, indiferença, frieza. Você não passou de um grande pedaço de bosta que marcou da pior maneira possível a trajetória da minha vida e me deixou doente!
- EU NÃO TENHO AIDS! Eu não tenho nenhuma doença! Quantas vezes eu vou ter que repetir?
- Ai, Dom Lazar – e Verônea parou para olhar bem para ele, balançava a sua cabeça em negativa. – Eu estou vendo você pela primeira vez na minha vida. Porque eu sempre olhei pra você, mas enxergar quem você verdadeiramente é, eu só estou enxergando agora e sabe o que eu vejo? Um homem triste, um resto de homem que é digno de pena. Vai insistir que não está doente e que não me deixou doente também? Então vai. Se ilude. Agora eu entendo que a sua vida sempre foi baseada na ilusão. Sempre se iludiu de que era um mágico de sucesso...
- EU FUI UM MÁGICO DE SUCESSO!
Após gritar, Dom Lazar se jogou na direção de Verônea para agredi-la, mas... PA! Verônea se apressou e acertou outro tapa forte no rosto dele.
- CALA A BOCA PORQUE EU AINDA ESTOU FALANDO! – foi a vez de Verônea gritar e então Dom Lazar só ficou a observando com a mão sobre a sua bochecha vermelha e ardida agora. – Se iludiu sempre sim! Que era um mágico de sucesso, que era alguém nessa vida, depois essa palhaçada de se iludir achando que é Jesus Cristo – e ela arrancou a peruca da cabeça dele com raiva, jogou no chão. – Então percebe? Você é um nada, é um montante de ilusão sem valor nenhum. Você acabou com a minha vida, mas ainda pior é a tua situação... Alguém que nunca nem mesmo teve uma vida de verdade um dia.
Verônea então saiu do quartinho, saiu do hospital. Passaria a tomar as suas injeções de Benzetacil em uma clínica bem longe dali.
No casarão, Tábata se drogava sem limites agora. Após receber a "benção" para a retomada de seu vício partindo diretamente de seu marido Geraldinho, ela se drogava sem quaisquer restrições. Havia retornado com toda a força ao mundo das drogas.
Após ser expulsa do casarão, Carla acabou indo se abrigar num bordelzinho de quinta categoria ali no bairro que se chamava "Boate Azul" e divulgava a promoção "a partir de 5 cervejas... Grátis uma mulher". Carla seguia sobrevivendo ao trabalhar como prostituta ali naquele lugar decadente. Foi naquele dia em que ela recebeu a visita do capanga de Geraldinho que era apaixonado por ela. Carla usava o homem como o seu informante. Ele contava agora para ela como Tábata havia mergulhado de cabeça de volta ao seu vício na droga heroína, se drogando diariamente e Carla comemorou. Ela disse para a capanga inocentemente apaixonado por ela que agora era só uma questão de tempo até que Tábata destruísse a si mesma como ela tanto queria.
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Os Corações Sobreviventes - Capítulo 001 a 200
Romance- Indicado ao 1º Prêmio Wattpad Brasil ( #WBr2018 ) - 2 indicações ao ADA2018 (Prêmio Da Academia De Artes Literárias) Betinha é uma jovem que vende vassouras pelas ruas para garantir a compra da sua passagem para uma viagem internacional. Ela plane...