Capítulo 133 - Ferro

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— Você fez O QUÊ?! – Betinha indagou na tarde seguinte quando Dalton finalmente a confessou que havia convidado Anja para jantar com eles ali em sua mansão naquela noite. – Dalton, você perdeu completamente o juízo?

— Betinha, meu amor... Tinha alguma coisa diferente no olhar dela quando ela me pediu perdão daquele jeito.

— Ah, tinha. Com certeza tinha. Fingimento, malcaratismo, safadeza!

— Betinha...

— Você vai abrir as portas da nossa casa para o mal em pessoa? Vai facilitar a entrada da demônia aqui?

— Ela só quer se desculpar com a gente por tudo o que fez e ter o seu recomeço em paz.

— Pois eu não acredito. Não acredito numa vírgula que saia da boca daquela lá.

— Meu amor, facilita as coisas. Olha como já está mundo. É guerra, é morte, é violência para onde quer que a gente olhe. Não é mais fácil ir para o lado de aceitar o perdão de quem nos fez tanto mal? Perdoar não é a melhor solução? Vai dar tudo certo – e Dalton abraçou Betinha que, mesmo muito desconfiada, acabou se sentindo pressionada a aceitar a vinda de sua maior inimiga para o jantar.

— Jura pra mim, Anja. Você tem que jurar pra mim que não está de fingimento com essa história de ir pedir perdão pessoalmente só para ir fazer mais maldade lá na casa do Dalton e da Betinha – Maria pediu à Anja enquanto a observava se arrumar à noite com um vestido bem brilhante, bem ousado para ir para o jantar.

— Eu juro. Ok? É de verdade. Agora eu só quero mesmo é passar uma borracha em todos os caminhos tortos que eu tive com aqueles dois lá e... Recomeçar. Eu estou cansada. Você está pensando o quê? Que não cansa ficar armando o tempo inteiro pra tentar ferrar com os outros? Você acha que eu gosto de ser xingada e odiada por todos?

— Acho – Maria foi bem direta.

— Pois está enganada. Eu estou bem cansada mesmo. Então eu vou lá – Anja disse e saiu.

Modelo com o vestido que Anja usa agora para ir ao jantar na casa de Dalton e Betinha

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Modelo com o vestido que Anja usa agora para ir ao jantar na casa de Dalton e Betinha.

— Por que tudo tem que ser tão difícil no Brasil? Pra que? Me diz. Pra que toda essa exigência de papelada? Toda essa burocracia? Mas que horror – Robert se lamentava para o seu parceiro Reinaldo Ricardo.

Os dois tomaram aquela decisão importante: eles realmente adotariam uma criança e por isso naquela noite faziam toda a pesquisa para saber como proceder, o que deveriam fazer para dar abertura ao processo de adoção, mas agora, mesmo que não fossem desistir nunca, só estavam muito impressionados em descobrir como todo o processo de adoção era longo, trabalhoso e difícil.

Numa rua atrás da praça pública, vários homens moradores de rua, mendigos sujos e barbudos faziam fila porque Tábata estava atendendo a todos. O seu vício pela droga heroína havia atingido aquele nível crítico onde ela se permitia se prostituir debaixo daquela cabaninha feita de papelão cobrando apenas R$2 (o máximo de dinheiro que os mendigos teriam) para assim ir juntando o valor para comprar a droga que ela tanto necessitava agora que era tomada pelo vício imenso.

— Ih, eu só tenho R$1,75 – disse aquele mendigo que entrou na cabaninha porque era a sua vez e ele deu para Tábata aquele valor todo em moedas de 5 centavos.

Ela aceitou. O corpo inteiro de Tábata já tremia porque sentia tanta falta da droga. Assim, não iria recusar qualquer valor que a colocasse mais perto do que necessitava.

Anja chegou à mansão de Dalton e Betinha. A empregada abriu a porta. Dalton veio até ela. Anja estava totalmente preparada para engolir o seu orgulho enorme e realmente pedir perdão com todo o seu ser, disposta a recomeçar do zero, mas foi quando Betinha surgiu e... Pronto. Todo o sentimento verdadeiro de regeneração de Anja foi por água a baixo porque agora que via Betinha novamente depois de tantos meses (a última vez que haviam se visto foi dentro do jatinho que caiu) Anja descobria por fim que Betinha estava grávida, exibindo aquela barriga enorme de 8 meses das gêmeas.

— Você... Você... Está grávida – Anja dizia despedaçada por dentro.

— Boa noite pra você também, Anja – Betinha disse bem fria. – Então o Dalton não te contou nada sobre as gêmeas que iremos ter?

— Duas?! Vocês... Terão dois bebês? – e Anja agora só se controlava para não chorar na frente deles.

— Anja, o que você realmente quer aqui na nossa casa? Vamos. Fala. Não tem nenhuma criança aqui. Todo mundo é adulto e aguenta a bofetada dura da realidade. Qual é o seu jogo agora, hein? – Betinha continuou.

— Eu nunca fui com a tua cara – Anja disse então – desde aquele dia, aquele maldito dia quando nos vimos pela primeira vez na queda daquele avião na floresta Amazônica.

— Mas que coincidência. Eu também nunca fui com a tua cara. Mas nem por isso eu mandei o homem que você ama pra cadeia ou meti uma faca nas costas dele. E o que mais, hein, Anja? O que mais será que você já fez contra o Dalton e contra a mim que eu nem fiquei sabendo?

— Eu preciso ir. Ter vindo aqui foi um erro – e após ficar tão abalada olhando por todo aquele tempo para a grande barriga de grávida de Betinha, Anja correu até à porta.

— É assim que a grande atriz famosa veio nos pedir sincero perdão? – Betinha ainda perguntou.

Mas Anja só correu para longe deles, foi embora e nunca nem chegou perto da mesa preparada com o jantar.

De volta à sua mansão, Anja fechava os olhos e só conseguia ver a barriga de grávida de Betinha.

— Não é justo! Não é justo! NÃO É JUSTOOOO! – Anja gritava e chutava coisas.

Ela telefonou para os seus contatos criminosos então. Logo quatro homens que eram imigrantes ilegais que haviam vindo da África do Sul estavam na sala dela. Homens musculosos, mal encarados. Anja mostrou uma foto de Betinha para eles e deu as instruções.

— Essa é a Betinha. Vocês vão rondar a mansão onde ela vive a partir de amanhã bem cedo. E na primeira oportunidade que houver, a primeira vez em que ela sair sozinha eu quero que vocês deem uma surra nela, mas eu estou falando de surra grande. Olha, eu quero que vocês peguem uma barra de ferro e batam tanto, mas tanto nela até vocês cansarem. É pra isso que eu vou pagar muito bem vocês. R$10.000 pra cada um. Se eu sou estéril – Anja disse e a lágrima escapou do seu olho esquerdo correndo pela sua bochecha. – Se eu nunca vou poder ter um bebê... Ela também não pode ter.

Os 4 homens que são criminosos imigrantes ilegais que vieram na África do Sul

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Os 4 homens que são criminosos imigrantes ilegais que vieram na África do Sul. Anja pagou R$10.000 para cada um para que em uma emboscada eles deem uma surra em Betinha para que ela perca as suas bebês. 


> > > Continua . . . 

Os Corações Sobreviventes - Capítulo 001 a 200Onde histórias criam vida. Descubra agora