Capítulo 147 - Travesseiro

137 18 3
                                    

Malvin aceitou o plano de fuga de Anja, porque acreditou em todas as mentiras que ela contou sobre os abusos de Dalton e ele tinha um coração bom demais para sequer pensar na possibilidade de deixar aquela bebê desamparada e correndo risco de vida ao alcance de um homem descontrolado como agora ele acreditava que Dalton era. Mas claro que Anja não seria tola para ir para um aeroporto regular. Malvin e Anja (levando Sabrina) foram para o mini aeroporto particular e embarcaram no jatinho de Malvin. Assim não precisariam dar satisfações para ninguém sobre estarem viajando para fora do Brasil ilegalmente com uma bebê que não era deles.

Anja gemeu de dor ao se sentar, se acomodar no jatinho.

- Eu vou cuidar de você, meu amor. De vocês duas – com bondade transbordando nele, Malvin disse e segurou a mão dela, depois olhou para a bebê em seu colo. – Quando penso que estive no escritório daquele maldito, cara a cara com ele e tive a oportunidade de poder...

- Não. Nem pense nisso. Além do mais, você nunca teria coragem de fazer uma besteira, uma loucura dessas e pelo simples fato de que você é bom, não é um animal violento e sem coração. O Dalton que é assim.

- Vai ficar tudo bem – Malvin insistiu.

- Eu tenho certeza que vai sim – Anja completou.

Então o jatinho decolou. Eles partiram. Diretamente para a Argentina.

Geraldinho voltou para o casarão. Ele entrou e marchava pelo corredor principal levando as mãos à cabeça. Tentava tirar a imagem de Eldora baleada e morrendo à sua frente, mas não conseguia. Estava abalado, alterado.

- Foi sair para passear um pouco, chefe? – um inocente capanga se aproximou dele perguntando.

- SAAAIIII! – foi a resposta de Geraldinho, empurrando o homem.

- Ih, nem chega perto do Senhor Vossa Alteza Realeza essa noite – mais a frente o capanga empurrado disse com deboche para outro capanga. – Alguém pisou no calo dele. Está com as macacas.

- Alô? – Maria disse atendendo o seu antigo celular.

- Maria? É a Betinha. Pelo amor de Deus, me ajuda.

- Betinha? Mas o que é isso? O que houve, criança?

- Eu perdi tudo. Ela tirou tudo de mim. A minha mãe, a minha filha e foi ela. FOI ELA!

- Está falando da Anja? Calma. Acalme-se. Mas o que ela...?

- Ela veio até aqui. Ela atirou na minha mãe, ela matou a minha mãe e roubou a minha filha!

- Meu Deus...

- Ela fugiu com a minha Sabrina, então por favor, por favor me diz que ela voltou aí para a mansão dela e...

- Eu nem estou na mansão. Ele me dispensou pelo resto da noite.

- Então me diz que ela procurou por você! Que ela deu alguma informação, alguma pista de para onde ela possa ter ido!

- Betinha, eu não sei de nada. Eu não falo com a Anja desde o fim da tarde. Acalme o seu coração, criança. Acalme – elas ainda se falaram por pouco tempo, até que encerraram a ligação. Agora olhando para o celular apagado em sua mão, Maria só conseguia olhar para o aparelho, tão chocada e reflexiva e seguir falando consigo mesma. – Em nome de Deus, Anja, que rumo foi esse que você escolheu para a sua vida?

- Oi, cara. Fala. Aconteceu alguma coisa? – Lorenzo atendeu já preocupado ao atender a ligação de Dalton.

- Já passa de meia-noite, cara. Desculpa. Eu sei. Desculpa se eu te acordei.

- Não. Para. Nem importa. Só me fala o que está acontecendo. Você nunca liga a uma hora dessas.

Então Dalton não aguentou segurar mais. Ele colocou a mão em sua testa e pressionando o celular contra a sua orelha ele chorou.

- Dalton? Dalton! Cara, fala comigo.

- Ela matou a minha sogra, cara. Matou na minha frente e depois ela fugiu levando a minha filha.

- O QUÊ?!

- A Anja. Ela invadiu aqui em casa e fez isso.

- Amor, o que foi? – Verônea agora acordou ao lado de Lorenzo na cama e perguntou segurando o braço dele.

- Eu vou já até aí. Eu vou ficar ao lado de vocês – Lorenzo imediatamente anunciou e desligou.

- Vai até lá? Até lá onde? Lorenzo, o que é isso? – Verônea perguntou sentando-se agora na cama, vendo Lorenzo se vestir tão depressa daquele jeito.

- Mesmo se eu te contar... Você não vai acreditar no que acabou de acontecer.

E Anja chegou com Sabrina e Malvin na Argentina. Antes mesmo que pudessem passar em um hospital, Anja exigiu que eles fossem direto para o apartamento luxuoso onde viveriam e no caminho Malvin já ligou para os seus contatos encomendando um berço que chegou mais rápido no apartamento do que eles mesmos.

No apartamento luxuoso, no quarto designado à nova bebê, Anja a colocou dentro do berço e ficou a encarando. A pequena Sabrina dormia. Nem desconfiava, nem entendia tudo o que estava acontecendo, a reviravolta imensa que dava em sua vida.

 Nem desconfiava, nem entendia tudo o que estava acontecendo, a reviravolta imensa que dava em sua vida

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

O apartamento secreto de Malvin na Argetina. O mais novo esconderijo de Anja. 

- Eu odeio a sua mãe. Sabia? – baixinho, Anja perguntou para a bebê adormecida. – Eu acho que isso significa que obrigatoriamente eu devo odiar você também.

Anja se afastou rapidamente. Foi só o tempo de agarrar um grande travesseiro branco. Ela agarrou bem pelas laterais com as mãos e foi se aproximando do berço, aproximando o travesseiro do rosto da bebê.

- Vamos dormir pra sempre, lindinha?

- Vamos dormir pra sempre, lindinha?

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.


> > > Continua . . .


Os Corações Sobreviventes - Capítulo 001 a 200Where stories live. Discover now