Betinha sentou em cima da barriga de Anja e PA! PA! PA! PA! PA! Intercalava vários tapas muito fortes nas duas bochechas dela com a palma e as costas de sua mão.
Debaixo de Betinha, apanhando muito, Anja se sacudia, gritava.
- LOUCA! FEDORENTA! Pensa o quê?! – PA! PA! PA! Anja ainda tentava gritar as ofensas para Betinha enquanto levava os fortes tapas sem parar em seu rosto. – Está vivendo no luxo, mas ainda é pobre! Porque a tua pobreza vem de dentro, a pobreza está entranhada aí dentro de você. POBRE! LIXUDA! FAVELADA!
PA! PA! PA! PA! PA!
Quando a mão direita de Betinha cansou de tanto bater e Anja já tinha a linha de sangue escapando do seu nariz, ela fez aquela pausa, breves segundos que Anja aproveitou para cuspir contra Betinha e abocanhou a coxa dela, mordeu com força. Com a força da mordida em sua coxa, Betinha foi obrigada a sair de cima Anja.
Anja então correu até a porta, ainda puxou a maçaneta, mas Betinha correu até ela, segurou Anja pelo seu cabelo loiro e comprido. Levando-a pelo cabelo, Betinha levou Anja até a mesinha no canto coberta de taças e garrafas de vidro e CLACK! CLACK! CLACK! CLACK! CLACK! Foi arrastando a cabeça de Anja sobre a mesa, contra as taças e garrafas, quebrando tudo. Ao terminar, Betinha jogou Anja longe mais uma vez e sentou sobre ela mais uma vez.
PA! PA! PA! PA! PA! PA! PA! Betinha enchia o rosto dela com os tapas fortes agora usando de sua mão esquerda.
- SOCORRO! LOUCA! SOCORRO! – Anja gritava e de repente, em meio aos tapas que não paravam acabou engasgando, tossindo, cuspiu dois dentes.
- E cala a boca! – PA! -Cala a boca, porque você – PA! – está aqui – PA! – não é pra falar – PA! – é pra apanhar! – PA! PA! PA!
Ouvindo os gritos de raiva e de dor de Anja, Dalton enfiou a cópia da chave na porta, mas Jocler segurou o seu braço, o impediu de abrir.
- Mas a Betinha vai...
- Deixa! – Jocler mandou. – A assassina aqui não é a Betinha, é a Anja. A Betinha não vai matar a Anja, ela só está dando o que ela merece, então DEIXA!
Esgotada de tanto bater, Betinha finalmente saiu de cima de Anja, que agora estava desmaiada depois de tanto apanhar. Betinha finalmente pegou a chave em seu bolso, destrancou a porta dupla do salão. Saiu chorando e abraçou Dalton e Jocler ao mesmo tempo, mas chorava pela sua mãe. Os três saíram para o jardim. Anja ficou deitada ali. Os dois olhos tão roxos, tão inchados, o nariz quebrado, costelas lesionadas e agora ela abriu os olhos com dificuldade, cuspiu mais um dente, porque apenas fingiu que tinha desmaiado. Anja tentou se levantar, mas o seu corpo inteiro estava tão dolorido pela surra que inicialmente ela não conseguiu. Assim, ela se arrastou para fora do salão sem que ninguém visse. Anja subiu a escadaria da mansão engatinhando e gemendo de dor a cada degrau. Logo ela foi parar dentro do quarto da bebê Sabrina.
- Olá lindinha – Anja disse se apoiando toda dolorida na grade do berço para ver a bebê lá dentro.
Já era quase meia-noite e Malvin já havia ligado inúmeras vezes para o celular de Anja, tão preocupado com ela, sem nenhum resultado. Ele então foi até a portaria do condomínio de mansões onde ele vivia com Anja. Perguntou ao senhor porteiro por ela.
- Olha, a dona Anja saiu faz só um par de horas e saiu dizendo que ia pra mansão de um tal de Dalton. Eu até estranhei a dona Anja ter dito para onde ia, porque ela nunca diz, mas acho que só disse dessa vez porque estava bebendo vodka, daí...
- E o senhor deixou a minha esposa sair daqui desse jeito?! – Malvin brigou.
Ele correu até ao seu carro e dirigiu o mais rápido que pôde até a mansão de Dalton e Betinha, até Anja.
Anja tirou a bebê Sabrina de dentro do berço. Ela não poderia sair pela porta da frente lá embaixo, então com a bebê no colo ela só subiu e subiu mais, até que foi parar no telhado da mansão tão alta. Agora estava pisando de forma tão perigosa à beira do telhado, no ponto mais alto da mansão, carregando a bebê, procurando por uma saída.
A bebê Sabrina.
A mansão de Dalton e Betinha. A seta indica o ponto onde Anja ficou de pé, perigosamente à beira, com a bebê Sabrina em seus braços.
> > > Continua . . .
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Os Corações Sobreviventes - Capítulo 001 a 200
Romance- Indicado ao 1º Prêmio Wattpad Brasil ( #WBr2018 ) - 2 indicações ao ADA2018 (Prêmio Da Academia De Artes Literárias) Betinha é uma jovem que vende vassouras pelas ruas para garantir a compra da sua passagem para uma viagem internacional. Ela plane...