Capítulo 7 - Treinamento

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Planeta Atlas

Na base militar do Planeta Atlas os soldados que vieram de UH9536 realizam treinamentos exaustivos.

Carlos e seus companheiros eram chamados de “Os veteranos de UH”. Eles eram minoria na nova força especial, e sentiam que havia certa desconfiança em relação a eles. Até mesmo a comandante daquela unidade especial, chamada Aline, olhava para os veteranos de maneira interrogativa.

No dia de hoje iriam começar o treinamento com paraquedas. Lucas e Nina embarcam na aeronave de transporte de onde irão saltar.

Eles não tiveram os dias de folga que mereciam. Depois dos interrogatórios e do isolamento foram levados diretamente para o treinamento. Mas pelo menos as cabines da privacidade da base eram confortáveis.

Nina estava apavorada com seu primeiro salto de paraquedas, esse negócio de queda livre para ela era loucura. Lucas procurou acalma-la dizendo que os humanos pulavam de paraquedas há centenas de anos. Então Nina disse:

- Eu bem que voltaria para um planeta de mineração agora, para viver em um módulo pressurizado seguro, cuidando das minas. Acho que já tive a minha cota de aventuras nessa vida.

- Duvido que você queira voltar a cavar buracos em um planeta morto. É só o medo do salto, depois do primeiro você se acostuma e vai até gostar, eu sei que você é uma guerreira.

Não muito longe dali uma reunião acontecia em um dos prédios da base. Aline recebia o comandante Jordão. Ela havia estranhado que a orientação era para levar os oficiais graduados da força especial para a reunião, com exceção dos veteranos de UH, os quais nem deveriam ter conhecimento daquele encontro.

Ela mostrou para Jordão e a  comitiva dele o vídeo do primeiro teste de voo da mini aeronave de combate. Aqueles aparelhos haviam sido desenvolvidos as pressas, tinham as asas e cauda dobráveis e iriam ser enviadas pelos teletransportadores.

Ao contrário das aeronaves Rivas os pequenos aviões dos humanos eram muito manobraveis e seus sistemas de armas eram muito precisos  e versáteis.

Aline também expôs todo o conceito de invasão por teletransporte que os especialistas militares haviam concebido. Era muito superior ao procedimento dos havas.

Primeiro iriam as mini aeronaves, que levariam até pequenas ogivas nucleares táticas, que poderiam ser lançadas se necessário. 

Depois iriam os paraquedistas. Eles não usariam a cápsula hava básica. Eles iriam em uma esfera metálica muito fina. Assim que ela saísse do hiperespaço na atmosfera do planeta alvo ela se abriria em pleno ar. No interior dela haveria seis paraquedistas que seriam liberados e se espalhariam.

Eles usariam trajes com abas laterais que permitiram a eles quase planar, a técnica era um antigo esporte no Planeta Terra, conhecido como wingsuit. Dessa forma poderão fazer manobras evasivas para escapar de possíveis armas antiaéreas, e encontrar um local favorável para o pouso, o qual será feito com um pequeno paraquedas que só será acionado em uma altitude muito baixa. 

A terceira onda será de pequenos veículos de combate sobre esteiras.
Eles irão sem tripulação e desceram de paraquedas, os paraquedistas estarão esperando para assumir o comando deles assim que pousarem.

Jordão gostou muito do progresso que eles estavam tendo, mas estava na hora da parte difícil da reunião.

Ela havia levado Calixto para explicar toda a história daquele artefato encontrado.

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Planeta UH9536

Trix acorda na enfermaria improvisada. Ela olha para um lado e havia um soldado a vigiando. Ela tenta se levantar, porém o soldado diz que o médico havia dito para ela permanecer deitada mais um pouco depois que acordasse.

Depois de mais alguns minutos deixam que ela se sente na maca que foi deixada pelos humanos.

O alarme sou no desfiladeiro. Em pouco tempo naves de desembarque tático cheias de soldados decolam.

Soldados passam pela enfermaria e o acompanhante de Trix pergunta o que está havendo. E eles responderam:

- Mais teletransportes  ocorreram, várias equipes foram interceptar seja lá o que estiver vindo dessa vez. Nós vamos reforçar as defesas deste desfiladeiro e nos preparar.

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Planeta Atlas

Depois da palestra de Calixto Jordão assumiu a palavra novamente e disse:

- Não preciso dizer que isso é totalmente sigiloso, em especial para os veteranos. A missão de vocês é encontrar aquele alienígena Quatro Braços, tentar fazer um novo acordo, e quando ele abaixar a guarda vocês devem captura-lo ou mata-lo. E se os veteranos tentarem interferir podem elimina-los.  Compreenderam?

- Sim comandante. – disseram ao mesmo tempo Aline seus oficiais.
Jordão estava satisfeito com a reunião é olhou pela janela. Ele viu um drone agrícola modificado passar voando. Aquilo o fez se lembrar do problema daqueles monstrinhos voadores que haviam invadido o planeta.

Os seres foram analisados, tinham parte do genoma dos hava, podiam se regenerar em certo grau e eram terrivelmente resistentes a venenos e a radiação.

Acabar com eles sem tornar o planeta inabitável era um desafio.

Então tiveram a ideia de pegar drones e equipa-los com hélices afiadas. Os aparelhos autônomos foram programados para voar a procura dos monstrinhos e  fazê-los em pedaços. Mas não havia drones o suficiente para cobrir o planeta todo, e depois que um deles passava por uma região os monstrinhos sobreviventes comiam os pedaços dos seus colegas mortos e em breve estavam se reproduzindo.

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Planeta Mater

Havia amanhecido há alguns minutos, e Portla está começando sua caminhada para o campo de trabalho Crow.

Ele se perguntava porque ainda insistia em viver. Havia se tornado um escravo de um Crow. O mundo havia se virado do avesso. Os crows sempre foram passivos e se curvavam aos havas, mas aquele de crista rajada era diferente, ele até comia carne.

Agora Portla sentia o peso do cinto de explosivos que está preso em sua cintura. Ele pensava que bastava alguém apertar um botão, e ele viraria uma nuvem de sangue e pedaços de carne.

Ele também levava um terminal portátil em sua mochila. Ele teria que convencer os havas do campo de trabalho a verem a mensagem.
Depois de muita caminhada Portla já via os detalhes das janelas dos prédios menores. Os havas do campo de trabalho haviam sido cercados pelos veículos Rivas, os quais deram tiros de aviso.

O pulso havia destruído os rádios,  teletransportadores e outros equipamentos eletrônicos. Os guerreiros deviam estar assustados e sem saber o que fazer.

A sensação de morte a qualquer instante deixava os dois corações de Potla acelerados. Poderia haver um sniper em uma daquelas janelas. Ele era um alvo fácil ali em campo aberto.

Os prédios estavam cada vez mais próximos. Então ele vê que havia uma dezena de guerreiros perfilados na frente do prédio mais próximo. Eles o estavam esperando.

O grupo de guerreiros está armado e quando Portla chega a duzentos metros os rifles de quatro canos são apontados para ele. Os guerreiros vem ao seu encontro e perguntam:

- Quem é você? O que faz aqui?

- Eu sou um representante das forças que derrotaram o império hava, eu vim exigir a sua rendição. A mensagem completa e as provas do que eu digo estão no computador portátil em minha mochila.

Um dos guerreiros atira quatro vez com seu rifle. Portla é atingido no abdômen e tórax e cai ao solo. Os havas correm até ele, e percebendo que ainda está vivo começam a agredi-lo com chutes e coronhadas.

Portla foi arrastado para dentro do prédio em forma de cubo mais próximo. Ele já estava inconsciente.

O Deus TuloWhere stories live. Discover now