Capítulo 19 - Mario

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Na nave de transporte interestelar humana Solar Oito

- Comandante Brenda. Eu só gostaria de dizer que lamento pelo seu tripulante. Já perdi soldados, sei como é difícil. - disse Carlos, tentando disfarçar seu extremo interesse pela linda militar a sua frente.

- Obrigado Carlos. O Mário era um artilheiro muito bom e um querido amigo. Ele estava comigo desde o começo, quando eu era apenas uma piloto prodígio com 16 anos, tentando provar que estava pronta para sair em missão em uma NCO. E eu não estava, pensei em desistir, era muita pressão, o capitão da nave era um carrasco. Mas Mario estava lá e me motivou, ele dizia "você lutou tanto para estar aqui, e vai deixar um cretino de um capitão fazer você desistir". A gente passava as doze horas do plantão conversando e contando histórias de infância. Ele contava muito sobre a Terra, ele morou lá dos 10 aos 14 anos de idade. A narração que ele fazia da visita às Pirâmides do Egito era tão apaixonada, ele falava sobre os milhares de anos de história que estavam na frente dele. Ele me fez ter forças para continuar. - disse Brenda.

- Nunca conheci ninguém que tenha ido a Terra, parece ser algo tão distante, talvez em outra vida eu passe por lá. - disse Carlos.

Brenda sorriu e disse:

- Também gostaria de visitar a Terra, mas por enquanto temos que deter esses Stalls malditos. E Carlos, eu queria agradecer mais uma vez por ter ido salvar as nossas vidas. E cara, que tecnologia louca é essa que fez vocês aparecerem no asteroide, bem debaixo do nariz dos Stalls, se eles tivessem nariz claro. Se não fosse por aquela imitação da NCO que eles fizeram vocês teriam pego eles com as calças na mão. Como é que isso funciona?

- Infelizmente não posso falar, é tudo ainda secreto. Mas não precisa agradecer, você se aproximou do asteroide e fez aquela transmissão, espantou a NCO Stall e nos salvou primeiro. Os caras estavam atirando na gente como se fossemos patinhos em um stand de tiro, estávamos em uma situação de merda lá. Eu que agradeço. - disse Carlos.

Brenda passou a mão pelos cabelos, que estavam encharcados de suor, por horas e horas no traje espacial, então ela disse:

- Preciso de um banho, você não quer vir também?

- Sim, claro, vai ser ótimo. - disse Carlos

Enquanto eles estavam conversando os demais soldados e tripulantes já tinham retirado os trajes espaciais, os fixado na esteira de processamento, onde eles seriam higienizados e recarregados. Carlos e Brenda haviam ficado para trás os outros já haviam ido em roupas de baixo flutuando pelos corredores a caminho dos vestiários.

Brenda então abre os lacres dianteiros de seu traje e sai dele.Ela está agora só de calcinha e sutiã revelando seu corpo esguio e muito magro. A pele dela é muito branca, devia fazer muito tempo que ela não pegava sol. Carlos também se livra de seu traje.

Carlos gostaria muito de contar para ela suas aventuras no Planeta UH 9536, porém ele pensava que se fizesse isso o comandante Jordão iria arrancar a pele dele.

Durante o trajeto até o vestiário ele conta a histórias da missão em que matou um stall a faca, Ela ficou impressionada. Carlos estava cada vez mais empolgado com a atenção que a linda moça estava dando a ele.

Eles chegaram e todas as cabines de chuveiro estavam ocupados, e ainda havia uma meia dúzia de pessoas aguardando. Eles ficaram na fila e aproveitaram para continuar a agradável conversa.

Ela contou sobre a sua paixão pelas naves de combate. Que ela cresceu jogando games de simulação de combate espacial e colecionando maquetes de naves. Ela estava como comandante há apenas quatro meses, e havia acabado de completar dezenove anos de idade.

A porta de uma cabine de chuveiro se abre, Sarah sai dela nua, linda como sempre, com seus cabelos na altura dos ombros se espalhando pelo ar na micro gravidade. Ela os vê os dois conversando, sorri para eles e diz:

- Os chuveiros dessa nave são uma maravilha, são novinhos.

Brenda sorri também e diz para Sarah.

- Obrigado por vocês irem lá tirar a gente daquela fria, ficamos devendo uma.

- Que isso, o importante é que saímos daquele inferno. Espero que a gente salte logo, eu queria mandar uma mensagem para John, ele deve estar preocupado. Ele ficou chateado quando não deixaram ele vir nessa missão. - disse Sarah.

- Ele é um sniper muito bom, não iam deixar ele vir se arriscar em uma missão em que as habilidades deles não seriam totalmente aproveitadas. Mas não vão faltar oportunidades para ele. - disse Carlos tomando cuidado para não falar nada que fosse sigiloso.

Sarah terminou de vestir uma calça e uma camisa que pegou no armário de roupas. O pessoal de suprimentos da Solar Oito havia deixado aquelas roupas para eles. Elas já estavam bem gastas mas Sarah ficou feliz por encontrar algumas peças do tamanho dela. Ela disse:

- Até mais pessoal, vou pro refeitório.

Depois de alguns minutos só restaram Brenda e Carlos na fila e mais um chuveiro vagou. Carlos insistiu que Brenda fosse primeiro, que ele esperaria o próximo. Ela então tirou a calcinha e o sutiã e os colocou no compartimento de roupa suja ao lado da cabine.

Ela sorriu e entrou na cabine do chuveiro enquanto Carlos olhava para as lindas e pequenas nádegas de Brenda.

Carlos estava ainda fascinado com a visão do corpo nú de Brenda, quando um homem entra no vestiário. Ele tem mais de quarenta anos anos e está usando o uniforme de comandante de nave interestelar. Carlos percebe que ele é o capitão da Solar Oito e faz a saudação protocolar. O capitão diz:

- Carlos, queria te conhecer pessoalmente, e te congratular pelo sucesso da missão, vocês transformaram um desastre em uma grande vitória.

- Então pegamos algum Stall vivo senhor?

- Sim, três adultos e quatro crianças.- disse o capitão.

- Crianças? - perguntou Carlos angustiado.

- Sim, eu sei que é uma situação extremamente desagradável. Essas gigantescas naves Stall possuem famílias inteiras em suas tripulações. Eram doze crianças, eles começaram a matá-las quando estávamos chegando perto, vocês conseguiram usar o injetor bem na creche deles, e salvaram essas quatro, porém oito delas tiveram as gargantas cortadas, coisa triste demais. Eu tenho uma filha com oito anos de idade, fico o tempo todo pensando se algo parecido acontecesse com ela.

O capitão fez uma pausa e então continuou:

- Mas a  vitória pode ser ainda maior do que você pensa. Nossos engenheiros acham que a gente pode recuperar essa nave Stall, ela não está tão danificada assim. Eles acham que a gente pode fazer muita coisa com essa nave.

O Deus TuloWhere stories live. Discover now