Capítulo 28 - LH 31

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Na Estação Espacial LH 31

A estação espacial LH31 é destinada a manufatura de diversos tipos de equipamentos e armamentos.

É uma tendência cada vez maior a humanidade tentar não depender tanto de planetas.

Os asteroides eram minerados e as matérias primas eram levadas para as estações espaciais, que funcionam como fábricas.

Até mesmo a comida cada vez mais era produzida no espaço, apesar das “plantações” espaciais serem quase sempre de algas.

Os planetas eram sempre alvos das invasões e ataques dos Stalls, mas as estações espaciais eram montadas nas bordas dos sistemas solares, locais tão vastos que o inimigo as localizar era algo muito improvável.

A estação LH 31 possuía uma grande seção circular que girava em um eixo. Naquela seção a força centrífuga criava um tipo de gravidade artificial.

Nesta estação Jordão montou sua central de operações. Ele estava em seu novo gabinete quando uma mensagem chegou ao seu terminal.

Ela dizia que uma sonda interestelar havia chegado.

A sonda havia sido enviada pela NCO da comandante Júlia. Uma das três naves que ficaram monitorando o Planeta UH 9536.
Jordão imediatamente se lembrou daqueles homens e mulheres no acampamento central e nas naves ao redor do planeta. Não havia como resgata-los. Isso o fazia se sentir péssimo.

Em resumo a mensagem da sonda dizia que a base do grande desfiladeiro não havia sido destruída como o previsto.

Jordão havia ficado furioso, ele já havia imaginado que aquilo poderia ter acontecido.

Mas a confirmação de suas suspeitas era um golpe muito duro.

Ele achava que aquilo exigia uma resposta rápida e impiedosa. Então um plano terrível lentamente se formou em sua mente.

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No Planeta Mater

O Quatro Braços chega a caverna que havia sido preparada pelos havas trabalhadores.

Ela possuía uma entrada relativa pequena, porém o interior  era alto e espaçoso.

O local havia sido limpo e instalaram aquecedores e luminárias. Levaram para lá muitas provisões e sistemas de comunicação.

Ele deixou a criança Stall em um canto. Ela olhava fixamente para ele sem emitir qualquer som.

O Quatro Braços torcia para o plano de Dora dar certo. Ele precisa se preparar para o encontro com os Stall, o qual ocorreria em alguns meses.

Ele enrolou a criança em mais um cobertor, deixou água e rações perto dela. Ele pensou que agora era preciso ter um pouco de paciência, e esperar ela se recuperar do choque psicológico.

Ele a deixou e foi para o outro lado da caverna. Ele pegou seu terminal portátil, ele precisava saber o que estava acontecendo lá fora. Então estabeleceu uma conexão com Dora e disse:

-  Como vão as coisas?

- Não tão ruins, os humanos estão saindo da mata, os batalhoídes vão levar eles para uma área descampada. Vamos nos entrincheirar lá e ver se os novos inimigos tem coragem de nós enfrentar em campo aberto. Cápsulas humanas chegaram com reforços, são snipers e soldados de elite. – disse Dora.

- Cuidado com os humanos, eles podem se aproveitar da confusão e tentar alguma coisas. – disse o Quatro Braços.

- Sim, com certeza.

O Quatro Braços ficou olhando para a menina enquanto se perdia em seus pensamentos.

Ele pensou em como sua situação era delicada. Ele teria preferido ficar com os humanos, se aquele artefato arqueológico com a forma da crista dele não tivesse aparecido.

Ele percebe que a criança Stall acabou dormindo sentada.
Então um autômato de Dora entra na caverna. O pequeno robô se movimenta sobre duas esteiras, e possui dois braços mecânicos.
Ela então fala para o Quatro Braços:

- A temperatura dessa criança está muito baixa, os humanos mandaram relatórios sobre tudo relativo aos prisioneiros Stalls. A temperatura normal dessas crianças é bem mais alta. O corpo dela não vai funcionar adequadamente e ela pode morrer.

- E como vamos cuidar dela? perguntou o Quatro Braços.

- Ela está toda molhada, tire essas roupas encharcadas dela, seque ela bem, enrole ela em cobertores secos, e coloque ela mais perto dos aquecedores. Já imaginou a gente ter todo esse trabalho é deixar ela morrer de frio.

- Está certo. – disse o Quatro Braços.

- Mudando de assunto, e os seus filhotes?

- Estão bem, os outros crows estão cuidando deles. E eles não são tão frágeis quanto os filhotes dessas outras espécies.

- Sim, os humanos por exemplo são tão frágeis e tão arrogantes.

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Os primeiros humanos estavam quase saindo da floresta. Um feixe avermelhado surgiu do meio das plantas. Ele atingiu dois refugiados, um após o outro, um homem de trinta anos e uma mulher de trinta e oito. Dora grita no rádio:

- Se joguem no chão, agora!

Carlos e Aline passam a gritar o mesmo. Assim que todos se jogam ao solo diversos feixes avermelhados vem da direção oposta ao do  primeiro disparo.

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Trux corre para atacar os inimigos antes que eles saiam da floresta.

O crow/hava chamado Treke já vai iniciar o ataque. O barulho ultrasônico da arma dele disparando é ouvida.

Então muitos disparos de outras armas de partículas são ouvidos.
Treke não emite mais nenhuma comunicação ultrasônica, isso indica que ele foi liquidado.

Trux, como líder do grupo, emite o som ultrasônico para que o ataque seja abortado.

Os crow/havas recuam para o interior da floresta.

O padrão do som ultrasônico das armas de partículas que liquidaram Treke é reconhecido por Trux. É isso o deixa preocupado.

Os Kleo haviam criado aquelas armas para os Riva. A situação era ainda pior do que eles haviam imaginado.

Ele havia sido informado sobre os inimigos com alto poder tecnológico, que tinham derrotado duas invasões seguidas, e aparentemente se apossado da tecnologia de teletransporte.

Agora eles terem feito os havas trabalhadores passarem para o lado deles, e agora os Rivas, Trux achava que aquilo era algo insano.

E agora ele percebeu que a aeronave que os atacou na verdade era um veículo Riva modificado. Ele não o havia reconhecido, ainda mais que só viu a silhueta dele pelo visor infravermelho. Então ele pensa que os batalhoídes também deveriam ter melhorias.

Aquela missão estava cada vez pior.

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Esther puxa Drica pela mão para fora da floresta. Já começava a escurecer. A menina havia entrado em desespero depois que o refugiado a sua frente havia sido incinerado pelo disparo dos Inimigos.

A oficial humana olha para a linha de batalhoídes a sua frente. Ela nunca pensou que ainda sentiria gratidão em relação a aquelas máquinas estranhas.

Havia também alguns veículos de transporte, alguns deles eram autônomos, outros eram dirigidos por havas trabalhadores.

Os refugiados foram embarcados nos veículos de transporte. Eles ficaram lotados e não havia mais lugar para os soldados.

Dora falou pelos alto falantes dos veículos Riva.

- Subam nos batalhoídes, vamos sair daqui!

Carlos subiu na parte de trás do chassi de um batalhoide, e se segurou na torreta. Os outros soldados fizeram o mesmo e o comboio entrou em movimento.

O Deus TuloWhere stories live. Discover now